O 119º Congresso dos Estados Unidos se inicia nesta sexta-feira, trazendo consigo uma nova era de controle republicano em Washington, marcada por um embate crucial pela liderança, que decidirá quem ocupará a posição de presidente da Câmara dos Deputados. Este processo não é apenas um simples jogo de política; trata-se de um teste significativo para o partido, refletindo a fragmentação que impera na atual composição da Câmara. O maior desafio na escolha do novo presidente é a matemática dos votos, especialmente em um contexto em que o partido republicano possui a maioria mais estreita em quase um século. A eleição do novo presidente da Câmara ocorre em um momento crítico, já que a data marcada para a contagem dos votos eleitorais e a finalização dos resultados das eleições presidenciais se aproxima, o que traz uma série de incertezas ao processo.

Mike Johnson está na disputa para continuar à frente da Câmara, contando com o apoio do presidente eleito Donald Trump. No entanto, o representante enfrenta um cenário desafiador, pois só pode se dar ao luxo de perder um único voto republicano se todos os legisladores comparecerem e votarem. O representante Thomas Massie, do Kentucky, já se declarou contra a candidatura de Johnson, e um grupo de cerca de uma dúzia de outros republicanos ainda não se comprometeu a votar a favor dele. Enquanto isso, a pressão aumenta, pois, se a Câmara não conseguir eleger um novo presidente até a próxima segunda-feira, 6 de janeiro, o Congresso poderá entrar em um território sem precedentes.

Entenda a exigência de votos para a candidatura de Johnson

Para ser eleito presidente da Câmara, um candidato precisa obter a maioria dos votos computados. Com 435 membros, a maior parte dos votos necessários para a vitória é de 218. No entanto, quando o novo Congresso se reunir para a votação, provavelmente haverá uma vaga, pois o ex-representante republicano Matt Gaetz da Flórida, que foi eleito, já declarou que não assumirá seu cargo. Isso significa que a contagem de membros cairá para 434, entre os quais 219 são republicanos e 215, democratas. Portanto, para ganhar, require-se os mesmos 218 votos, considerando ao menos um voto de cada lado.

Quem pode votar e como funciona o processo

Uma parte interessante desse processo é que os membros têm a liberdade de votar em qualquer pessoa que desejarem, independentemente de o indicado estar ou não entre os candidatos oficiais. Isso significa que um legislador pode, por exemplo, optar por abster-se simplesmente dizendo “presente” durante a votação. Contudo, a maioria dos legisladores tende a votar no líder de seu partido, o que pode facilitar o curso da eleição, mas também revela que, considerando as divisões internas do partido, resultados inesperados não estão fora do âmbito das possibilidades.

O que acontece se nenhum candidato alcançar os 218 votos?

Embora 218 seja considerado o número mágico, na prática, é possível que um candidato tenha sua eleição consumada com menos votos se alguns membros não votarem ou votarem “presente”. Por exemplo, se uma pessoa optar por não comparecer ou afirmar “presente”, a quantidade total de votos pode cair para 433, reduzindo o número necessário para a vitória para 217. Isso implica que a dinâmica de votos pode ser crucial em um cenário já desafiador para Johnson, que pode enfrentar uma luta de múltiplas rodadas de votação se não conseguir os votos suficientes na primeira chance.

Como será a eleição do novo presidente da Câmara

O novo Congresso começará seus trabalhos ao meio-dia do dia 3 de janeiro, e o primeiro grande item da agenda na Câmara será a eleição do presidente. Antes de qualquer votação, os candidatos devem ser indicados. A deputada republicana Lisa McClain de Michigan deve fazer um discurso de indicação para Johnson, enquanto o deputado democrata Pete Aguilar da Califórnia deverá apoiar o líder democrático da Câmara, Hakeem Jeffries. É importante notar que qualquer membro pode fazer uma indicação, o que pode gerar um leque ainda maior de candidatos, refletindo a diversidade política atual. Durante a votação, um escrutador chamará os membros por ordem alfabética, permitindo-lhes expressar seu apoio a um candidato. Ao final, existe ainda a possibilidade para os que não votaram se manifestarem a favor de qualquer candidato, aumentando ainda mais a complexidade do processo.

Possíveis complicaçōes no processo de votação e a pressão sobre a certidão de votos de Trump

Os aliados de Johnson estão projetando confiança de que ele poderá assegurar a presidência da Câmara, mas também se preparam para a possibilidade de que o processo se estenda por várias rodadas de votação. Em um dado momento, em 2023, o então presidente da Câmara, Kevin McCarthy, precisou de 15 rodadas de votação ao longo de vários dias para ser finalmente eleito. Caso Johnson não consiga vencer no primeiro giro de votação, a Câmara terá que realizar uma segunda votação, mas isso também poderá levar a um possível recuo para que líderes republicanos possam reorganizar suas estratégias. Vários cenários estão sendo discutidos nos bastidores, incluindo a possibilidade da nomeação de um presidente interino para guiar o processo de certificação até que um novo líder permanente possa ser escolhido.

Por fim, é imperativo observar que, se não houver presidente, a Câmara não pode efetivamente exercer sua função legislativa. O processo de certificação da eleição de Trump poderia ser significativamente atrasado, interferindo em prazos que são críticos, principalmente com a data de posse se aproximando rapidamente. Sem um presidente, o caos pode se instalar, e a incerteza política poderá trazer consequências que ressoarão ao longo do novo Congresso e da administração que se segue. As maneiras de superar esses desafios ainda estão em discussão e os membros do Congresso enfrentarão uma pressão considerável nas próximas semanas para estabelecer uma liderança eficaz e contínua.

Esta análise foi baseada em compromissos e informações pertinentes ao desenvolvimento dos eventos políticos atuais. Colaboradores da CNN também contribuíram com este relato.

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