A Aye Finance, uma instituição de crédito dedicando-se a pequenas e médias empresas na Índia, anunciou a intenção de levantar $171 milhões em sua oferta pública inicial (IPO), conforme revelado em um documento oficial na última terça-feira. Os investidores e analistas do setor aguardam com expectativa essa movimentação que poderá trazer impactos significativos não apenas para a empresa, mas também para o ecossistema de micro e pequenas empresas no país.
A oferta é composta por uma emissão de novas ações no valor de $104 milhões e uma venda secundária de ações existentes totalizando $67 milhões. Os recursos obtidos por meio do IPO serão direcionados para a ampliação do portfólio de empréstimos da startup, além de fortalecer sua base de capital. Este passo é fundamental para que a Aye Finance possa continuar a atender um setor que carece de financiamento e que muitas vezes é excluído pelos bancos tradicionais.
Atualmente, a Aye Finance, que conta com o apoio da CapitalG, o braço de investimento da Alphabet, está avaliada em cerca de $400 milhões e possui 499 filiais espalhadas por 22 estados indianos. Até setembro, a empresa gerenciava $588 milhões em ativos, evidenciando sua influência no mercado financeiro voltado para pequenos empreendedores. Com um modelo de negócios focado em empréstimos acessíveis para empresas no setor informal, a Aye Finance torna-se um agente crucial para promover o crescimento dessa parte vital da economia indiana.
Os empréstimos oferecidos pela Aye Finance incluem opções como hipotecas, financiamentos e créditos para prazos determinados, com o valor médio de cada empréstimo em torno de $1.800. A empresa acredita que a utilização de tecnologia proprietária e análises avançadas são chaves para avaliar a solvência dos seus clientes, permitindo que muitos pequenos empresários tenham acesso ao crédito, algo que muitas vezes lhes é negado pelas instituições financeiras convencionais.
No entanto, nem tudo são flores: a empresa reportou uma receita de $122,5 milhões no ano fiscal que se encerrou em 2024, mas também observou um aumento nos ativos não performáticos, que subiram de 2,74% para 3,29%. Esse aumento é uma preocupação que deve ser monitorada de perto, especialmente em um mercado já desafiador.
Aye Finance não está sozinha nessa jornada. Com investidores significativos como a Elevation Capital e o British International Investment, a empresa levantou mais de $160 milhões até o momento, comprovando que o apoio de grandes entidades pode realmente fazer a diferença no acesso ao capital para segmentos menos favorecidos. O pedido de IPO da Aye Finance é um marco em um ano recorde para ofertas de ações na Índia. Outras startups do setor de serviços financeiros, como a MobiKwik, também estão se preparando para abrir seu capital em breve. Em setembro, o IPO da Swiggy se destacou como o maior entre startups de tecnologia globalmente neste ano.
Este momento não poderia ser mais oportuno, considerando o cenário atual do setor de serviços financeiros na Índia. O segmento de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) representa cerca de 30% do PIB indiano e, ao mesmo tempo, enfrenta lacunas de crédito que ultrapassam $650 bilhões. Essa realidade destaca a necessidade de instituições como a Aye Finance, que podem não apenas ajudar a preencher essas lacunas, mas também contribuir para a inclusão financeira de milhões de empreendedores que buscam crescer e prosperar.
A distribuição das responsabilidades na coordenação desta oferta está sob a batuta da Axis Capital, IIFL Capital, JM Financial e Nuvama Wealth Management, todas respeitadas no setor financeiro indiano, demonstrando que a Aye Finance está cercada por parcerias que podem realmente potencializar seus objetivos.
Em conclusão, a expectativa em torno do IPO da Aye Finance não diz respeito apenas ao valor monetário em jogo, mas sim ao potencial de transformação que essa movimentação financeira poderá proporcionar ao setor de MPMEs na Índia. À medida que mais informações se tornam disponíveis, investidores e interessados estarão atentos para ver como essa empresa se posicionará em um mercado repleto de desafios, mas também de oportunidades inexploradas.