O mundo do entretenimento não para de surpreender! Recentemente, o ator e diretor Justin Baldoni apresentou uma ação judicial de grande repercussão contra o jornal New York Times, solicitando a impressionante quantia de $250 milhões. Este processo surge em meio a uma polêmica que envolve a sua coestrelinha Blake Lively, que o acusou de assédio sexual durante as filmagens do filme “It Ends With Us”. Baldoni afirma que o artigo publicado pelo NY Times está repleto de “inverdades, deturpações e omissões” e se baseia predominantemente na “narrativa egoísta” de Lively.

A confusão começou quando Lively fez uma denúncia formal ao Departamento de Direitos Civis da Califórnia em dezembro, alegando que Baldoni não só a assediou sexualmente, mas também retaliou contra ela após suas queixas. Em sua declaração, Lively afirmou que Baldoni e sua equipe vazaram informações prejudiciais com a intenção de destruir sua reputação profissional. A revelação de Lively foi noticiada inicialmente pelo New York Times em um artigo de 4.000 palavras, intitulado “‘Podemos enterrar qualquer um’: Dentro de uma máquina de difamação em Hollywood”, que foi publicado em 21 de dezembro. Surpreendentemente, o conteúdo desse artigo incluiu detalhes de sua queixa ao Departamento de Direitos Civis, informação que, em geral, permanece confidencial.

Após a publicação da matéria e o avanço das denúncias de Lively, Baldoni enfrentou algumas consequências significativas em sua carreira; ele foi dispensado pela agência de talentos WME, a qual também representa Lively e seu marido, Ryan Reynolds. Lively recebeu forte apoio em Hollywood, sendo que a SAG-AFTRA, a união dos atores, emitiu um comunicado reiterando seu apoio a ela, enquanto a Sony, estúdio responsável pela produção de “It Ends With Us”, também demonstrou apoio à atriz. Esse ambiente fervoroso de apoio parece ter gerado uma cisão significativa na indústria cinematográfica.

Agora, Baldoni não se faz de rogado e alega que Lively fabricou as acusações para obter controle sobre o filme e, posteriormente, para moldar sua imagem pública com “alegações sensacionalistas e impactantes” à custa dele. Na documentação de sua ação judicial, Baldoni descreve a estratégia de Lively como “cínica” e “manipulativa”, afirmando que ela usou as acusações de assédio sexual para afirmar controle unilateral sobre cada aspecto da produção. O documento legal enfatiza que Lively tentou afastar o público do seu papel no escândalo, culpando Baldoni por sua própria queda na opinião pública, em um contexto onde a fama pode ser uma espada de dois gumes, mas, segundo Baldoni, as táticas dela são inaceitáveis.

A ação judicial afirma ainda que o New York Times falhou gravemente em manter sua “integridade jornalística” ao não verificar as alegações de Lively, que Baldoni considera serem infundadas e não comprovadas. Baldoni destaca que o jornal “se baseou quase exclusivamente na narrativa autoindulgente de Lively, extraindo-a quase palavra por palavra e ignorando uma abundância de evidências que contradizem suas alegações e expõem seus verdadeiros motivos”. Um representante do NY Times, em resposta ao processo, garantiu que o veículo pretende “defender vigorosamente contra a ação”.

Em um comunicado ao CNN, Danielle Rhoades Ha, porta-voz do NY Times, afirmou que o papel de uma organização de notícias independente é seguir os fatos onde quer que eles levem. Ressaltou que o artigo foi “meticulosamente e de forma responsável” elaborado, com base em milhares de páginas de documentos originais, incluindo mensagens de texto e e-mails que foram citados de forma precisa e extensiva no artigo. Para apimentar ainda mais a história, ela alegou que, até o momento, Baldoni, sua produtora, e os demais alvos do artigo não apontaram um único erro. É a típica batalha de narrativas em que “quem grita mais alto venceu” parece não ser a regra deste embate.

Os advogados de Lively, no entanto, por sua vez, afirmaram ao CNN que “nada nesta ação judicial muda qualquer coisa” sobre as alegações de Lively. Lively inicialmente havia apresentado uma queixa contra Baldoni e sua empresa de produção Wayfarer ao Departamento de Direitos Civis da Califórnia, mas agora seus advogados também impetraram uma queixa federal para fortalecer suas alegações. “Estamos ansiosos para responder a cada uma das alegações de Wayfarer em tribunal”, afirmaram os advogados da atriz.

O processo de Baldoni foi protocolado pelo advogado Bryan Freedman no Tribunal Superior de Los Angeles, abrangendo não apenas Baldoni, mas também a Wayfarer Studios, seu parceiro de produção Jamey Heath, que também foi acusado de assédio sexual por Lively, e sua assessora de comunicação e gerenciamento de crise, Jennifer Abel e Melissa Nathan.

O filme “It Ends With Us”, que Baldoni dirigiu e estrelou ao lado de Lively, é uma adaptação do livro homônimo que aborda a violência doméstica e a complexidade das relações amorosas. O estúdio Wayfarer adquiriu os direitos do livro, e o filme se tornou um sucesso nas bilheteiras. Contudo, as controversas alegações de Lively motivaram um turbilhão de reações, incluindo mensagens de texto que Lively alega ter ligação com uma “campanha de manipulação social” organizada pelos representantes de Baldoni para prejudicá-la.

Desse modo, o processo de Baldoni se detém em fornecer provas em forma de mensagens de texto que, segundo Freedman, evidenciam que as mensagens mencionadas na queixa inicial de Lively foram “manipuladas”. Ele alega que o New York Times “omitiu intencionalmente” textos que contradizem a narrativa de Lively. O processo também responde diretamente a uma das alegações mais graves feitas por Lively; na qual se afirma que Baldoni e Heath “entraram em seu trailer de maquiagem sem convite enquanto ela estava despida, inclusive quando estava amamentando”. Baldoni contrapõe essa afirmação citando uma mensagem que parece ser de Lively para ele, na qual diz: “Estou apenas bombeando no meu trailer, se você quiser trabalhar em nossas falas”. (É importante notar que o CNN não verificou a autenticidade de nenhuma das mensagens de texto).

Após a apresentação da queixa de Lively, uma “bola de neve” de acusações e trocas de provocações se desenrolou entre os lados, levantando questões sobre como as mensagens de texto privadas foram adquiridas. Uma ação judicial subsequente foi instaurada por uma ex-assessora de Baldoni, Stephanie Jones, alegando que as mensagens de texto vieram do celular de uma de suas funcionárias, Abel — atual assessora de Baldoni — que também estava entre os indivíduos que Lively acusou de orquestrar uma campanha de difamação contra ela. Baldoni, junto com Heath, Abel, Nathan e a Wayfarer, todos negam as alegações de Lively e sustentam que foi a própria Lively quem vazou informações negativas sobre Baldoni.

Freedman, representante legal de Baldoni, descreveu as alegações de Lively como “completamente falsas, ultrajantes e intencionalmente sensacionalistas, com a intenção de magoar publicamente e reavivar uma narrativa na mídia”. Mais uma vez, as tensões escalaram quando Freedman classificou Lively, sua equipe e o New York Times como participantes de uma “campanha de difamação cruel”, onde eles premeditaram o resultado de sua história, ajudando e encorajando sua própria devastadora campanha de relações públicas com o objetivo de revitalizar a imagem pública enfraquecida de Lively.

“Enquanto do lado deles abraçam verdades parciais, nós aceitamos a verdade completa”, comentou Freedman, que se comprometeu a apresentar toda a comunicação que suporta sua defesa. O desenrolar dessa intriga no mundo do cinema promete ser tanto intrigante quanto educativo, mostrando o quão rapidamente as situações podem se transformar em batalhas jurídicas em um piscar de olhos.

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