A mais recente discussão no podcast “Pretty Lonesome” da apresentadora Madeline Argy trouxe à tona a obra clássica “1984” de George Orwell, destacando sua relevância em tempos contemporâneos. Durante a conversa, Argy abordou as diferenças nos currículos de educação literária entre países, mencionando como a leitura dessa obra distópica fundamental pode estar ausente nas escolas americanas, enquanto a mensagem dela se torna cada vez mais pertinente.
“Acho que, provavelmente, ninguém na América lê ‘1984’ na escola”, refletiu a anfitriã sobre a narrativa preocupante que explora temas relacionados ao governo totalitário e à vigilância em massa, que Orwell descreveu de forma profética em 1948. O livro não apenas ilustra as consequências de um regime opressivo, mas também investiga como a verdade e os fatos podem ser manipulados pela própria estrutura governamental.
Em um tom entusiástico, Argy incentivou seus ouvintes a revisitar a obra: “Se você não leu, deveria, porque está mais relevante do que nunca agora”. Ela ressaltou um conceito intrigante apresentado no livro, conhecido como “Newspeak”, que se refere à linguagem adaptada para reduzir o vocabulário a fim de controlar a sociedade. A palavra “ungood”, por exemplo, é a forma simplificada de expressar a ideia de “ruim” dentro desse novo linguajar.
Durante a discussão, Argy fez uma conexão interessante com um estudo que realizou na Universidade de Kent, onde se deparou com um idioma que possui mais palavras para descrever cores. Ao refletir sobre essa experiência, ela observou que os falantes desse idioma eram capazes de notar diferenças nas cores que falantes de inglês, como os britânicos, muitas vezes não conseguiam discernir. Essa capacidade de identificação, segundo Argy, revela como a linguagem e a capacidade de expressão influenciam nossa percepção e compreensão do mundo ao nosso redor.
“Isso mostra que, se você remove a capacidade das pessoas de falar e pensar sobre as coisas, elas perdem, literalmente, a habilidade de conceptualizá-las”, argumentou. Essa afirmação causa uma reflexão profunda sobre o papel da linguagem na sociedade. A apresentadora também admitiu que, embora tenha falado tanto sobre a importância do livro, não conseguiu concluí-lo durante suas aulas, confessando ser uma estudante indisciplinada. “Serei muito honesta com você agora. Apesar de todo o meu discurso sobre esse livro, eu nunca o terminei porque fui uma aluna muito, muito, muito ruim na escola”, revelou Argy, com sinceridade.
Não obstante, a parte do livro que leu a fez perceber a relevância de entender a posição da sociedade em relação ao governo. Em “1984”, Orwell apresenta um mundo fictício onde a sociedade se volta contra si mesma. “E todos continuarão a sofrer porque cada um pensa que o outro é o inimigo”, comentou Argy, lembrando o sentido de desconfiança e desunião expresso na obra. “Era uma questão inteira. Você deveria ler o livro. Eu também deveria, aparentemente”, concluiu com um tom leve, mas reflexivo.
Dentro do contexto atual, marcado por tensões políticas e debates sobre a verdade e a desinformação, a revisitação de obras como “1984” se faz não apenas pertinente, mas urgente. A capacidade de questionar a realidade e o poder da linguagem ao moldar nossas percepções são tópicos que continuam ressoando na sociedade contemporânea, tornando o clássico de Orwell um tema que merece ser discutido. Portanto, fica a sugestão: que tal incluir esta obra em sua própria lista de leitura e, quem sabe, refletir sobre as implicações profundas que a linguagem e o controle social têm em nosso cotidiano?
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