A região separatista da Moldávia, conhecida como Transnistria, enfrentou uma crise significativa quando a Helsinki da zona cortou os serviços de aquecimento e fornecimento de água quente para as residências na quarta-feira, em decorrência da suspensão suprimento de gás da Rússia via Ucrânia. A situação alarmante gerou preocupações em um período crítico de frio intenso, onde a falta de aquecimento adequado pode colocar em risco a saúde e o bem-estar da população local.

Em uma declaração à Reuters, uma funcionária da empresa de energia local Tirasteploenergo revelou que não havia aquecimento nem água quente disponível nas residências: “Não sabemos por quanto tempo essa situação irá persistir”, confirmou. Tal declaração lança luz sobre a incerteza e o desespero que os habitantes de Transnistria estão enfrentando, à medida que as temperaturas caem nas noites invernais e a demanda por aquecimento aumenta.

Transnistria, um território autoproclamado pró-Rússia que se separou da Moldávia após a desintegração da União Soviética em 1991, dependeu da Rússia para obter gás através da Ucrânia, até que o fluxo de gás cessou na quarta-feira devido ao término de um acordo de trânsito entre os dois países em conflito. A interrupção do fornecimento de gás gerou ainda mais tensão na região, que já possui uma esfera geopolítica complexa e delicada, marcada por interesses tanto da Moldávia quanto da Rússia.

Um comunicado no site da empresa de energia confirmou que os cortes de aquecimento entraram em vigor às 7h, horário local, embora as instalações essenciais, como hospitais, estivessem excluídas da decisão. A população foi advertida a se vestir de maneira adequada e a reunir familiares em um único cômodo a fim de minimizar a perda de calor, além de sugerir o uso de aquecedores elétricos para aliviar a situação. “É proibido utilizar fogões a gás ou elétricos para aquecer o apartamento – isso pode levar a tragédias,” alertou a empresa, enfatizando a seriedade da situação.

A Transnistria tem mantido uma convivência pacífica ao lado da Moldávia desde uma breve guerra pós-soviética em 1992, onde cerca de 1,500 soldados russos estão estacionados. Este número de tropas tem sido um ponto de discórdia e tem sido visto como uma forma de Moscovo assegurar sua influência na região. O Parlamento local enviou um apelo a Moscovo no mês passado, solicitando que o Kremlin e a Duma russa chegassem a um novo acordo com a Ucrânia para reestabelecer o fornecimento de gás, ressaltando as tensões que permeiam a área. Pequenos sinais de esperança surgiram quando o governo russo havia declarado que tomará medidas para proteger seus cidadãos e soldados em Transnistria.

Até a interrupção do acordo de trânsito de gás com a Ucrânia, a Rússia fornecia aproximadamente 2 bilhões de metros cúbicos de gás por ano à Moldávia, com um transporte viável garantido por Transnistria, uma relação que agora está em risco de se deteriorar ainda mais. A Moldávia, que já foi acusada de depender excessivamente de Moscovo para suas necessidades energéticas, expressou preocupação ao afirmar que a Rússia está utilizando essa dependência para desestabilizar o país, uma acusação que o Kremlin nega veementemente.

Conforme as próximas semanas se desenrolam, o futuro da população de Transnistria amarga não só a frustração da falta de aquecimento e água quente, mas obriga muitos a pensar em soluções de longo prazo. Este evento profundo deve servir como um aviso sobre a vulnerabilidade energética e as repercussões que conflitos geopolíticos podem trazer à vida cotidiana de comunidades frequentemente deixadas à própria sorte em meio a disputas de poder.

Imagem ilustrativa sobre o gasoduto russo
Gleb Garanich/Reuters/File

Imagem de um gasoduto que ilustra as complexas relações energéticas entre Rússia, Ucrânia e Moldávia.

Com a chegada do inverno, a situação de Transnistria continua a exigir atenção e ação, ressaltando a importância de diálogos construtivos e soluções pacíficas para os problemas energéticos e políticos da região. Os habitantes esperam que as autoridades tomem medidas urgentes para resolver a crise, antes que a situação se agrave ainda mais e a saúde pública se torne um assunto ainda mais grave.

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