A mais recente escalada no conflito entre Rússia e Ucrânia trouxe à tona a tensão que continua a marcar essa região em crise. Neste sábado, as autoridades russas anunciaram que conseguiram interceptar e destruir oito mísseis de longo alcance ATACMS, fabricados nos Estados Unidos, que foram disparados pela Ucrânia. Este ato foi interpretado por Moscou como um sinal de uma nova e grave escalada no conflito, levando o governo russo a garantir que haverá retaliações a essas ações.
Em um comunicado emitido pelo Ministério da Defesa da Rússia, foi afirmado que as defesas aéreas russas não só destruíram os mísseis, mas também 72 drones de reconhecimento, considerados ameaças significativas nas operações militares. O uso desses mísseis, que possuem um alcance de até 300 quilômetros, é visto como uma provocação que poderia elevar a intensidade do confronto. O ministro da Defesa russo enfatizou que as ações da Ucrânia, apoiadas por “curadores ocidentais”, não ficariam sem resposta. Essa promessa de retaliação adiciona uma camada de incerteza em um conflito que já é bastante complexo.
Ainda segundo o comunicado, vários drones foram abatidos em regiões estratégicas, destacando a Leningrado e Kursk, onde a Ucrânia havia realizado ataques-surpresa no passado. Essa troca de agressões destaca a seriedade da situação atual. O presidente ucraniano, ao aprovar o uso dos mísseis ATACMS em novembro, já havia sinalizado uma resposta contundente às operações russas, especialmente depois que tropas da Coreia do Norte foram enviadas ao front, um indício da expansão da tensão militar na região.
No centro dessa escalada, o presidente russo, Vladimir Putin, não hesitou em ameaçar a utilização de um novo míssil balístico capaz de transportar ogivas nucleares, denominado “Oreshnik”, como resposta às ofensivas ucranianas com armamento americano. Tal declarações adicionam um clima de tensão e incerteza, pois a possibilidade de um confronto nuclear, mesmo que em caráter de ameaça, não pode ser ignorada enquanto as hostilidades persistem.
A situação se complica ainda mais com os ataques de drones ucranianos que resultaram em restrições temporárias em um aeroporto de São Petersburgo, conforme relatado por agências de mídia local. Além disso, os lançamentos russos de drones contra alvos ucranianos também foram significativos, com 81 esquipamentos lançados na mesma noite. Esses ataques, que incluíram drones iranianos, resultaram na destruição de 34 deles, mas mesmo assim causaram danos notáveis nas regiões de Chernihiv e Sumy.
Com a entrada do novo ano, a Ucrânia enfrenta um cenário delicado e perigoso. Desde o início do conflito em fevereiro de 2022, as tropas russas têm se mostrado cada vez mais eficazes, concretizando avanços nas frentes de batalha, especialmente nas regiões orientais do país. A capacidade militar ucraniana, embora robusta, é constantemente desafiada pela introdução de novos armamentos por parte da Rússia, o que levanta questões sobre o futuro da resistência ucraniana e a necessidade de apoio internacional. O governador da região de Leningrado, Aleksandr Drozdenko, descreveu as operações de defesa aérea como “recordes” em termos de eficácia, com um aumento significativo na interceptação de drones. Enquanto isso, um oficial de segurança ucraniano sugeriu que o intenso foco em Moscou para atacar esses alvos é, em última análise, uma luta pela ‘sobrevivência econômica e militar’ em um momento de isolamento crescente.
A escalada recente destaca a inevitabilidade de um confronto prolongado, onde cada lado busca reafirmar sua posição. Com Putin prometendo uma retaliação significativa e a situação militar mudando rapidamente, a comunidade internacional observa atentamente, preocupada com as repercussões que essa escalada de tensões pode trazer não só para a Ucrânia, mas para toda a Europa e além.