Bill Skarsgard não é novo no mundo das próteses no cinema – todos lembramos de seu aterrorizante papel como Pennywise em It. No reimaginado Nosferatu de Robert Eggers, o ator sueco novamente se senta na cadeira de maquiagem, pronto para ser transformado no personagem-título, também conhecido como Conde Orlok.

“Bill é muito alto, muito magro e encantador, e tem uma personalidade adorável e calorosa,” comenta David White, chefe de próteses. “Lembro-me da primeira sessão de maquiagem, enquanto estávamos aplicando os produtos, esse jovem doce e encantador começou a desaparecer, e alguém muito diferente estava surgindo. Ele se transformou em um personagem muito sombrio em apenas quatro horas.”

White sempre começa seu trabalho de prótese se concentrando em um aspecto do rosto do ator. No caso de Skarsgard, foram seus grandes olhos e sua “fantástica” estrutura óssea que o levaram a utilizar aproximadamente 10 peças de próteses apenas em seu rosto e cabeça, com o total de próteses corporais chegado a 60. Durante o processo, 16 pessoas aplicaram as peças simultaneamente, em um processo que White descreveu como um “pit stop” de corrida, onde todos sabem como trocar os pneus de forma rápida e eficiente.

O ator passou quatro horas apenas para sua cabeça e mãos. Devido à sua experiência com próteses, Skarsgard aprendeu algumas técnicas para lidar com o tempo que passa na cadeira, entrando em um “mundo de meditação” para preservar sua energia e reservá-la para a atuação.

Ao lançar o primeiro trailer, muitos fãs notaram como o bigode e o cabelo de Orlok diferiam da aparência do personagem no original de 1922, que por sua vez era baseado no romance Dracula de Bram Stoker. White admite que a aparência de Orlok na versão de Eggers é “bastante incomum”, mas diz que essa escolha tem um propósito.

“Robert nos entregou essas ilustrações e outras referências que encontrou de nobres do século XVI, e todos tinham bigodes semelhantes,” explica White. “É muito provável que qualquer nobre tivesse um bigode assim, mesmo o Orlok.” Em termos do cabelo de Orlok, White também se manteve na época em que o filme se passa: “Você vê esse tipo de aparência por toda aquela parte do mundo; ele não se destacaria. Quando ele está em seu sarcófago, Robert insistiu em que seu cabelo ficasse todo achatado e sujo, enquanto quando ele está por aí, está um pouco mais cheio e elegante.”

É importante ressaltar que muito do filme mostra apenas a silhueta de Orlok ou ele emergindo das sombras, e isso também influenciou o trabalho de White. “Durante a escultura, meu escultor principal, Colin Jackman, e eu fomos muito cuidadosos porque Robert mencionou que ele o filmaria não apenas em pouca luz, mas também não queria revelar a decomposição e a podridão que vinham da parte de trás de sua cabeça para a frente. Você precisa criar um personagem que, por um lado, seja uma pessoa normal, talvez um pouco excêntrica, mas, por outro lado, que esteja desmoronando.” Para isso, White utilizou iluminação durante a escultura para verificar até onde poderia ir com as próteses, realizando muitos testes de câmera para garantir que nada fosse revelado muito cedo.

A chefe de maquiagem, Traci Loader, também usou a iluminação para aperfeiçoar sua técnica, especialmente considerando a coloração do filme – ele foi filmado em 35mm em cores, mas foi dessaturado para que as ações parecessem acontecer sob o brilho constante da luz da lua. “Fiz The Lighthouse e The Witch, então estou familiarizada com a iluminação de [o cinegrafista] Jarin Blaschke,” conta Loader. “Eu utilizo luzes no trailer às quais coloco filtros para complementar sua iluminação e assim sei que estou no caminho certo. Para a preto e branco, você deve ter muito cuidado com os vermelhos e roxos – qualquer coisa com azul precisa ser ajustada. Portanto, com luz de vela, qualquer amarelo ou vermelho que você usa não pode ser baseado em laranja; eles devem ser baseados em azul, caso contrário, não vai funcionar. Portanto, há uma teoria de cores bastante intrigante envolvida.”

A teoria das cores também foi aplicada no trabalho de Loader na personagem de Lily-Rose Depp, Ellen, que aparenta estar mais doente à medida que ela é possuída pelo demônio. “Queríamos manter tudo realista sobre como eles se apresentariam naquela era”, explica Loader. “Nossa abordagem — Robert realmente prefere um efeito de ‘sem maquiagem’ — para Ellen foi que, naquela era, eles não usavam muita maquiagem de beleza. Era mais corretiva.” Loader usou maquiagem em silicone que possui uma qualidade luminosa, para que não parecesse tão opaca ou seca quanto uma base comum. Ela também teve quatro níveis diferentes de palidez para Ellen, ficando cada vez mais clara à medida que a filmagem avançava. Loader então adicionou veias sutis, dizendo: “Tentamos manter tudo o mais autêntico possível sobre ela.”

Essa história apareceu pela primeira vez em uma edição especial de janeiro da revista The Hollywood Reporter. Para receber a revista, clique aqui para assinar.

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