Spotify formalmente se envolveu na polêmica entre Drake e Kendrick Lamar, após recentes alegações de manipulação de streams da nova música “Not Like Us”.

A plataforma de streaming respondeu às afirmações de Drake sobre uma suposta manipulação nos números de streams da música, no qual ele afirma que a empresa inflou as visualizações do diss de Kendrick em seu favor. Em uma declaração, a Spotify afirma que “UMG e Spotify nunca tiveram qualquer arranjo em que a UMG cobrasse da Spotify taxas de licenciamento 30% inferiores às suas taxas normais por ‘Not Like Us’, em troca de Spotify recomendar afirmativamente [‘Not Like Us’], incluindo ‘para usuários que estão buscando outras músicas e artistas’”.

Em este caso, a declaração da Spotify é clara: “A petição alega que um indivíduo não identificado reportou em um podcast que ele usou robôs para alcançar 30.000.000 de streams na Spotify nos primeiros dias de lançamento de ‘Not Like Us’. A Spotify não encontrou nenhuma evidência que sustente essa alegação.” A reação foi contundente, considerando a gravidade das acusações levantadas por Drake, que incluem a manipulação deliberada da música para obter vantagem no glorioso universo do hip-hop.

A resposta da Spotify se deu logo após a Frozen Moments, empresa de Drake, ter apresentado uma petição em um tribunal de Nova Iorque alegando que a plataforma de streaming inflou os streams de “Not Like Us” e que a UMG — o selo ao qual ambos os rappers são assinados — “lançou uma campanha para manipular e saturar os serviços de streaming e as ondas de rádio com a música, ‘Not Like Us,’ para fazê-la se tornar viral, inclusive usando ‘bots’ e acordos de pagamento”. Essa batalha musical está longe de terminar, e as repercussões podem ser sentidas em todo o setor.

Para aprofundar mais na questão, a Spotify destaca que não tem incentivo econômico para que os usuários façam streaming de “Not Like Us” em detrimento de qualquer faixa de Drake. “Apenas uma das ferramentas do Spotify for Artists, Marquee, foi comprada em nome da música para promover a faixa na França, no valor de €500
para anunciar a faixa como uma Recomendações Patrocinadas”, comentou.

A confusão rapidamente tomou forma, levando a UMG a rotular as alegações como “ofensivas e falsas”. Enquanto Drake é afiliado ao Republic Records, que é uma subsidiária da UMG, Lamar está ligado à unidade Interscope Records da mesma gravadora. A nova petição segue a rápida liberação do álbum surpresa de Lamar, GNX, e a um futuro desempenho como atração principal no Super Bowl.

Na documentação apresentada, a Spotify mencionou que investe significativamente em revisões automatizadas e manuais para prevenir, detectar e mitigar o impacto da manipulação de streams em nossa plataforma. “Quando identificamos tentativas de manipulação de streams, tomamos ações que podem incluir a remoção dos números de streams, retenção de royalties e cobrança de taxas de penalidade. Streams confirmados e suspeitos são removidos de nossos cálculos de paradas. Isso ajuda a proteger os pagamentos de royalties para artistas honestos e trabalhadores.”

Vale ressaltar que “Not Like Us” de Lamar é uma das músicas mais impactantes do ano. Ela ficou duas semanas no topo da parada Billboard Hot 100 e atingiu a marca de 20 semanas na parada de rap. O single foi indicado a cinco prêmios Grammy, incluindo música do ano e gravação do ano, tornando-se um verdadeiro hino cultural e ultrapassando sua origem apenas como um diss.

Lamar lançou essa poderosa faixa em maio, logo após a reabertura da disputa de rimas entre os dois artistas em março. Após uma série de trocas de farpas musicais, Lamar finalmente lançou “Not Like Us”, que faz referência à sua disputada relação com Drake, acusando-o de pedofilia e apropriando-se da cultura negra. Com produção de DJ Mustard, a música estabeleceu diversos recordes de streaming, selando a vitória de Lamar nesta batalha musical. Essa rivalidade teve início em 2013, quando Lamar — que já colaborou com Drake e abriu seus shows — lançou versos provocativos para seus contemporâneos.

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