Em um trágico incidente ocorrido nas primeiras horas do dia 1º de janeiro, dois policiais neozelandeses foram atropelados enquanto realizavam patrulha a pé em Nelson, uma cidade de cerca de 55 mil habitantes na Ilha Sul do país. O ataque, que resultou na morte de uma oficial e ferimentos graves em outro policial, provocou uma onda de choque na sociedade, pois a violência contra agentes de segurança é raro na Nova Zelândia. O Comissário da Polícia, Richard Chambers, relatou detalhes chocantes sobre o ocorrido, seguido por um lamento geral da comunidade e das autoridades.

De acordo com as informações, os dois oficiais, a Sargento Lyn Fleming e seu colega, estavam realizando uma patrulha de rotina em um estacionamento quando um veículo os atingiu “em alta velocidade”. A situação se agravou quando o motorista, em seguida, colidiu com uma viatura da polícia. A Sargento Fleming foi levada às pressas para um hospital local, mas, infelizmente, não sobreviveu ao ataque. Ela se tornou a primeira mulher na história da polícia neozelandesa a ser morta em serviço por um ato criminoso. A dor dessa perda ressoou profundamente, especialmente em um país onde até agora, desde 1890, apenas 33 oficiais foram vítimas fatais de crimes em serviço, sendo a última ocorrência em 2020, quando um policial foi baleado por um motorista em fuga.


Morte de Oficial da Polícia da Nova Zelândia
Cenas do local do ataque em Buxton Square, onde um policial foi fatalmente atropelado durante a patrulha. Foto de Braden Fastier/Stuff via AP.

Um homem de 32 anos foi detido poucas horas após o incidente, por volta das 2 da manhã, e enfrenta oito acusações criminais, incluindo assassinato, tentativa de homicídio, e usar um veículo como arma. O outro oficial envolvido no acidente sofre de ferimentos graves, mas espera-se que se recupere completamente. Um terceiro policial, que estava na viatura atingida, também sofreu uma concussão, enquanto dois civis foram feridos no incidente, um dos quais tentava ajudar os policiais feridos. O Comissário Chambers não hesitou em condenar as ações do agressor, descrevendo-as como um “ato sem sentido de um indivíduo que parecia determinado a causar dano”, embora não tenha fornecido detalhes sobre possíveis motivações.

O Ministro da Polícia, Mark Mitchell, classificou o ataque como uma ação “covarde” e lamentou profundamente a perda da Sargento Fleming, que era uma mãe, esposa e uma figura respeitada em sua comunidade. O Primeiro-Ministro Christopher Luxon também expressou suas condolências no X (antigo Twitter), enfatizando que este foi um “dia devastador” tanto para a polícia quanto para o país. O ataque ocorria em uma área central da cidade, onde as celebrações de Ano Novo haviam terminado apenas duas horas antes, criando um contraste amargo entre festa e tragédia.


Sargento Lyn Fleming
Sargento Lyn Fleming, a oficial assassinada no ataque, foi uma respeitada membro da comunidade local. Foto da Polícia da Nova Zelândia via AP.

A Sargento Fleming tinha uma longa carreira de 38 anos na polícia e também era conhecida por seu envolvimento como treinadora de netball em uma escola secundária local. A comunidade agora se une em luto e reflexão sobre este ato violento, que não é apenas uma tragédia pessoal, mas um golpe coletivo na segurança e na confiança que a população deposita em seus policiais. O acusado deverá se apresentar em tribunal na próxima sexta-feira, e se condenado por homicídio, enfrentará uma pena de prisão perpétua, com um período sem liberdade condicional determinado pelo juiz.

Esta situação traz à tona questões mais amplas sobre a violência e a segurança, enquanto a Nova Zelândia continua a lidar com o impacto desse ato brutal em sua sociedade tradicionalmente pacífica. Acompanhar essa história é essencial, pois reflete não apenas as dificuldades enfrentadas pelas forças de segurança, mas também a necessidade de um diálogo contínuo sobre segurança pública e apoio àqueles que dedicam suas vidas para proteger a comunidade.

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