Warren “Red” Upton, um veterano da Segunda Guerra Mundial e o mais velho sobrevivente do ataque a Pearl Harbor, morreu no Dia de Natal, em um hospital em Los Gatos, Califórnia. Ele tinha 105 anos e sua morte foi anunciada pela organização Sons and Daughters of Pearl Harbor Survivors, que reúne veteranos e suas famílias. Upton não apenas resistiu a um dos eventos mais marcantes da história militar dos Estados Unidos, mas também se destacou por sua visão humilde sobre heroísmo e seu amor pela sua família e por seu país.

Descrito como um homem “muito humilde, gentil e de fala suave”, Upton era conhecido por sua sabedoria e conhecimento sobre assuntos atuais, de acordo com Kathleen Farley, presidenta da seção da Califórnia da organização mencionada. A percepção que Upton tinha sobre sua própria experiência durante a guerra era de que ele não era um herói, uma visão que ressaltou em suas declarações. “Warren nunca se considerou um herói. Ele acreditava que os verdadeiros heróis eram aqueles que não voltaram para casa”, afirmou Farley, lembrando-se de como ele costumava refletir sobre os colegas que perderam suas vidas durante a guerra.

Upton faleceu após uma breve batalha contra a pneumonia, que o afligiu por alguns dias. Em seu último mês de vida, ele havia comemorado seu 105º aniversário em meados de outubro. Sua vida longa e cheia de experiências notáveis fez dele um símbolo da resiliência e bravura das gerações que enfrentaram a Segunda Guerra Mundial.

O veterano não apenas sobreviveu ao ataque devastador em 7 de dezembro de 1941, que resultou na morte de 2.403 americanos e levou os Estados Unidos a entrarem em guerra, como também foi o último membro sobrevivente da tripulação do encouraçado USS Utah, um dos sete navios afundados durante a ofensiva. De acordo com Historical accounts, no momento do ataque, Upton estava a bordo do USS Utah e teve uma experiência aterrorizante. Lembrando o dia fatídico, ele descreveu como os torpedos atingiram o navio enquanto ele se barbeava, levando-o a saltar na água e lutar para sobreviver enquanto ajudava outros membros da tripulação a escaparem também.

O USS Utah era um encouraçado da classe Florida que estava ancorado perto da Ilha Ford em Pearl Harbor durante o ataque. Esse evento histórico foi definido pelo presidente Franklin D. Roosevelt como “um dia que viverá na infâmia.” No dia do ataque, estavam aproximadamente 87.000 militares de várias divisões na base de Oahu. Na tragédia, Upton não só escapou da morte como também desempenhou um papel na resiliência ativa ao ajudar seus colegas a alcançarem a costa. Naquele momento, ele ajudou um companheiro a nadar até a segurança em meio ao caos generalizado criado pelos bombardeios japoneses.

Após o ataque, Upton continuou a servir como radioman durante a guerra e participou também da Guerra da Coreia, destacando-se por sua dedicação contínua ao serviço militar. Após o fim da guerra, o veterano retornou à Califórnia, onde se envolveu com a comunidade de sobreviventes de Pearl Harbor, servindo como secretário do Capítulo 7 em San Jose. Por meio deste papel, ele manteve viva a memória de seus companheiros, notícia de falecimentos e reuniões.

Upton era casado com Valeria Gene Parker, uma ex-enfermeira da Marinha, e juntos criaram uma família na área da Baía de São Francisco. Após a morte de Parker em 2018, Upton lamentou a perda de sua esposa a cada dia, segundo Farley. O neto dele, que também compartilhou a história da vida de seu avô, afirmou que Upton tinha a ideia de ser enterrado ao lado de sua esposa e não no casco do USS Utah, um desejo que reflete a forte ligação entre eles.

O falecimento de Upton significa que restam apenas 15 sobreviventes conhecidos do ataque a Pearl Harbor. O declínio rápido da população de veteranos da Segunda Guerra Mundial é preocupante, pois, de acordo com o National WWII Museum, dos 16,4 milhões de americanos que serviram na guerra, restam apenas 66.143 – menos de 1%. Essa crescente perda de testemunhas oculares de um evento tão crucial para a história americana é um lembrete sombrio do tempo e da fragilidade da vida humana.

Warren “Red” Upton deixa um legado inestimável de bravura, humildade e amor. Seu impacto vai além das histórias de guerra; ele representa a luta e o espírito da “Grande Geração”. Sua memória viverá em seus filhos e netos e em cada história que será contada e recontada sobre a coragem mostrada em Pearl Harbor.

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