O intrigante caso de Katy Golden, que se viu obrigada a passar novamente por uma cirurgia para remoção das amídalas, traz à tona um tema que muitos desconhecem: a possibilidade de **regressão das amídalas**. Isso pode soar como uma curiosidade médica, mas para Katy, foi uma dolorosa realidade. A história dela começa no verão de 1983, quando sua mãe encheu a cozinha com **sorvetes** e **goma de mascar** para prepará-la para a cirurgia que a livraria de problemas de ouvido persistentes. Após a operação, se recuperou rapidamente, como muitos outros que passam pelo mesmo procedimento. No entanto, ao longo de 40 anos, suas amídalas inesperadamente **cresceram de volta**, obrigando-a a passar por uma nova remoção, o que a levou a reconsiderar a sua relação com aquelas gomas de uva que um dia foram sua favorita.
Após anos sem visitar um otorrinolaringologista, Katy desenvolveu uma dor de garganta insuportável e decidiu procurar o Dr. Cynthia Hayes, uma especialista em ouvidos, nariz e garganta. Durante a consulta, para sua surpresa e choque, Katy foi informada que as amídalas haviam, de fato, crescido novamente. “Foi como receber um impacto de mil tijolos,” ela compartilhou, ainda tentando entender como algo que ela acreditava estar extinto poderia voltar a causar dor. As amídalas, que são parte essencial do sistema imunológico, têm a função de filtrar e combater patógenos que entram pelo nariz e boca, e, segundo a Dra. Adva Buzi, especialista em otorrinolaringologia, o crescimento das tonsilas é um fenômeno raro, mas não impossível.
A remoção das amídalas, conhecida como **tonsectomia**, é um procedimento que se tornou menos comum ao longo do tempo, mas que ainda é realizado em mais de **meia milhão** de casos por ano nos Estados Unidos, conforme dados da Cleveland Clinic. Embora a técnica de remoção tenha evoluído, os métodos utilizados na operação, como microdebridement e coblação, podem impactar na quantidade de tecido removido e na chance de regrowth. De acordo com os especialistas, a chance de retorno do tecido são de **1% a 6%** para aqueles que passam por uma tonsilectomia intracapsular, que remove a maior parte do tecido das amídalas.
Hayes explicou que, com o tempo, práticas de remoção tornaram-se variadas, o que dificulta a comparação entre casos. Ela acredita que a técnica utilizada durante a infância de Katy poderia ter contribuído para a possibilidade de regresso das amídalas. Em sua cirurgia atual, ela utilizou uma técnica de “quente”, que permite maior precisão na remoção do tecido, em comparação à “fria” utilizada anos atrás. “Removi o tecido até a cápsula da amígdala”, comentou Hayes, demonstrando confiança de que a nova cirurgia evitaria outra reincidência.
Para Katy, a recuperação foi particularmente dura e muito mais dolorosa do que na primeira vez. Após duas semanas de cirurgia, ela relatou que o processo de cicatrização estava sendo mais difícil, comparando a dor a um grande afta. Apesar disso, existe a expectativa de que essa experiência dolorosa traga benefícios a longo prazo. “Espero que finalmente serei livre de dores de garganta que me fazem sentir como se estivesse engolindo um cacto,” disse Golden com um otimismo cauteloso.
Embora a recuperação de uma tonsilectomia seja geralmente mais longa e complicada para adultos do que para crianças, Katy está determinada a seguir as recomendações médicas, que incluem bastante descanso e, claro, o retorno às **gomas de mascar** como parte do processo de recuperação. Para os especialistas, os **sorvetes** ainda são bem-vindos nessa fase, ajudando a suavizar a dor e facilitar a cicatrização.
Por fim, a experiência de Katy compartilha um alerta valioso: mesmo em casos considerados raros, o corpo humano é conhecedor de suas próprias peculiaridades. E quem sabe, em uma próxima visita a sua médica, ela não encare a possibilidade de novas surpresas “tonsilares”? Afinal, a saúde e o mistério muitas vezes caminham lado a lado, e o conhecimento é sempre o melhor remédio.