Nova York
CNN
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Donald Trump, o ex-presidente dos Estados Unidos, está movendo um apelo junto ao juiz Juan Merchan em relação a duas decisões que rejeitaram suas tentativas de anular sua condenação no caso do pagamento de silêncio. Além disso, Trump está buscando um adiamento para sua sentença, que está marcada para a próxima sexta-feira. Essa situação ocorre em um momento decisivo, no mesmo dia em que ele será certificado como o vencedor da eleição presidencial de 2024, marcando quatro anos desde que ele tentou contestar sua derrota eleitoral, cuja culminância resultou em um motim de seus apoiadores no Capitólio dos EUA.
A apelação de Trump é um reflexo de sua persistente luta legal em meio à sua ascensão política. Este evento ocorre apenas algumas horas antes de um marco importante para sua carreira política: a certificação de sua vitória na eleição presidencial. Esta informação, por si só, adiciona uma camada de tensão ao que já é uma narrativa tumultuada e multifacetada. Durante a sua condenação anterior, Trump enfrentou 34 acusações de falsificação de registros comerciais, que se referem a pagamentos feitos à sua ex-advogada, Michael Cohen, para reembolsar um pagamento de silêncio de 130 mil dólares a Stormy Daniels, uma atriz de filmes adultos, para silenciar alegações de um possível caso entre os dois, o que Trump sempre negou.
Na última sexta-feira, o juiz Merchan já havia rejeitado a tentativa de Trump de anular sua condenação sob a alegação de que, por ter sido eleito presidente, deveria ter imunidade. Na ocasião, Merchan marcou a audiência de sentença no caso do pagamento de silêncio, mas deixou claro que Trump não enfrentará pena de prisão. Este detalhe acalenta esperanças em seus apoiadores, mas também suscita muitas questões sobre a continuidade de sua carreira política, principalmente considerando que ele se reafirma como uma figura polarizadora em função de sua retórica e de suas ações passadas.
Os advogados de Trump solicitaram que a audiência de sentença fosse suspensa até que seus apelos sejam totalmente resolvidos. Em sua argumentação, eles apresentaram ao tribunal que a audiência programada para o dia 10 de janeiro de 2025 deveria ser cancelada, ressaltando ainda que toda a linha do tempo do caso deveria estar suspensa enquanto as questões de imunidade do presidente fossem examinadas e decididas. Os advogados alegam que isso deve resultar na anulação deste caso que, segundo eles, nunca deveria ter sido instaurado.
Trump foi condenado em maio deste ano e sua situação se torna ainda mais complicada com as particularidades relacionadas ao contexto político atual. Como foi registrado na condenação, ele foi considerado culpado de falsificar registros comerciais com o intuito de ocultar o pagamento feito a Daniels e, por consequência, alterar o resultado de uma eleição. A gravidade das acusões deixa claro como o impacto do caso se estende para além das portas do tribunal, afetando sua imagem e sua viabilidade política futura. Os sentimentos de indignação e apreensão entre seus opositores demonstram que este caso é apenas uma parte do quebra-cabeça do que vem a ser um estado político americano polarizado.
Vale lembrar que, inicialmente, Trump estava programado para ser sentenciado em julho, mas a data foi postergada devido a recentes decisões da Suprema Corte relacionadas a imunidade presidencial. O juiz Merchan, por sua vez, em novembro passado, já havia rejeitado outra tentativa de Trump de derrubar o caso. Esse novo desdobramento pronto para as próximas semanas acena com possíveis repercussões não apenas jurídicas, mas também políticas para o ex-presidente que busca retomar o controle de sua narrativa pública enquanto se prepara para um novo embate no cenário eleitoral.
Esta história foi atualizada com novos desdobramentos.