Bagdá
CNN
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Em um cenário de incertezas e reconfigurações políticas no Oriente Médio, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, realizou uma visita não anunciada ao Iraque na última sexta-feira. O objetivo da visita foi se encontrar com o Primeiro-Ministro Mohammed Shia al-Sudani e discutir as implicações do recente colapso do regime sírio sob Bashar al-Assad, que ocorreu nas mãos de forças rebeldes no final da última semana. Essa visita destaca a crescente complexidade da situação política na região, principalmente em relação ao papel que o Iraque desempenha na segurança e estabilidade do Oriente Médio.

Durante a reunião, que se estendeu por mais de uma hora em Bagdá, Blinken se reuniu com Sudani em um contexto de esforço intenso para coordenar uma abordagem unificada em resposta ao que está sendo considerado um ponto de inflexão significativo na Síria. O colapso do governo sírio trouxe à tona preocupações sobre a iminente surgência de grupos terroristas e a repercussão que isso terá nos países vizinhos. “Qualquer governo interino precisa garantir que a Síria não se torne uma base para o terrorismo e não represente uma ameaça para seus vizinhos ou se alie a grupos como o ISIS”, advertiu Blinken, enfatizando a necessidade de um esforço conjunto entre as nações da região para prevenir a desestabilização.

A visita de Blinken ao Iraque foi precedida por uma série de encontros que ocorreram na Turquia e na Jordânia, focados na mesma temática: como lidar com as consequências do colapso do regime de Assad. A situação é crítica, pois os EUA buscam trabalhar em estreita colaboração com parceiros regionais, especialmente o Iraque, a fim de assegurar que a luta contra o ISIS continue a ser uma prioridade. “Acredito que nenhum de nós duvide que o ISIS buscará se reorganizar,” reafirmou Blinken.

Além disso, a presença de militia apoiadas pelo Irã no Iraque é uma preocupação constante para os EUA, visto que estas têm um histórico de ataques a pessoal e interesses norte-americanos. O Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, expressou sua preocupação a respeito de como esses grupos poderiam tentar “se aproveitar da instabilidade na Síria.” Durante uma visita anterior em novembro, Blinken havia instado o governo iraquiano a intensificar os esforços para conter esses ataques.

Após a reunião com o Primeiro-Ministro iraquiano, Blinken enfatizou que tanto os EUA quanto o Iraque estão determinados a evitar que o ISIS possa reflorescer. “Nós tivemos um sucesso tremendo ao remover o califado territorial que o Daesh havia criado anos atrás, e agora, após conseguirmos mantê-lo sob controle, não podemos permitir que ele se liberte novamente,” afirmou.

O secretário de Estado também fez questão de reafirmar o compromisso dos EUA em apoiar a soberania do Iraque. “Reiterei ao Primeiro-Ministro nosso comprometimento em trabalhar com o Iraque em questões de segurança, sempre visando fortalecer e preservar sua soberania,” disse Blinken, em referência à influência das milícias iranianas no país.

Blinken ressaltou ainda que os desdobramentos na Síria têm um impacto direto sobre o Iraque e outras nações da região, sublinhando que seria fundamental que o Iraque, junto com outros países, se esforçasse para ajudar o povo sírio a se reerguer após os anos duros sob a ditadura de Assad. “Isso é muito significativo, dado o momento histórico que a Síria está passando,” enfatizou ele em um discurso na embaixada americana na capital iraquiana.

Após sua passagem pelo Iraque, Blinken continuou sua missão regional, retornando a Aqaba, na Jordânia. Aí, um encontro ministerial tem início com foco na reconstrução das instituições estatais sírias, mas que também visa “preservar a unidade, integridade territorial, soberania, segurança e estabilidade da Síria, além dos direitos de todos os seus cidadãos,” conforme declarado pelo ministério das Relações Exteriores jordaniano.

“Estamos de volta à região em um momento de verdadeira oportunidade, mas também de perigo para a Síria e seus vizinhos. O foco de nosso trabalho aqui é coordenar esforços em toda a região para apoiar o povo sírio enquanto eles se afastam da brutalidade do regime de Assad,” destacou Blinken em sua coletiva de imprensa em Aqaba, pontuando a urgência da situação e a necessidade de uma abordagem unificada entre os líderes regionais.

Conforme a situação evolui, resta saber como a comunidade internacional, por meio de encontros e colaborações contínuas, poderá apoiar a transição da Síria e garantir que um futuro mais seguro e democrático seja possível para seu povo. O que está em jogo, sem dúvida, não é apenas o destino da Síria, mas a estabilidade de toda a região.

Essa história foi atualizada com desenvolvimentos adicionais.

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