CNN
—
Na manhã de terça-feira, o homem acusado de matar uma mulher no metrô de Nova York ao incendiá-la no mês passado se declarou inocente das acusações de homicídio e foi ordenado a permanecer detido sem direito a fiança. Este incidente, ocorrido em dezembro, chocou a comunidade e levantou preocupações sobre a segurança nos transportes públicos da cidade, especialmente após uma série de eventos violentos nos últimos anos.
Sebastian Zapeta-Calil, de 33 anos, é um imigrante indocumentado da Guatemala e foi formalmente acusado de homicídio em primeiro e segundo graus, além de incêndio. As circunstâncias do crime, conforme descritas nas alegações, são aterrorizantes e abrem um leque de questões sobre a segurança no transporte público. A CNN tentou contatar o advogado de Zapeta-Calil para obter um comentário sobre o caso, mas não obteve retorno até o momento.
De acordo com as autoridades, Zapeta-Calil abordou a vítima, Debrina Kawam, de 57 anos, que dormia tranquilamente em um trem F em direção à estação Coney Island-Stillwell Avenue, em Brooklyn. Ele usou um isqueiro para incendiar suas roupas e o cobertor com que estava envolvida, o que desencadeou uma tragédia que resultou na morte da mulher.
De acordo com uma queixa formal registrada no Tribunal Criminal do Brooklyn, Kawam morreu de homicídio devido a lesões térmicas e inalação de fumaça. Isso suscita não apenas a indignação pública, mas também um debate sobre a proteção das pessoas vulneráveis que utilizam o transporte público, uma questão que ainda precisa ser abordada de maneira eficaz pelas autoridades.
O ataque brutal gerou uma onda de medo entre os nova-iorquinos, que já estão preocupados com a segurança geral na cidade. Nas últimas semanas, vários ataques violentos em locais públicos ergueram alarmes sobre a segurança no metrô, um local que muitos cidadãos utilizam diariamente. A situação exige uma resposta das autoridades para assegurar que os usuários se sintam seguros ao serem transportados.
Durante uma audiência inicial em dezembro, Zapeta-Calil afirmou não ter conhecimento do incidente e citou o consumo de álcool como uma possível causa de sua falta de lembrança. No entanto, de acordo com o promotor assistente Ari Rottenberg, ele se identificou em fotografias relacionadas ao ataque, o que levanta questões sobre sua defesa e sinceridade.
Um vídeo de vigilância do incidente, que aparentemente mostra Zapeta-Calil sentado em um banco em frente ao vagão e assistindo Kawam em chamas, foi crucial para que a polícia conseguisse identificar o suspeito. As imagens chocantes lançam uma nova luz sobre a necessidade de sistemas de segurança mais rigorosos em meios de transporte público, onde a vigilância poderia servir como um dissuasor a atos de violência.
Logo após o ataque, as autoridades divulgaram imagens da vigilância e de câmeras corporais da polícia. Essas imagens foram reconhecidas por três estudantes do ensino médio, que imediatamente relataram ao departamento de polícia, resultando na localização de Zapeta-Calil num trem do metrô em Midtown Manhattan cerca de oito horas após o crime. Ao ser abordado, ele foi encontrado com um isqueiro na bolsa, evidência que liga o suspeito diretamente ao ato criminoso.
Consta que Zapeta-Calil havia sido deportado em 2018 e, em seguida, retornou aos Estados Unidos ilegalmente, conforme informes de autoridades federais de imigração. Seu último endereço registrado em relatórios de prisão era um abrigo para homens em Brooklyn, focado em ajudar aqueles que lutam contra o abuso de substâncias. Este fato complica ainda mais um caso que já é complexo e exige uma análise cuidadosa das circunstâncias que levaram a esse ato extremo de violência.
O promotor do Brooklyn, Eric Gonzalez, destacou a seriedade das acusações, enfatizando que o homicídio em primeiro grau pode levar à possibilidade de prisão perpétua. Gonzalez expressou confiança nas provas coletadas até o momento e afirmou que seu escritório se compromete a responsabilizar Zapeta-Calil por seus atos “covardes”. Essa declaração aponta para um processo judicial que pode se arrastar, enquanto o público aguarda justiça para a vítima e sua família.
Este é um caso em desenvolvimento que continua a mobilizar a atenção da mídia e do público, refletindo sobre questões de segurança urbana, justiça e como a sociedade pode melhorar as condições de vida das pessoas em situação de vulnerabilidade, especialmente as que usam o transporte público. A sociedade e as autoridades precisam trabalhar juntas para garantir que tais tragédias não se repitam no futuro.
Fontes: CNN, Departamento de Polícia de Nova York, Promotoria do Brooklyn