Os diretores indicados ao Oscar discutem autoconfiança, a necessidade de múltiplas tomadas e o que realmente significa trabalhar com Denzel Washington.

8 de janeiro de 2025

Durante um encontro informal em uma tarde de novembro, os diretores Edward Berger, Brady Corbet, Coralie Fargeat, RaMell Ross, Ridley Scott e Denis Villeneuve se reuniram para participar da mesa redonda anual da The Hollywood Reporter. Cada um deles é responsável por um dos filmes de maior ousadia do ano, e juntas elas exploram o papel desafiador da autoconfiança, a prática de múltiplas tomadas e a colaboração com grandes astros como Denzel Washington na construção de narrativas em uma indústria cinematográfica em transformação. Na mesa, o consenso foi que “o tempo se dilata se você fizer certo”, refletindo uma abordagem cuidadosa e reflexiva ao dirigir.

Uma dúvida sobre desempenho no set pode ser fatal para um diretor

A conversa então se aprofundou em rituais típicos de cada diretor ao iniciar um novo projeto. Corbet, num tom irônico, brincou que seu primeiro impulso ao chegar ao set é ter uma “crise de pânico”, enquanto Villeneuve admitiu que se sente tentado a ouvir as trilhas sonoras de Truffaut para entrar em clima. Enquanto isso, Fargeat adotou uma abordagem mais prática, juntando a equipe no início para motivá-los perante os desafios à frente.

Mas a discussão rapidamente se concentrou em um aspecto crucial da direção: a confiança. Scott destacou que mostrar qualquer fraqueza na confiança pode resultar em graves consequências, especialmente ao trabalhar com atores, que geralmente captam imediatamente qualquer sinal de hesitação. Ross e Corbet, com experiências em suas respectivas jornadas cinematográficas, corroboraram essa noção, ressaltando a importância de estar 100% preparado mentalmente—ou seja, “ter tudo em ordem na cabeça” antes de enfrentar os desafios de um set.

A interação entre dúvida e confiança

O tema da dúvida foi abordado, principalmente através de Berger e seu filme “Conclave”, que aborda a questão da autoconfiança e a necessidade de adaptar-se em um ambiente criativo que muda constantemente. O público começou a perceber que mesmo diretores de renome enfrentam inseguranças e que ter a humildade para reconhecer isso pode, paradoxalmente, oferecer um sentido maior de liberdade e autenticidade no trabalho.

Eles também discutiram a interação dela com os estúdios e os desafios graves que enfrentam ao filmar em condições adversas, ressaltando que compromissos devem ser feitos em nome da visão artística. Villeneuve compartilhou anedóticas sobre os desafios de filmar “Dune: Parte Dois” no deserto, enfatizando a necessidade de precisão na luz natural.

Ao final, a mesa redonda não se limitou a abordar experiências pessoais, mas também tocou em temas mais amplos enquanto cada um refletia sobre as implicações mais profundas da carreira de um diretor. Em uma era de produções muito rápidas e orçamentos apertados, as conclusões foram esclarecedoras, mostrando que, por mais que a confiança seja um ativo essencial, a vulnerabilidade também pode ser um trunfo, permitindo uma exploração mais rica da narrativa cinematográfica. Era um lembrete poderoso de que, independentemente do status, a arte do cinema permanece a mesma: um reflexo complexo da condição humana.

Diretores discutindo

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