Nova York
CNN
 — 

Em um movimento que promete alterar significativamente a dinâmica das redes sociais, a Meta anunciou, através de seu CEO Mark Zuckerberg, que irá implementar grandes mudanças em sua política de moderação de conteúdo tanto no Facebook quanto no Instagram. A mais impactante dessas mudanças é o fim da verificação realizada por terceiros, que será substituída por um sistema de “notas comunitárias” geradas pelos usuários, semelhante ao que vem sendo adotado pela plataforma X de Elon Musk. A decisão foi comunicada na última terça-feira, refletindo uma virada ideológica considerável dentro da empresa.

Joel Kaplan, o recém-nomeado chefe de Assuntos Globais da Meta, comentou durante uma entrevista à Fox News que as parcerias anteriores da empresa com verificadores de fatos eram *“bem intencionadas no início, mas houve um viés político demais em suas escolhas sobre o que deveriam checar e como.”* Essa declaração revela um descontentamento crescente com o que muitos consideram uma abordagem excessivamente censória e alinhada a determinadas ideologias políticas.

A revelação das novas diretrizes de moderação ocorre em um contexto amplo de mudanças ideológicas dentro dos altos escalões da Meta. A companhia, que anteriormente enfrentou críticas por seu papel na disseminação de desinformação nas eleições, agora parece estar reconsiderando sua estratégia à medida que Zuckerberg busca fortalecer sua relação com Donald Trump, que está prestes a assumir a presidência novamente. Um dia antes do anúncio, a Meta também revelou que o aliado de Trump, Dana White – CEO do UFC – se juntaria ao seu conselho, um movimento que apoia ainda mais essa nova direção política.

O próprio Kaplan, um republicano proeminente que assumiu um cargo estratégico na empresa, não hesitou em admitir que o anúncio de terça-feira está diretamente relacionado à nova administração que se aproxima. Ele ressaltou que houve uma *“mudança clara nos últimos quatro anos,”* referindo-se ao clima de pressão pública e social que exigia maior moderação e censura de conteúdo nas plataformas da Meta.

Kaplan afirmou que agora a empresa vê uma *“oportunidade real com uma nova administração e um novo presidente que é um defensor da livre expressão, e isso faz a diferença.”* Essa declaração sugere que a Meta pretende se posicionar de maneira mais flexível em relação ao conteúdo gerado por usuários, buscando um equilíbrio entre a liberdade de expressão e a contenção de informações prejudiciais.

Essas modificações nas políticas de moderação representam uma reversão impactante na abordagem da Meta em relação a conteúdos enganadores e falsos em suas plataformas. Desde 2016, a empresa havia estabelecido um programa independente de verificação de fatos como resposta a alegações de que não havia conseguido impedir que atores externos utilizassem suas plataformas para espalhar desinformação e fomentar discórdia social.

A Meta, ao longo dos anos, foi confrontada com diversos desafios relacionados ao conteúdo controverso disseminado através de suas redes, incluindo desinformação sobre eleições, relatos anti-vacinação e discursos de violência e ódio. Anteriormente, a empresa tinha investido em equipes de segurança, programas automatizados para filtrar ou reduzir a visibilidade de afirmações falsas e criou um sistema de supervisão chamado Conselho de Supervisão, atuando como uma espécie de *“Suprema Corte”* para questões de moderação mais delicadas.

Contudo, com as novas diretrizes, além de cancelar suas parcerias com verificadores de fatos, a Meta implementará etiquetas de contexto geradas pelos usuários, conhecidas como *“notas comunitárias,”* que servirão para informar os demais usuários sobre a veracidade das informações. A empresa também planeja ajustar seus sistemas automatizados que escaneiam conteúdos para detectar violações de políticas, afirmando que esses sistemas resultaram em *“muita censura de conteúdo que não deveria ter sido.”*

Os novos sistemas agora terão um foco restrito, verificando apenas violações ilegais e de *“alta severidade,”* tais como terrorismo, exploração sexual de crianças, drogas, fraudes e golpes. Outras preocupações deverão ser reportadas pelos usuários antes que a empresa as avalie adequadamente.

Esta é uma notícia em desenvolvimento e será atualizada conforme novas informações forem disponibilizadas.

Similar Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *