Shari Franke, uma jovem de 21 anos, está decidida a seguir adiante em sua vida, deixando para trás os traumas de uma infância marcada pelo abuso. Em uma entrevista recentíssima à revista PEOPLE, Shari se abre sobre a sua experiência dolorosa e a busca por liberdade emocional, narrando os horrores que enfrentou em sua família. Seu livro, intitulado A Casa da Minha Mãe: A Busca de uma Filha pela Liberdade, será lançado em 7 de janeiro pela Gallery Books e traz um relato comovente e esclarecedor sobre sua jornada.
O ponto de partida de Shari coincide com a prisão de sua mãe, Ruby Franke, uma influente vlogger do YouTube em Utah, que foi condenada em fevereiro de 2024 por abuso infantil agravado, recebendo penas consecutivas que somam de um a quinze anos de prisão. Este evento trágico não apenas desmantelou a imagem pública de Ruby, mas também forçou Shari a confrontar suas próprias vivências, as quais ela qualificou como verdadeiramente traumáticas.
Franke falou sobre como a sua experiência com a terapia e o apoio de profissionais, como Jodi Hildebrandt, intensificaram a ruptura de sua relação com a mãe. Ao invés de buscar a disciplina rigorosa, como advogava Hildebrandt, Shari finalmente encontrou a coragem para deixar para trás uma situação de abuso que a cercava desde os anos em que sua família era conhecida no YouTube, sob o nome de “8Passengers.” Shari descreve sua mãe como extremamente autoritária; a frase que sempre ecoava em seu lar era: “Quero ser uma boa mãe.” Contudo, para Shari, essa afirmação nunca se traduziu em amor e proteção, mas sim em um ambiente controlador e hostil.
A autorreflexão ao retornar às suas memórias adolescentes traz à tona a dissonância que Shari sentia em relação à exposição da família. Em uma ocasião crítica, Shari relembra uma experiência de compras que se transformou em uma filmagem pública, um momento que a levou a questionar a linha entre a privacidade e a exibição. “Era a primeira vez que percebi que era meio estranho e inapropriado e que eu não estava bem com isso”, revelou. Essa epifania foi apenas o começo de uma série de desilusões em relação à sua vida sendo constantemente documentada e compartilhada online, culminando em um desejo profundo de preservar sua identidade e experiências pessoais.
Shari não parou por aí. Após se desvincular emocionalmente de Ruby, ela rapidamente se preocupou com a segurança de seus irmãozinhos, que ainda permanecem sob o mesmo teto. Mesmo com toda a dor que a relação com sua mãe lhe causou, sua prioridade se voltou para o bem-estar dos menores. Ela chegou ao ponto de contactar os serviços de proteção à criança para realizar uma verificação de bem-estar nas crianças, além de pedir a vizinhos para estarem atentos. “Minha maior prioridade era garantir que as crianças estivessem vivas. Enquanto elas estivessem bem, sabia que eventualmente tudo ficaria bem”, afirmou Shari, revelando o amor e a responsabilidade que ainda sente pela família, mesmo diante da adversidade.
A relação entre mãe e filha está irremediavelmente comprometida, e Shari expressou que não busca reconectar com Ruby. “Ela é muito seletiva sobre o que se arrepende, e não acho que ela nunca se recuperará totalmente até que consiga encarar tudo o que aconteceu”, disse Shari. A angústia em seu coração é visível, mas, mesmo que a raiva persista, ela tomou a firme decisão de viver sua vida sem permitir que suas experiências abusivas governem seus pensamentos ou sua felicidade. “Eu ainda sou muito grata que consegui perdoar. Mas esse perdão para mim apenas significa que não deixo que as ações dela consumam meus pensamentos”, conclui.
O livro A Casa da Minha Mãe: A Busca de uma Filha pela Liberdade pode ser encomendado antecipadamente e promete fornecer uma visão profunda e documental da luta de Shari em busca de uma vida livre das sombras do passado.
Para saber mais sobre a história de Shari, não deixe de conferir a edição mais recente da PEOPLE, que estará disponível nas bancas a partir desta sexta-feira, ou assine aqui.