A relação de Lily-Rose Depp com o filme Edward Scissorhands (1990) é nada menos que complexa. Durante a promoção de seu mais recente filme de terror, Nosferatu, em uma entrevista à Harper’s Bazaar U.K., a talentosa atriz de 25 anos compartilhou memórias de sua infância, revelando como o clássico de Tim Burton a impactou de forma negativa. Acompanhada dos pais, Johnny Depp e Vanessa Paradis, Lily-Rose assistiu ao filme pela primeira vez aos três anos, uma experiência que a deixou emocionalmente abalada.
“Eu fiquei traumatizada com isso”, confessou Lil-Rose, relembrando da maneira como as pessoas tratavam Edward, o personagem interpretado por seu pai. “Não porque eu achasse ele assustador, mas porque todo mundo estava sendo tão cruel com ele, e isso me deixou muito triste.” Essa declaração reflete não apenas os sentimentos de uma criança, mas também uma perspectiva crítica sobre a empatia que ela sentia pelo seu pai nas dificuldades que seu personagem enfrentava ao longo da trama, que culmina em um final decepcionante, com Edward sendo perseguido e rejeitado pela sociedade. Desde então, Lily-Rose admitiu que se recusou a reassistir ao filme, pois a cena final ainda a perturba. “Eu lembro de ter ficado petrificada com aquilo, o que é estranho, porque não tenho muitas memórias daquela idade,” continuou ela, ressaltando que essa lembrança se tornou um marco em sua infância.
A busca por manter a privacidade em meio à fama crescente
Além de compartilhar suas memórias sobre Edward Scissorhands, Lily-Rose também falou sobre seus esforços para manter uma vida privada enquanto constrói sua própria carreira no mundo do entretenimento. A pressão e a notoriedade vêm aumentando à medida que ela se dedicou a novos projetos, e a jovem atriz tem se esforçado para “proteger um senso de anonimato” conforme sua fama cresce. As astutas reflexões sobre sua infância e agora sua vida como uma artista reconhecida oferecem um vislumbre da dualidade entre ser filha de uma estrela de Hollywood e afirmar sua própria identidade profissional.
Vale lembrar que Edward Scissorhands não apenas marcou a carreira de Johnny Depp, mas também se tornou um ícone cultural. Ao longo dos anos, o filme tem influenciado uma geração inteira, mantendo viva a discussão sobre aceitação e empatia. Conversas sobre o filme foram novamente trazidas à tona no documentário intitulado “Making Edward Scissorhands”, que estreou no Festival de Cinema de Tribeca em junho de 2024. Neste documentário, Jonny e Tim Burton refletem sobre o legado do filme. Manifestações de interesse por papéis nesse filme foram feitas até mesmo por grandes estrelas como Tom Hanks e Michael Jackson antes que Johnny Depp fosse escolhido para interpretar o papel central. Essa trajetória ilustra a importância do filme tanto para a carreira de Depp quanto para a história do cinema.
Uma nova perspectiva sobre Nosferatu
Na mesma entrevista, Lily-Rose comparou seu vínculo emocional com seu novo papel em Nosferatu com o que ela sente por Edward, falando sobre a empatia que encontra no personagem da nova adaptação. “Edward é o bom e Nosferatu é meio que o vilão, mas há uma parte de mim que sente um pouco de empatia por Nosferatu,” disse ela, questionando se é estranho pensar dessa forma. Essa reflexão oferece mais profundidade à sua visão artística, revelando uma sensibilidade que vai além das questões superficiais do que é considerado herói ou vilão.
Por fim, é notável observar como a narrativa de uma atriz que cresceu sob os holofotes proporcionou não apenas traumas, mas também uma rica perspectiva sobre sua própria identidade e o papel da empatia nas histórias que escolhe contar. Lily-Rose Depp é uma artista em ascensão que continua a explorar os limites da atuação, refletindo suas experiências de vida enquanto navega pelo complexo mundo do entretenimento. Enquanto isso, Nosferatu já está em cartaz nos cinemas, e a jornada de Lily-Rose apenas começou.