O Natal se aproxima, e com ele a tradição de criar casas de gengibre volta a ser destaque em nossas mesas. Para muitos, essa atividade remete a momentos de diversão e criatividade em família, mas para Natalie Salerno, essa prática se transformou em uma arte impressionante. Com uma abordagem singular, Natalie se especializou em criar belas casas de gengibre inspiradas nas habitações icônicas dos filmes de Nancy Meyers, uma a cada ano. Essa jornada começou durante o isolamento da pandemia de COVID-19 e agora se tornou uma celebração do estilo visual e do charme dos lares nas películas da aclamada diretora.
O amor de Natalie por fazer casas de gengibre começou em dezembro de 2020, quando, em meio a um clima de incerteza e isolamento social, ela teve um “ímã de coragem” que a impulsionou a criar sua primeira obra-prima: a charmosa cabana de Iris do filme “O Amor Não Tira Férias”. A criatividade fluía em cada detalhe, enquanto ela aproveitava o tempo livre para trazer um pouco de magia à sua vida, assim como muitas pessoas ao redor do mundo têm feito. “Os riscos eram baixos e eu tinha tempo de sobra”, lembrou Natalie com um sorriso.
A satisfação pela realização da cabana fez com que ela decidisse aventurar-se em mais um projeto no mesmo ano, resultando na famosa Rosebud Motel de “Schitt’s Creek”. Desde então, Natalie se dedica a criar uma casa de gengibre diferente da filmografia de Nancy Meyers anualmente. Entre suas criações estão a residência dos Banks de “Um Pai de Férias” em 2022 e o townhouse de Elizabeth James de “Uma Relação de Risos” em 2023. Para este ano, ela escolheu o Napa Ranch de Nick Parker do mesmo filme, demonstrando a continuidade de sua paixão por trazer a magia das telonas para a cozinha de sua casa.
Sendo uma grande admiradora do trabalho de Nancy Meyers, Natalie expressa como as casas nos filmes da diretora são algumas das mais deslumbrantes da cinematografia, seduzindo o público em muitos níveis. “Ver essas casas ganhando vida em gengibre é sempre gratificante”, disse. Porém, criar casas de gengibre não é uma tarefa simples. Todo o processo, desde o planejamento até a decoração, demanda uma quantidade considerável de tempo e dedicação. “O planejamento leva quase tanto tempo quanto o próprio cozimento e montagem das peças”, afirmou ela.
Antes de iniciar a fabricação, Natalie coleta uma série de fotos de referência para cada casa que pretende reproduzir. Um dos desafios que ela enfrenta é que frequentemente as imagens disponíveis são limitadas, retratando apenas a frente ou laterais da casa em questão. Para superar isso, ela dedica horas utilizando lápis, régua e papel quadriculado para mapear cada parte da estrutura, criando um guia que ajudará durante a montagem. “Cada peça é etiquetada para se relacionar com esse guia, o que é fundamental para garantir que tudo se encaixe corretamente no final do processo”, explicou.
A fase de cozimento é marcada pela necessidade de coordenação e bom timing. Natalie descreve o dia de cozimento como um “jogo de tempo”, onde ela lida com peças sendo cortadas, resfriadas e assadas simultaneamente. “Tudo que sai do forno precisa ser aparado imediatamente antes de esfriar, então é um fluxo constante de trabalho”, relatou. Assim que a fase de cozimento é concluída, vem a parte mais divertida para ela: a decoração. “A parte de adicionar detalhes é a que considero mais relaxante, principalmente quando posso trabalhar com trepadeiras e tijolos.”
Com cada nova criação, Natalie se depara com pequenos detalhes que se tornam suas marcas registradas ao longo dos anos. A felicidade ao lembrar do pequeno portão azul e da placa de Rosehill Cottage de sua primeira casa é evidente em sua voz. “As cercas brancas são sempre um trabalho de amor”, diz ela. Os desafios técnicos, como os dormers da casa de “Um Pai de Férias”, oferecem novas experiências de aprendizagem e adaptação. Recentemente, ela também incorporou uma lanai delicada e coberta de heras em sua mais nova criação, além de uma piscina, que ela justifica com um toque de humor: “Sei que é meio bobo ter uma piscina na neve, mas acredito que uma casa de gengibre deve ser um pouco fantasiosa!”
Cada casa leva cerca de 50 horas para ser concluída, e Natalie se permite um período de planejamento de pelo menos três dias seguidos, além de noites após o trabalho. As criações de Natalie não apenas encantam amigos e familiares, mas também atraem um público crescente nas redes sociais. O seu trabalho começou a ganhar notoriedade quando compartilhou a cabana de “O Amor Não Tira Férias” no TikTok em 2020, onde, para sua surpresa, o vídeo viralizou. Desde então, o apoio e a gratidão que recebia de desconhecidos tornaram-se uma parte imensurável de sua identidade como artista. “É incrível saber que as pessoas esperam ansiosamente por meus projetos a cada ano”, revelou Natalie, com um toque de emoção.
A avassaladora resposta que Natalie recebe de admiradores e até mesmo de algumas empresas que solicitaram comissões para seus projetos de casas de gengibre a deixou apreensiva com a ideia de um possível hiato em sua criação. “Fico um pouco preocupada em causar alvoroço se algum dia decidir tirar um ano de folga!”, brincou ela. Assim, por meio da criatividade e talento, Natalie Salerno não apenas recria casas de filmes a partir de gengibre, mas também traz um pouco da magia do cinema para nossas vidas, provando que, mesmo em tempos difíceis, a arte e a alegria podem florescer.