Uma conversa reveladora e emocional sobre o processo de escrita e as experiências dos cineastas contemporâneos.

Por Scott Feinberg

6 de janeiro de 2025

Em um ambiente de criatividade e profunda reflexão, a mesa redonda realizada pela The Hollywood Reporter trouxe à tona a conexão emocional e as experiências de seis roteiristas que são responsáveis por alguns dos melhores roteiros de 2024. Os convidados incluíam Jesse Eisenberg, James Mangold, Halina Reijn, Justin Kuritzkes, Payal Kapadia e Jason Reitman, cada um deles compartilhando insights valiosos sobre suas trajetórias e processos criativos.

Jesse Eisenberg, conhecido por seu papel em The Social Network e agora diretor de A Real Pain, comentou sobre a sua experiência ao escrever um roteiro profundamente pessoal. Ele revelou que uma frase icônica que ele viu em um anúncio — “Auschwitz Tours com almoço” — se tornou a centelha de uma nova ideia, misturando comédia e história real para ressignificar relações interpessoais. “Estava eu, sentado na biblioteca, escrevendo e chorando”, contou ele, expressando como sua obra toca em traumas pessoais e coletivos.

Por outro lado, James Mangold, de Logan e A Complete Unknown, detalhou sua luta para capturar a essência do artista Bob Dylan em seu mais recente projeto. Ele falou sobre a sua inspiração em criar um filme que abarcasse não apenas a música, mas também as nuances da vida de pessoas que viveram em uma era sem tecnologia moderna, onde os padrões de vida e as emoções eram bem diferentes.

“O que realmente me atrai é a jornada interna dos personagens, suas interações e como os eventos históricos moldaram suas vidas,” comentou Mangold, enfatizando a importância de humanizar as narrativas ao mesmo tempo em que se respeita a memória dos fatos históricos.

Halina Reijn, atriz e agora diretora de Babygirl, compartilhou como suas experiências no palco a inspiraram a se aventurar na escrita de roteiros. Ela revelou as influências clássicas que a moldaram e como a estrutura dos personagens foi essencial para a narrativa da sua película. Reijn afirmou: “Acredito que a arte deve provocar questionamentos, e uma das minhas perguntas centrais era se é possível amar todas as camadas de nós mesmos enquanto lidamos com os vários medos e inseguranças que nos cercam.”

Justin Kuritzkes, roteirista de Challengers e Queer, também trouxe um olhar fresco ao projeto ao afirmar que, ao escrever sobre a intensidade emocional de um momento no esporte, ele quis capturar a complexidade das relações humanas sob pressão. “O que me fascinou foi a ideia de que às vezes o jogo não é sobre quem vence, mas como a interação entre os jogadores pode ser transformadora,” refletiu Kuritzkes.

Por último, Payal Kapadia, que dirigiu All We Imagine as Light, destacou a relevância de combinar ciência com cinema para explorar as emoções nas narrativas contemporâneas. “Meus trabalhos sempre buscam capturar a beleza nos momentos mundanos, e esse filme é uma reflexão sobre o cotidiano que muitas vezes é deixado de lado,” afirmou ela.

Mesa redonda de roteiristas

Os roteiristas durante a mesa redonda realizada em Novembro no Soho House West Hollywood.
Cortesia

As conversas íntimas e reais revelaram não apenas as lutas e conquistas dos envolvidos, mas também abriram espaço para um diálogo sobre a evolução da indústria cinematográfica, mostrando como novas vozes estão moldando o futuro do cinema. A mesa redonda proporcionou não apenas um olhar sobre os projetos individuais, mas também uma reflexão coletiva sobre a arte de contar histórias.

Em conclusão, cada um dos participantes deixou claro que aos desafios enfrentados nas suas jornadas, a escrita para cinema ainda é uma forma de terapia, uma forma de expressar dor, amor e descobertas, além de ser um poderoso meio de conexão com o público.

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