Um artista de tatuagem no Arizona gerou um intenso debate nas redes sociais após compartilhar sua experiência de tatuar uma menina de apenas 9 anos de idade. O profissional, que se apresenta como Sosa e é co-proprietário do Black Onyx Empire Tattoo, usou sua conta no Instagram na terça-feira, 7 de janeiro, para relatar o ocorrido, que ocorreu no ano passado. Na postagem, Sosa revelou que a criança decidiu tatuar uma bandeira americana em seu braço, embora inicialmente ela desejasse uma tatuagem do ex-presidente Donald Trump em seu pescoço.

Na descrição da postagem, Sosa menciona que aconselhou a menina a refletir sobre a tatuagem do Trump e que ele gostaria que ela pensasse sobre essa escolha por um ano antes de tomá-la. Para desencorajá-la, o tatuador informou que ofereceu um preço diferente para a tatuagem da bandeira, na esperança de fazer a família reconsiderar a decisão. Apesar de suas tentativas de “assustar” a menina, o desejo dela de ter a bandeira americana prevaleceu.

Artista de tatuagem tatuando

A legalidade de tais procedimentos em menores no Arizona é um aspecto mencionado por Sosa. Ele esclareceu que, embora seja permitido que menores recebam tatuagens na presença de um dos pais ou responsáveis, ele se esforçou para garantir que o processo não fosse coercitivo e que a menina realmente adorasse o que estava fazendo. Recentemente, a menina, agora com 10 anos, retornou à loja, mas em vez de pedir a tatuagem de Donald Trump, ela decidiu por um retoque na bandeira que já havia feito.

A repercussão negativa da postagem levou Sosa a desativar os comentários em seu perfil. “Estou recebendo muita crítica por causa disso,” declarou ele à AZFamily. “Meus funcionários também estão recebendo críticas. Meu negócio, estou recebendo tantas avaliações negativas no Google.” Além disso, a página do estúdio no Facebook também foi alvo de uma onda de comentários negativos.

Apesar do assédio, Sosa defende sua decisão. Durante entrevistas, ele explicou que a família da menina é originária da Turquia e ressaltou a importância de respeitar suas raízes e crenças. “Eles estavam muito gratos por estarem aqui nos Estados Unidos. Eles me disseram que viam o Donald Trump como um herói,” contou Sosa à AZFamily.

Sosa também comentou que em geral fixa sua idade mínima para realizar tatuagens em 15 anos, sempre com consentimento dos pais, mas se sentiu contente por ter feito uma exceção para a jovem. Ele assegurou que não promove a ideia de que crianças devem fazer tatuagens e que não tatua seus filhos. Ele ainda expressou a necessidade de que existam leis e regulamentos que limitem as idades para este tipo de procedimento.

Este caso levanta questões complexas sobre a liberdade de expressão, os direitos dos pais na educação de seus filhos, bem como as implicações sociais e morais de se fazer tatuagens em crianças. Num mundo onde a imagem e a estética têm um papel cada vez mais significativo, é fundamental discutir até onde vai a liberdade individual e a responsabilidade social. Reflexões sobre o que significa tatuar a própria pele em tenra idade podem gerar conversas sobre identidade, cultura e os desafios envolvidos em decisões que, para muitos, podem parecer prematuras.

Num cenário mais amplo, o debate sobre tatuagens em jovens continua a ser um tema polêmico, e a história de Sosa e da menina provavelmente permanecerá como um exemplo emblemático dessa discussão. As reações negativas que ele recebeu, mais do que um simples ataque pessoal, refletem a luta mais ampla em torno de normas sociais e expectativas culturais dentro da sociedade moderna.

Como podemos ver, as tatuagens podem ser mais do que apenas arte na pele; elas podem representar valores, histórias e até mesmo a cultura de um grupo. Assim, a polêmica gera um convite à reflexão sobre até que ponto devemos permitir que jovens expressem suas identidades, especialmente em um mundo tão diversificado e em constante mudança.

Similar Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *