O renomado ator Ryan Reynolds não hesitou em defender a arte da atuação cômica ao participar da série “Actors on Actors”, promovida pela Variety, que reúne astros para debater suas actuaciones em um ano repleto de premiações. Nessa edição, Reynolds teve a oportunidade de conversar com Andrew Garfield, conhecido por sua atuação emocional no drama romântico “We Live in Time”, ao lado de Florence Pugh. O diálogo entre esses dois talentosos artistas não se limitou apenas ao conteúdo de seus papéis, mas abordou a complexidade intrínseca de suas respectivas atuações, especialmente no que toca à percepção das críticas sobre a comédia.

Recentemente, uma postagem no X, rede social anteriormente conhecida como Twitter, provocou a discussão ao questionar a relevância de Reynolds ao lado de Garfield, considerando a profundidade dos temas dramáticos abordados no filme de Garfield. Em resposta, Reynolds não apenas reconheceu o talento de Andrew Garfield, mas também argumentou decididamente que a comédia deve ser valorizada por suas dificuldades intrínsecas e complexidades emocionais. Ele ressaltou: “Andrew é um gênio. Ele e Florence são mágicos juntos em ‘We Live in Time’. Eles são de partir o coração e encantadores, e passam todo o filme em um ato de equilíbrio humano e contido”.

O ator continuou sua defesa da comédia ao afirmar que, embora o trabalho dramático seja desafiador e, por sua natureza, exija reconhecimento, a comédia carrega o fardo adicional de parecer despretensiosa e natural. Assim, as emoções que emergem de um ato cômico muitas vezes são menos visíveis, mas igualmente impactantes. “A comédia também é muito difícil. Mas tem uma dimensão adicional, pois deve parecer e sentir-se sem esforço. Você esconde intencionalmente as costuras e desconstruções”, explicou Reynolds, que recentemente atuou ao lado do amigo Hugh Jackman em “Deadpool & Wolverine”. Ele observa que ambas as disciplinas – comédia e drama – possuem uma beleza particular e funcionam em conjunto de forma harmônica.

Ryan Reynolds como Deadpool/Wade Wilson e Hugh Jackman como Wolverine/Logan

De fato, Reynolds disse que tanto a comédia quanto o drama “subsistem na tensão” e se beneficiam ao subverter expectativas. Essa dualidade e intersecção entre os dois gêneros fazem com que as atuações sejam intensas e dinâmicas. Ele argumentou, ainda, que ambos os estilos requerem um forte fundamento emocional, e essa subjetividade é o que torna a arte cênica tão rica e diversificada.

Adicionalmente, a Disney submeteu “Deadpool & Wolverine” para consideração em várias categorias nesta temporada de premiações, incluindo Melhor Filme, Melhor Ator para Reynolds, Melhor Ator Coadjuvante para Jackman e Melhor Roteiro Adaptado (Reynolds foi um dos co-autores). Este reconhecimento por parte da indústria demonstra a seriedade com que o filme, embora cômico, é visto em termos de qualidade de produção e complexidade temática.

Ryan Reynolds na premiere de 'If'

Além disso, a série “Actors on Actors” deste ano conta com a presença de uma notável variedade de duos, incluindo Ariana Grande e Paul Mescal, Selena Gomez e Saoirse Ronan, além de ícones como Angelina Jolie e Cynthia Erivo, o que demonstra a ambição e a visão inclusiva de diversidade e talento em Hollywood. É interessante observar como a indústria valoriza diferentes talentos ao mesmo tempo e proporciona espaço para discussões ricas entre gêneros e estilos de atuação.

Por outro lado, a série também enfrentou controvérsias, como no caso do ator Sebastian Stan, que relatou ter sido convidado para participar, mas não conseguiu encontrar colegas dispostos a discutir seu filme polêmico sobre Donald Trump. A situação reflete um aspecto mais profundo da indústria, onde a arte e as visões pessoais dos artistas podem colidir com as percepções públicas e a política. Ramin Setoodeh, co-editor-chefe da Variety, destacou que essa situação ilustra as complexidades que cercam a participação em plataformas tão visíveis, exemplificando que nem todos se sentem confortáveis em discutir temas potencialmente divisivos em um espaço público.

Assim, a contribuição de Ryan Reynolds a esta discussão não é apenas um testemunho de sua própria jornada como artista, mas também um apelo à apreciação de todas as formas de atuação, sustentando que a verdadeira arte demanda tanto habilidades quanto emoções profundas que se entrelaçam em performances que tocam o público de maneiras inesperadas e significativas.

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