Na década de 1990, Gretchen Mol era um nome em ascensão no cenário de Hollywood, uma verdadeira “it girl” que dividia a tela com grandes estrelas como Matt Damon, Jude Law e Leonardo DiCaprio. Sua popularidade foi consolidada quando foi capa da famosa revista Vanity Fair em 1998, sendo aclamada como a “it girl” da época. No entanto, ao completar 52 anos, Mol revela que sua vida e carreira tomaram um rumo bem diferente e, surpreendentemente, ela não tem arrependimentos sobre essa mudança.

“Sempre haverá novos rostos frescos em Hollywood”, diz a atriz, em conversa com a publicação PEOPLE, acompanhada de uma risada. “É um ciclo constante que se renova. É um negócio que adora a juventude — isso é uma realidade, mas está tudo bem. Acho que envelhecer como atriz, na verdade, pode te libertar. Você adquire mais sabedoria, e vive mais altos e baixos, onde o que está em jogo não é tão alto.”

Além de sua nova perspectiva sobre a carreira, Mol compartilha que, atualmente, aprecia a arte de atuar por razões diferentes, afirmando: “Meus trabalhos se tornaram mais sobre a diversão e o processo de criação, em vez de sobre o que as pessoas vão pensar do resultado ou o que vão dizer sobre mim.”

Gretchen Mol participa da Gala do National Board of Review em 1998

Atualmente, ela estrela o próximo filme dramático e cômico, Millers in Marriage, dirigido pelo escritor e diretor Ed Burns, e se afastou da vida agitada de Nova York, mudando-se para os Berkshires durante a pandemia de COVID-19. A decisão de permanecer na região foi motivada pela busca de um ambiente mais tranquilo para criar seus dois filhos, junto a seu marido, o diretor Tod Williams. “Ainda vamos à cidade quando precisamos, mas os filhos frequentam a escola local”, explica Mol, referindo-se ao seu filho de 17 anos e à filha de 14. “É uma comunidade pequena e adorável que encontramos aqui. A maioria das pessoas, eu sei o que fazem da vida, e elas sabem o que eu faço. E é muito bom estar com eles, conhecer seus nomes. São realmente pessoas maravilhosas.”

Pela forma como descreve esse novo capítulo de vida, é evidente que a atriz aprecia a conexão mais pessoal que tem com os vizinhos, algo bem distinto de sua experiência anterior em Hollywood. “Vale tudo! Na verdade, é um mundo completamente diferente do que eu conheci quando estava começando minha carreira, em uma época anterior às redes sociais. A Vanity Fair, em particular, tinha um significado de uma forma que, se eu tentasse explicar a meus filhos, eles simplesmente diriam: ‘O quê?’”

No filme Millers in Marriage, Gretchen Mol interpreta uma mulher em seus cinquenta anos que, embora já tenha sido uma rock star, agora enfrenta um casamento fracassado e se pergunta se é tarde demais para fazer escolhas diferentes. A atriz revela que o diálogo do script ressoou com suas próprias experiências de vida, afirmando: “São conversas que tenho com amigas sobre essa fase da vida, quando os filhos estão mais crescidos e menos exigentes em termos de tempo e atenção, e você começa a redescobrir quem era antes da maternidade.”

“Tive a sorte de continuar trabalhando enquanto criava meus filhos, mas minhas prioridades mudaram”, explica Mol. “Agora, tenho mais tempo para refletir sobre aquelas atividades que sempre desejei realizar.” Entre essas atividades, ela menciona sua disposição para interpretar um possível spinoff de Yellowstone, onde teria a oportunidade de explorar sua personagem Evelyn Dutton. “Eu adoraria isso!” disse ela, lamentando que sua personagem tenha morrido no primeiro episódio. “Há muito a explorar, especialmente sobre a relação mãe-filha.”

Julianna Margulies, Ed Burns e Gretchen Mol durante a exibição de 'Millers in Marriage' em Nova York

Ela fez manchetes em 2017 ao escrever um artigo para The Hollywood Reporter sobre os rumores maldosos de que teria tido um romance com Harvey Weinstein para conseguir papéis. Mol explicou que a fofoca começou em um site de “gossip” e se proliferou de formas que ela nunca poderia imaginar. “Ao longo dos anos, isso foi sendo ainda mais distorcido, tornando-se cada vez mais bizarro… mas a mensagem salace e misógina da fábula permaneceu a mesma: Em Hollywood, uma jovem mulher deve construir sua carreira humilhando-se e dormindo com homens poderosos”, disse ela.

Gretchen Mol expressou sua frustração com o fato de que muitos estavam prontos para acreditar nessa história infundada. “A parte que realmente me deixou furiosa foi que não era como se eu tivesse uma carreira gigantesca”, disse ela. “Se eu tivesse um grande sucesso, talvez tivesse que aguentar as críticas, mas sempre fiz filmes independentes”, completou, enfatizando sua gratidão na oportunidade de abordar o assunto que representa uma verdade amarga na indústria do entretenimento.

A mudança de Gretchen Mol para uma vida mais tranquila fora de Nova York representa uma nova fase em sua jornada criativa, na qual a busca pela autenticidade e conexão pessoal parece ser priorizada em detrimento da fama. Com sua sabedoria e experiências de vida, ela se mostra disposta a enfrentar os desafios e escolher as oportunidades que ressoam com quem realmente é.

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