Aos 25 anos, a talentosa cantora de jazz Samara Joy conquistou seu espaço na indústria musical ao ganhar três prêmios Grammy. Sua trajetória, que inclui vender shows lotados em diversas cidades dos Estados Unidos e da Europa, teve inícios humildes. Quando se apresentou para o programa de estudos de jazz na faculdade, ela admitiu que conhecia apenas uma canção de jazz, somada a um hino que a ajudou a superar sua audição. Esse encontro inicial com a música, no entanto, foi o primeiro passo de uma jornada que a levaria a se tornar uma das vozes mais reverenciadas da nova geração de músicos.

“Nunca quis me arrepender,” disse Joy em uma entrevista. “Sentia que, mesmo estudando música, sempre poderia conseguir outro emprego. Minha prioridade sempre foi a música,” completou. Essa determinação e foco em sua paixão pela música foram fundamentais para sua trajetória. Joy cresceu em uma família onde a música sempre esteve presente, e mesmo de forma não convencional, ela fez de sua paixão uma profissão que agora a estabelece como uma artista respeitada.

O legado da família McLendon e o poder do gospel

Natural do Bronx, New York, Joy cresceu rodeada por membros de sua família que eram musico. A música gospel não apenas alimentou a casa dos McLendon, mas se tornou uma parte essencial da identidade e expressão emocional de Joy. “A música é uma parte integrante de como nos expressamos e compartilhamos amor em nossa família,” afirmou. Os prêmios da cantora estão em casa, guardados por seus pais como símbolos do orgulho que eles sentem por ela.

O avô de Joy, Elder Goldwire, de 94 anos, cantou com o renomado grupo gospel Savettes, enquanto seu pai, Tony McLendon, fez turnês com Andrae Crouch, um ícone da música gospel. Essa rica herança musical foi crucial para moldar a voz de Joy e sua abordagem artística. “A música gospel esteve presente em minha vida desde sempre; ela é uma parte inata de quem sou,” declarou, enfatizando o fato de que essa influência proporciona uma maior profundidade emocional a sua interpretação musical.

O impacto do gospel na carreira jazzística de Joy

O aclamado baixista cristão McBride, que conheceu Joy em 2019 durante uma competição de canto, descreveu sua voz como tendo uma “sonoridade madura”, algo que desafiava suas expectativas para alguém tão jovem. Ele notou que a formação gospel de Joy a habilitou a expressar um nível de emoção que muitos artistas de jazz não conseguem alcançar. O jazz, ao mesmo tempo em que exige inteligência e criatividade, se beneficia da capacidade de conectar-se emocionalmente com o público, um aspecto que Joy incorpora com maestria.

Apesar de sua formação musical predominantemente ligada ao R&B e gospel, Joy decidiu se aprofundar no jazz profissionalmente. “Eu sempre me senti em casa no jazz,” contou. “Mesmo enquanto aprendia sobre essa nova linguagem, eu ainda podia ser eu mesma.” A mistura de influências ancestrais e sua individualidade permitem que Joy crie um espaço único para sua arte.

A música de Samara Joy conquistando o mundo

O álbum de estreia de Joy foi gravado durante sua passagem pela faculdade, com a ajuda de professores que acreditaram em seu talento. Como resultado, ela conseguiu um contrato com uma gravadora, lançando seu primeiro álbum poucos meses após sua formatura em 2021. Em um curto espaço, Joy conseguiu indicativos ao Grammy, conquistando prêmios valiosos, incluindo o de melhor artista revelação.

A agora ampliada banda de Joy permite que sua ambição musical cresça, e seu terceiro álbum, “Portrait”, a coloca no centro de uma cadeia de criações únicas que se enraízam nas tradições do jazz das décadas de 1940 e 1950. Críticos de música a estão comparando a lendas como Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald, figuras que moldaram a trajetória do jazz.

Sobre essas comparações, Joy afirmou: “Ao chegar na Purchase College, Ella e Sarah foram as primeiras que ouvi. Elas surpreenderam-me e tornaram-se a base fundamental para a minha formação musical.” Para Joy, assimila a música desses gigantes não é apenas aprender uma melodia; é uma tarefa que implica pensar como um músico e estar pronta para interagir e contribuir com o que acontece em cena.

A trajetória de Samara Joy é um testemunho não apenas de seu talento excepcional, mas também da influência poderosa de sua família e das raízes musicais que a moldaram. À medida que continua a cativar o mundo com sua música, ela traz consigo a essência de suas origens, sempre conectando gospel e jazz em um legado que certamente ressoará para as próximas gerações. O futuro parece brilhante para esta jovem artista, que ainda tem muitas canções para cantar e histórias para contar.

Samara Joy and her grandfather
Samara Joy e seu avô
60 Minutes

Com sua paixão inabalável e herança musical, Samara Joy está se firmando rapidamente como uma das vozes mais emocionantes e autênticas no jazz contemporâneo. Para aqueles que ainda não a ouviram, os próximos concertos certamente proporcionarão uma experiência memorável, repleta de emoção e interpretação profunda.

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