Na mais recente demonstração da emocionante conexão entre mãe e filho no reino animal, a orca J35, também conhecida como Tahlequah, voltou a ser o centro das atenções após o falecimento de seu novo filhote, J61. No dia 1º de janeiro, o Centro de Pesquisa de Baleias confirmou que J61, uma fêmea nascida recentemente, faleceu, levando J35 a carregar novamente o corpo do filhote nas águas profundas do oceano. A orca já havia se tornado famosa em 2018, quando percorreu longas distâncias com o corpo de seu filhote falecido por 17 dias, um comportamento que emocionou muitos ao redor do mundo.
Conforme noticiado pelo Centro de Pesquisa de Baleias em uma publicação no Facebook, J35 foi vista novamente levando o corpo do filhote falecido no oceano. “O Centro de Pesquisa de Baleias recebeu informações adicionais de que, a partir de 1/1/25, J35 está carregando o corpo do filhote falecido (J61) com ela”, diz a nota. “Esse comportamento foi observado anteriormente em J35 em 2018, quando ela carregou o corpo de seu filhote falecido por 17 dias. Esperamos ter mais informações sobre a situação através de novas observações e forneceremos mais detalhes posteriormente”.
A vida de J35 não é apenas marcada por tragédias. Desde que se tornou mãe pela primeira vez em 2010, ela teve pelo menos quatro filhotes. No entanto, apenas dois, ambos machos, conseguiram sobreviver até a vida adulta – uma situação que traz à tona o fragoroso desafio da sobrevivência das orcas e a luta contínua das populações em extinção. O primeiro filhote é conhecido por seu nome de identificação J46, e seu irmão J57, nascido em 2020, também está vivo e se desenvolvendo saudavelmente. No entanto, a perda de J61, que poderia um dia ter se tornado uma matriarca do grupo, é devastadora para a linhagem da orca.
A questão da mortalidade entre os filhotes de orcas, especialmente no caso da Orca Residente do Sul (SRKW), é um tópico de crescente preocupação. De acordo com especialistas da Administração Nacional de Atmosfera e Oceanos (NOAA), a vida dos filhotes de orca nos primeiros meses é extremamente delicada. “Pensei, em algum momento, que a próxima vez que ela tivesse filhotes, seria bem-sucedida, mas isso é parte do desafio”, afirmou o pesquisador da NOAA, Brad Hanson, à KOMO News. Ele ainda acrescentou que reviver essa dor é um trauma para todos, incluindo para a própria orca.
A orca J35, parte do grupo de orcas conhecidas como J Pod, que inclui cerca de 73 orcas em perigo, vive em águas que se estendem entre o Canadá ocidental e o Noroeste Pacífico dos Estados Unidos. A luta pela sobrevivência da população de orcas tem sido exacerbada pela escassez de alimentos, particularmente de salmão, essencial para a nutrição das orcas e seus filhotes. O Centro de Pesquisa de Baleias tem se dedicado a advocacy pela recuperação dos salmões, através de restauração de habitat e gestão racional das pescas.
Embora o luto de J35 pela perda de J61 seja desolador, há uma luz no horizonte. Foi confirmado que um novo filhote, J62, nasceu de outra orca no mesmo pod, e até o momento parece estar se desenvolvendo bem. Embora detalhes sobre a mãe e o sexo do novo filhote ainda não estejam claros, a chegada de um novo membro traz um vislumbre de esperança para o J Pod e para os esforços de conservação que continuam a ser essenciais para a sobrevivência a longo prazo dessas magníficas criaturas.
Concluindo, a história de J35 e suas perdas emocionais ressalta não apenas as dificuldades enfrentadas pelas orcas, mas também a urgência em proteger essas criaturas sociais e inteligentes. Cada nascimento e cada perda nos lembram da fragilidade da vida marinha e das responsabilidades que temos em preservar essas espécies deslumbrantes para as futuras gerações. A comunidade global deve continuar unida na luta pela sobrevivência das orcas e na restauração dos ecossistemas dos quais elas dependem.