Na recente descoberta de um drone submarino, alegadamente de origem chinesa, em águas das Filipinas, a situação geopolítica na região se torna ainda mais tensa. Policiais filipinos relataram que os pescadores encontraram o objeto, cerca de seis quilômetros da costa de San Pascual, na província de Masbate, e a sua recuperação já acendeu um alerta sobre as implicações de segurança nacional. Este incidente, que ocorreu na última segunda-feira, ressalta a crescente preocupação sobre o envolvimento militar da China no Mar do Sul da China, uma área marcada por disputas territoriais entre várias nações, incluindo as Filipinas.
De acordo com um relatório da polícia local, o drone amarelo, identificado como “HY-119”, tinha aproximadamente dois metros de comprimento e apresentava um formato semelhante a um torpedo, possuindo aletas. O diretor regional da polícia, Andre Dizon, informou que o dispositivo foi encontrado flutuando no mar e subsequentemente entregue às autoridades competentes. Durante a análise preliminar, Dizon explicou que “com base em nossa pesquisa em fontes abertas na internet, o HY-119 refere-se a um sistema chinês de navegação e comunicação subaquática.” As funcionalidades do drone incluem uma antena e uma câmera, que poderiam ser utilizadas para fins de monitoramento e reconhecimento.
Embora o relatório não indique que o drone estivesse armado, a polícia destacou as “potenciais implicações de segurança nacional” como um aspecto significativo da recuperação da aeronave. A entrega do equipamento foi feita à Marinha Filipina na terça-feira, e até o momento, as autoridades chinesas na embaixada em Manila não se manifestaram sobre o ocorrido. O contexto geopolítico do Mar do Sul da China, um ponto crítico de comércio global e fonte de recursos naturais, tem sido terreno fértil para tensões, com a China reivindicando quase toda a extensão marítima ignorando as reivindicações rivais de outros países e uma decisão da Corte Internacional de Arbitragem que contestou a validade de suas pretensões.
Recentemente, as tensões no Mar do Sul da China aumentaram consideravelmente. Em dezembro, embarcações da guarda costeira chinesa, apoiadas por navios da marinha, foram responsáveis por utilizar canhões de água contra uma embarcação de patrulha filipina, bloqueando e colidindo intencionalmente com ela. Essa situação alarmou a comunidade internacional, e a embaixadora dos Estados Unidos nas Filipinas, MaryKay Carlson, acusou Pequim de colocar “vidas em risco” ao interromper uma operação marítima das Filipinas.
Cenário ainda mais intrigante, no último mês, a Marinha Filipina enviou um navio e aeronaves da força aérea para acompanhar um submarino russo que transitava pelo Mar do Sul da China. Um oficial expressou surpresa ao observar a presença do submarino, descrevendo-o como um “submarino muito único”. Em meio a esses desdobramentos, os Estados Unidos advertiram que estão “obrigados a defender as Filipinas” caso as forças filipinas se encontrem sob ataque no Mar do Sul da China.
Portanto, à medida que as tensões na região se intensificam, é essencial que as Filipinas, a comunidade internacional e, em particular, as potências estrangeiras que têm interesses na segurança regional, redobre suas atenções e esforços para garantir um ambiente de paz e estabilidade no Mar do Sul da China. A descoberta do drone submarino é um lembrete eloquente de que as águas que circundam as Filipinas são muito mais do que meros recursos pesqueiros; são áreas de vigilância, disputa e potencial conflito. Fica a pergunta: o que mais poderá ser encontrado nas profundezas desse mar, e quais serão as implicações para a segurança na região e no mundo?