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Em uma nova e comovente demonstração de luto, a famosa orca J35, também conhecida como Tahlequah, voltou a ser notícia em decorrência de um episódio trágico que remete à sua história de dor e resiliência. Em 2018, a orca ganhou destaque mundial por carregar o corpo de seu filhote morto por mais de 17 dias, percorrendo uma impressionante distância de 1.600 quilômetros. Recentemente, foi confirmado que, após dar à luz novamente, ela agora transporta o corpo de sua mais nova cria, o que traz à tona questões profundas sobre o luto e o comportamento social das orcas.

De acordo com informações do Center for Whale Research, J35 foi avistada novamente com o corpo de sua nova filha, identificada como J61, apenas dias após o anúncio do seu nascimento em dezembro. O Centro confirmou que J61, infelizmente, não sobreviveu e se uniu ao luto da mãe. “O último dia do ano de 2023 foi marcado por extremos de alegria e tristeza”, disse a instituição em um post nas redes sociais. “Confirmamos o nascimento de mais um filhote do pod J, mas essa alegria foi acompanhada pela devastadora notícia de que J61 não sobreviveu.”

A National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) acredita que J61 viveu apenas uma semana e que sua morte ocorreu há alguns dias. Este tipo de comportamento observado em J35, embora não seja comum, não é isolado. O Dr. Michael Weiss, diretor de pesquisa do Center for Whale Research, afirmou à CBS News que J35 pode ter características únicas que tornam essa manifestação de luto mais pronunciada. “O que torna o caso de J35 em 2018 tão incomum foi o tempo que ela carregou o filhote”, disse ele, levantando questões sobre as particularidades dessa orca.


Tahlequah carrega o corpo do seu filhote morto
J35 (Tahlequah) vista em 2025 carregando o corpo de seu filhote.
NOAA Fisheries, tirada sob a Permissão NMFS #27052

Em um cenário preocupante, a situação de J35 trouxe à tona o alto índice de mortalidade entre os filhotes de orcas. Em 2020, houve um momento de esperança quandoJ35 deu à luz a outro filhote, mas a taxa de sobrevivência das crias é alarmante, com até 70% das gravidezes de orcas terminando em abortos ou na morte do filhote pouco após o nascimento. Assim, as expectativas em torno do nascimento de J61 foram acompanhadas com cautela pela comunidade de pesquisadores, que já haviam expressado preocupações a respeito da saúde do filhote desde seu primeiro avistamento.

No entanto, o Center for Whale Research deixou clara sua preocupação não apenas com a saúde de J61, mas com a saúde da população em geral. “A vida inicial é sempre perigosa para os novos filhotes, com uma muito alta taxa de mortalidade no primeiro ano”, observou a instituição. No ano passado, a Orca Conservancy havia informado que pesquisadores acreditavam que J61 havia nascido prematuramente e que a NOAA mostrou preocupação ao notar a filhote permanecendo submersa por longos períodos, o que poderia indicar tentativas para mamar.

Ainda assim, 2024 começou com uma notícia encorajadora, quando o Centro anunciou a visibilidade de um novo filhote, J62, que pareceu fisicamente saudável. Contudo, sua mãe e seu sexo ainda não foram identificados. Essa notícia traz esperança em meio à tristeza, refletindo o ciclo contínuo de vida entre as orcas, mesmo em meio às adversidades que enfrentam nas águas do Pacífico Noroeste.

Atualmente, as orcas residentes do sul, que incluem J35 e seus filhotes, são a única população de orcas em perigo de extinção nos Estados Unidos, conforme a NOAA. Durante o censo de 2020, apenas 72 orcas dessa população foram contadas, embora vários filhotes tenham nascido desde então. A recuperação da população tem sido lenta, com uma queda de mais de 10% desde 2005. “A população de orcas residentes do sul precisa de acesso suficiente ao seu suprimento de alimentos, principalmente salmão, para sobreviver e prosperar”, afirmou o Center for Whale Research, ressaltando a necessidade urgente de iniciativas de recuperação de salmonídeos por meio de restauração de habitats e gestão racional das pescas.

Como fãs de vida marinha e defensores do meio ambiente, é nossa responsabilidade acompanhar e apoiar a recuperação dessas majestosas criaturas marinhas. Cada nascimento é uma contagem importante e, para o bem da coletividade, é fundamental garantir que essas orcas tenham acesso ao alimento necessário para se sustentarem e sustentar sua prole.

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