A questão da saúde mental elevou-se a novos patamares de discussão nos últimos anos, destacando a história de muitos que enfrentam desafios nessa área. Um dos casos mais instigantes é o do correspondente da ABC News, James Longman, que lançou recentemente um livro intitulado The Inherited Mind, onde compartilha sua própria jornada com a depressão e a complexa herança genética que a acompanha. Longman, que perdeu seu pai, diagnosticado com esquizofrenia, quando tinha apenas nove anos, abre o coração para discutir como esses eventos moldaram sua visão sobre a saúde mental e a importância da esperança em meio à adversidade.
Em uma entrevista exclusiva para a PEOPLE, o jornalista britânico, atualmente com 39 anos, fala sobre as motivações que levaram à escrita de sua biografia e a profunda conexão entre sua história familiar e as suas lutas pessoais. Ele revela que, embora a genética tenha um papel crucial na sua batalha contra a depressão, foi a descoberta de que essa herança não define seu destino que o ajudou a seguir adiante. Longman diz: “Consegui desconectar a doença do meu pai da tristeza que experimentei. Compreender a genética da saúde mental me fez entender melhor o que estava acontecendo comigo como algo separado do que aconteceu com ele.”
A relação que Longman estabelece entre sua condição e a herança genética de sua família é um tema central em The Inherited Mind. “Se você herda uma predisposição à depressão ou ao transtorno bipolar, também herda a capacidade de curar e pode transmitir essa habilidade a seus filhos. Quero que as pessoas saibam que essa é a principal mensagem do livro, que os genes não são seu destino”, afirma. Essa perspectiva é um bálsamo para muitos que, como ele, carregam a carga do que a ciência tem a dizer sobre a doença mental em suas famílias.
Além de refletir sobre sua própria vida, Longman oferece uma visão detalhada da luta de muitos que enfrentam problemas de saúde mental. Ele enfatiza que não há vergonha em ter pensamentos depressivos ou em ter uma família que pode não parecer completa. Em um tom encorajador, ele diz: “Não importa quão danificado você se sinta ou quão complicada sua origem possa ser, sempre há esperança para o futuro.” Este sentimento ressoa muito nos dias atuais, especialmente num mundo onde o estigma relacionado à saúde mental continua a ser um desafio.
No relato de Longman, ele se recorda claramente do momento devastador em que recebeu a notícia da morte de seu pai, um evento que o marcou profundamente. Ele ainda preserva a memória vívida da frieza de uma manhã de outono quando foi chamado pelo seu educador. A forma como o homem, que ele considerava um protetor, anunciou a tragédia é uma lembrança que perdura. A dor daquela perda foi exacerbada pela confusão e a incerteza daquela jovem mente, que ainda tentava entender a vida e a morte.
Longman também menciona o apoio de seu marido, Alex Brannan, cuja família apresenta um contraste notável em relação à sua própria experiência. Essa observação proporcionou um novo entendimento sobre a saúde mental e a possibilidade de criar um futuro mais saudável. “Eu me lembrei de que seres humanos têm essa incrível capacidade de curar”, diz ele, ressaltando que, mesmo diante de um legado genético desafiante, é possível quebrar ciclos e desenvolver uma nova trajetória. Esse entendimento, aliado à sua fé na possibilidade de cura, é um tema recorrente e essencial ao longo do livro.
Longman revela que a ideia de escrever esse livro sempre esteve presente em sua mente, mas o processo levou anos para se concretizar. A busca por uma narrativa que fosse informativa e útil para os leitores foi um aspecto chave de sua jornada. O autor reconhece que sua experiência, embora profundamente pessoal, pode servir como um farol para outros que enfrentam desafios semelhantes. “Não há nada de vergonhoso em ter pensamentos depressivos e uma família que pode não parecer tão unida”, enfatiza, lembrando que compartilhar essas experiências é crucial para desmantelar o estigma ao redor das questões de saúde mental.
A conclusão do relato de Longman é clara: há sempre esperança e um caminho para a recuperação. Com The Inherited Mind, ele fornece não apenas um olhar sobre sua própria vida, mas também uma mensagem poderosa sobre a importância da compreensão e apoio mútuo na jornada da saúde mental. O livro já está disponível em livrarias, convidando os leitores a explorar essa narrativa profunda sobre legado e cura.
Para mais informações sobre saúde mental e recursos, consulte instituições reconhecidas como a NAMI (National Alliance on Mental Illness). O livro The Inherited Mind está disponível na maioria das plataformas de venda de livros.