Tahlequah, a famosa orca que em 2018 conquistou corações ao carregar o corpo de seu filhote morto por 1.000 milhas durante 17 dias, voltou a ser notícia, desta vez devido a uma nova tragédia. Pesquisadores do Centro de Pesquisa de Baleias, relatados pelo The Seattle Times, acreditam que o recém-nascido, designado como J61, não sobreviveu. A dor da perda parece nunca ter fim para esta mãe orca, que já teve seu luto expresso de maneira tão tocante anteriormente. A notícia sobre o falecimento do filhote foi confirmada por Brad Hanson, biólogo da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), que estava no local realizando uma pesquisa sobre a saúde das orcas residentes do sul, uma população já ameaçada de extinção.
Tahlequah, que possui o número de designação J35, é um símbolo da vulnerabilidade das orcas e da complexidade emocional que esses animais marinhos demonstram. A confirmação da morte do filhote J61 foi impactante, especialmente considerando o histórico de Tahlequah, que, após perder seu primeiro filhote, despertou uma onda de comoção mundial. Aliás, o que pode ser menosprezado, mas é de extrema importância, é o significado que cada nascimento possui neste grupo já reduzido. Um filhote a menos significa uma perda irreparável no esforço de recuperação das orcas residentes do sul, segundo os pesquisadores. A dor e a preocupação com o futuro dos Southern Resident Killer Whales (SRKW) são palpáveis.
Dessa forma, a mensagem que os pesquisadores vêm propagando se torna mais crucial do que nunca. Com os habitats das orcas sendo ameaçados pela destruição ambiental, a perda de seu alimento principal, o salmão, compromete não apenas a sobrevivência dessas magníficas criaturas, mas também da cultura e do equilíbrio ecológico da região. Para as orcas, cada nascimento conta, e a necessidade de um ambiente favorável não pode ser subestimada. Depois da confirmação da mortalidade de J61, a esperança agora repousa sobre outro filhote, que nasceu recentemente no grupo J Pod, embora sua mãe ainda não tenha sido identificada. Os cientistas mantêm as expectativas, mas a incerteza paira no ar.
Na segunda-feira, 23 de dezembro, uma equipe de pesquisadores, incluindo cientistas do NOAA, conduziu observações que confirmaram a mãe do novo filhote como sendo J35, a própria Tahlequah. Para agravar a situação, J61, quando confirmado, também teve o seu sexo determinado como feminino, gerando preocupações adicionais sobre a possibilidade de recuperação da população. “Enquanto as observações de hoje não vieram como uma surpresa completa, a sensação geral foi de profunda tristeza”, afirmou Hanson em um email, destacando a importância de cada fêmea para o futuro dos SRKW. A pesquisa ainda revelou que a sobrevivência da população depende da recuperação das fontes alimentares, indicando um ciclo preocupante.
Infelizmente, o que já era um panorama desolador agora se torna mais sombrio. O desafio da conservação das orcas é multifacetado, englobando desde esforços de restauração de habitat até a remoção de barragens. O apelo dos conservacionistas é claro: “Continuamos a advocacy pela recuperação do salmão por meio da restauração de habitat, remoção de barragens e gestão sustentável das pescas na região noroeste do Pacífico”. A cada novo filhote que nasce e a cada vida que se perde, a luta pela sobrevivência das orcas se torna um testemunho do impacto humano sobre a vida selvagem.
Ao lembrar da história de Tahlequah, que simboliza não apenas a beleza, mas também a fragilidade da vida marinha, somos chamados a refletir sobre nossas ações e seu impacto no meio ambiente. É uma narrativa que ressoa em muitos corações, que desejam ver não apenas a sobrevivência desta mãe orca, mas também um futuro onde seus filhotes possam nadar livremente, longe de ameaças. Veremos como essa nova tragédia afetará o já frágil ambiente das orcas, e cabe a nós, como sociedade, fazermos nossa parte nessa conservação.