Uma tragédia abalou a Coreia do Sul no final de dezembro, quando um voo de passageiros operado pela Jeju Air se acidentou em Muan, resultando na morte de 179 pessoas. Em um desenvolvimento recente que gerou ainda mais preocupações e especulações, as autoridades sul-coreanas informaram que as caixas pretas da aeronave, analisadas pelo National Transportation Safety Board (NTSB) dos Estados Unidos, deixaram de registrar dados apenas quatro minutos antes do impacto. Uma lacuna de informações que, sem dúvida, complicará a investigação.
De acordo com o Ministério dos Transportes da Coreia do Sul, tanto o gravador de dados de voo (FDR) quanto o gravador de voz da cabine (CVR) pararam de gravar em torno de quatro minutos antes do acidente, deixando um vazio realmente preocupante na reconstrução dos eventos que levaram a essa catástrofe. O Boeing 737-800, que falhou em implantar seu trem de pouso e acabou colidindo com uma estrutura de concreto, acendeu um alerta sobre a segurança das operações aéreas no país. Apenas dois dos 181 passageiros e tripulantes a bordo sobreviveram, o que mostra a gravidade da situação.
Após o acidente, autoridades sul-coreanas enviaram as caixas pretas para uma análise mais aprofundada junto ao NTSB, cientes de que partes dos dados estavam faltando. A ausência de informações nos últimos quatro minutos é um fator alarmante, pois esses dados são considerados cruciais para investigar as causas dos acidentes aéreos. Como já declarado pelo Ministério dos Transportes, “as investigações são conduzidas através da análise de várias fontes de informação, e estamos comprometidos em descobrir a causa do acidente”.
A situação se torna ainda mais tensa quando consideramos o aviso enviado pelos controladores de tráfego aéreo ao piloto, alertando sobre possíveis colisões com aves apenas dois minutos antes de o avião emitir um sinal de emergência. Após esse alerta, o piloto tentou realizar um pouso de emergência, um esforço que se revelou fatal.
Em resposta ao desastre, o governo sul-coreano ordenou imediatamente uma inspeção abrangente em todas as aeronaves Boeing 737-800 operadas por companhias aéreas do país, uma medida que envolve dezenas de aeronaves. Além disso, especialistas levantaram a questão da segurança do Aeroporto de Muan, ligando a alta contagem de mortes à estrutura do sistema localizador do aeroporto, o qual foi atingido pelo avião no momento da queda. O localizador, projetado para guiar as aeronaves durante o pouso, estava instalado em uma estrutura de concreto que, após o choque, levantou dúvidas sobre a adequação dos materiais utilizados para sua construção. Se o impacto pudesse ter sido mitigado por um material mais leve, muitas vidas poderiam ter sido salvas.
Essa tragédia não apenas expõe a fragilidade do sistema de transporte aéreo na região, mas também levanta questionamentos profundos sobre os padrões de segurança nas operações de voo. Os desdobramentos dessa investigação serão cruciais não apenas para a Coreia do Sul, mas para a aviação global, que observa atentamente os resultados e as medidas de segurança que poderão ser implementadas no futuro.