A icônica adaptação cinematográfica de Wicked, um dos maiores sucessos da Broadway, finalmente desembarcou nas plataformas digitais, proporcionando aos fãs a oportunidade de reviver a magia do espetáculo diretamente de suas casas. Com uma duração impressionante de duas horas e quarenta minutos, a película faz jus ao seu status, trazendo clichês e figuras memoráveis como Elphaba e Glinda à vida. Contudo, a versão digital disponibilizou conteúdos extras, que trazem à tona uma questão intrigante: o que poderia ter sido, se algumas cenas não tivessem sido cortadas da edição final?

Desde o seu lançamento, Wicked tem dominado as conversas nas redes sociais, atraindo a atenção não apenas de admiradores da Broadway, mas também de um novo público. O filme, centrado na complexa relação entre as protagonistas interpretadas por Cynthia Erivo e Ariana Grande, destaca temas como amizade e rivalidade, ao mesmo tempo em que oferece uma reflexão sobre preconceitos e aceitação. Ao assistir aos conteúdos bônus, é impossível não pensar se seria realmente tão problemático para a narrativa que o filme fosse apenas alguns minutos mais longo.

Algumas cenas cortadas podem parecer dispensáveis, como a interação entre Glinda e suas amigas Pfannee e ShenShen, que, apesar de oferecer um pequeno alívio cômico, não alteram a essência da trama. No entanto, outras eliminações são mais controversas e levantam discussões entre os fãs, que se perguntam sobre o impacto dessas ausências no desenvolvimento dos personagens e na narrativa. Um exemplo é a cena intitulada “A Promessa de Elphaba”, que, mesmo com apenas dois minutos de duração, poderia ter adicionado profundidade à complexa amizade entre Elphaba e Glinda.

Nesta cena, vemos Glinda questionar Elphaba sobre uma escolha dela que a deixou de fora de uma missão, levando a uma conversa de arrependimento e promessas de não se deixarem mais uma vez em situações de conflito. Sem essa interação na versão final, o desenvolvimento da amizade das duas protagonistas perde um momento significativo que poderia ter solidificado ainda mais a conexão entre elas, especialmente quando confrontadas com as escolhas que motivaram seus caminhos divergentes.

Outra cena que também poderia ter enriquecido a narrativa é o diálogo entre Elphaba e Boq, interpretado por Ethan Slater. Durante essa conversa, eles compartilham suas esperanças e desilusões amorosas, revelando as complicações de amar alguém que parece inatingível. Enquanto Boq expressa sua dor ao perceber que Elphaba hesita em admitir seus sentimentos por Fiyero, o momento encapsula uma sinceridade que, se incluída, poderia ter intensificado a relação entre os personagens e aberto novas possibilidades para futuras explorações emocionais.

Com a sequência, Wicked: For Good, programada para ser lançada em 21 de novembro, as discussões sobre o que foi cortado ganham maior relevância. O segundo filme promete um desenvolvimento significativo dos coadjuvantes e suas respectivas histórias, sugerindo que talvez essas cenas adicionais poderiam ter traçado um caminho mais rico para esses personagens e elaborado conexões mais robustas. A expectativa seguinte levanta questões sobre o balanceamento das narrativas de Elphaba e Glinda, que são o coração do filme, mas que ainda podem se beneficiar de uma maior exploração do elenco ao seu redor.

Ao relembrar essas pequenas joias do corte, os fãs podem, pelo menos, aproveitar a inclusão desses momentos nas features especiais da versão digital. O essencial é que, mesmo que não figurem no corte principal, podemos considerá-las parte do cânone, já que elas se encaixam perfeitamente na construção do enredo. Assim, fica uma reflexão mais ampla sobre como cada pequeno detalhe pode fazer diferença em uma história tão rica e complexa como a de Wicked. A trama é tão envolvente que até mesmo a eliminação de cenas específicas se transforma em um ponto de discussão e uma oportunidade de reavivar diálogos sobre o que significa ser diferente e encontrar seu lugar em um mundo que nem sempre é acolhedor.

A magia de Wicked continua a encantar novos públicos e a gerar debates profundos, tanto sobre seu conteúdo quanto sobre sua execução. Portanto, ao assistirem a essa obra-prima, os espectadores são convid bem-vindos a refletir não apenas sobre os momentos que estão na tela, mas também sobre aqueles que, por algum motivo, ficaram de fora – um verdadeiro convite à discussão e à apreciação de uma das narrativas musicais mais influentes da nossa era.

Cena de wicked

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