Em um movimento que pegou muitos de surpresa, o Sacramento Kings anunciou na última sexta-feira a demissão de seu técnico Mike Brown, em meio a dificuldades no início da temporada. A decisão foi confirmada pelo gerente geral da equipe, Monte McNair, que expressou sua gratidão a Brown por suas muitas contribuições ao time. Os Kings, que têm um recorde de 13 vitórias e 18 derrotas até o momento, enfrentam uma sequência negativa de cinco jogos, culminando em resultados decepcionantes que acentuaram a necessidade de mudança.
Mike Brown, de 54 anos, não é um novato no cenário da NBA. Ele teve seu grande momento em sua primeira temporada com os Kings, em 2022-23, quando foi premiado como o Técnico do Ano. Naquela temporada, Brown liderou a equipe de Sacramento a quebrar um longo recorde de 16 anos sem participação nos playoffs, estabelecendo-se como uma figura central na reconstrução da franquia. Apesar das lutadas, o desempenho atual dos Kings nesta temporada levou a direção da equipe a agir rapidamente para reverter a situação.
“Essa foi uma decisão difícil, e quero agradecer ao Mike por suas muitas contribuições à organização”, disse McNair. A resposta da liga e de colegas treinadores ao redor do país foi imediata, refletindo como Brown é respeitado entre seus pares. Doug Christie, ex-jogador e assistente técnico, foi promovido a treinador interino, com a tarefa de reverter a maré negativa e trazer de volta a competitividade ao time.
Infelizmente para os Kings, as desapontadoras derrotas se tornaram recorrentes. A última derrota, um apertado 114-113 para o Detroit Pistons, foi particularmente dolorosa, já que a equipe liderava por 10 pontos no quarto período. Os Pistons conseguiram uma recuperação impressionante, e o jovem Jaden Ivey selou o jogo com uma jogada vencedora de quatro pontos, convertendo um lance livre após falta de De’Aaron Fox. Essas perdas começaram a gerar críticas à equipe e à gestão, levando a uma pressão crescente por resultados.
Na conferência de imprensa antes de sua demissão, Brown evidenciou o peso das dificuldades, afirmando: “Quando você passa por tempos adversos, você realmente sabe quem está ao seu lado”. Suas palavras ressoaram com a torcida e a administração, refletindo a importância da coesão em um momento como esse. Entretanto, os resultados não estavam a favor dele, e a direção dos Kings decidiu que era necessário um novo direcionamento.
Com Brown, o Sacramento Kings tinha registrado 107 vitórias e 88 derrotas em suas duas temporadas e meia, mas o desempenho atual na classificação da Conferência Oeste, onde ocupa a 12ª posição, não podia ser ignorado. A pressão por resultados imediatos é uma realidade na NBA, onde as mudanças de treinador são frequentes em momentos de crise.
O apoio de ex-colegas e treinadores a Brown foi amplamente visto como um testemunho de sua habilidade e caráter. O técnico do Brooklyn Nets, Jordi Fernandez, que trabalhou ao lado de Brown, elogiou suas capacidades e expressou tristeza pela saída do treinador. Michael Malone, atual treinador do Denver Nuggets e ex-treinador dos Kings, também comentou a demissão, afirmando que não ficou surpreso, apontando para a cultura de mudança rápida dentro da franquia.
O legado de Brown na NBA é significativo; antes de sua passagem pelo Sacramento, ele também treinou Cleveland Cavaliers e Los Angeles Lakers, acumulando um impressionante histórico de playoffs em sete de suas nove temporadas como treinador. Ele ostenta um recorde de carreira de 455 vitórias e 304 derrotas e conquistou quatro campeonatos da NBA.
Enquanto os Kings se preparam para o próximo desafio contra os Los Angeles Lakers, a expectativa de uma nova era começa a ser alimentada por sua base de fãs, que espera que Doug Christie traga um novo vigor à equipe. A saga dos Kings e a busca por um retorno aos playoffs deve continuar em um cenário onde a pressão está nas costas do novo treinador e dos jogadores.