Nova Délhi — O cenário de saúde na Índia ganhou novos contornos com a confirmação dos primeiros casos de infecção por metapneumovírus humano (HMPV), um vírus que até o momento era desconhecido no vasto território indiano. Na última terça-feira, o Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR) anunciou que sete indivíduos testaram positivo para o vírus, de acordo com informações coletadas por veículos de comunicação confiáveis.
As infecções foram observadas em diversos estados do país, com dois casos confirmados na cidade de Nagpur, no centro da Índia, e outros dois em Bengaluru. Além disso, houve um caso em Ahmedabad, outro em Chennai e um em Salem, todos reportados na segunda-feira. Entre os infectados, destaca-se o caso de uma menina de apenas três meses que testou positivo para o HMPV. Outro paciente notável é um menino de oito meses que também testou positivo para o vírus além do vírus sincicial respiratório (RSV).
O HMPV é conhecido por causar doenças respiratórias que podem afetar tanto as vias aéreas superiores quanto as inferiores, atingindo pessoas de todas as idades. Entretanto, os grupos mais vulneráveis a complicações graves incluem crianças pequenas, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido. Consoante informações dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), os sintomas típicos associados ao HMPV incluem tosse, febre, congestão nasal e dificuldade para respirar.
Embora as infecções por HMPV estejam crescendo na China e gerando preocupação mundial, a doutora Carla Garcia Carreno, diretora de prevenção e controle de infecções no Centro Médico Infantil de Plano, no Texas, declarou à CBS News que não há motivos para temor com relação a uma nova pandemia. “Este vírus já está circulando há um tempo, então as pessoas possuem certa imunidade”, declarou. Ela enfatizou que, ao contrário do COVID-19, que apresenta muitas mutações, o HMPV é bastante estável.
Como resposta à situação, o governo federal da Índia solicitou que os estados intensificassem a vigilância sobre doenças respiratórias e promovesse campanhas de conscientização sobre as formas de prevenir a transmissão do HMPV. As medidas recomendadas incluem cobrir a boca e o nariz durante tosse ou espirros, lavar as mãos com frequência e usar máscaras em locais aglomerados.
O Ministro da Saúde da Índia, J. P. Nadda, afirmou na segunda-feira que “especialistas em saúde esclareceram que o HMPV não é um vírus novo; ele foi identificado pela primeira vez em 2001 e tem circulado em todo o mundo há muitos anos”. Ele tranquilizou a população, asegurando que os sistemas de saúde e as redes de vigilância do país estão atentos, afirmando que “não há razão para preocupação”.
Nadda ressaltou que as pessoas infectadas não apresentaram histórico recente de viagens e que o governo está monitorando de perto a situação na China e outros países vizinhos. O Ministério da Saúde também frisou que as infecções por HMPV não são “motivo de preocupação”, dado que não houve um aumento incomum de doenças respiratórias no país, assegurando que a Índia está bem preparada para qualquer eventualidade caso ocorra um surto.
O ministério declarou que “a infecção por esse vírus geralmente é uma condição leve e autolimitada, e a maioria dos casos se recupera por conta própria”, em uma declaração emitida na terça-feira.
Agências de saúde, como a Organização Mundial da Saúde da ONU e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, não levantaram preocupações quanto às infecções por HMPV na Ásia, tranquilizando ainda mais a população.