A Xocean, uma promissora startup irlandesa de robótica marinha, acaba de atingir um marco significativo ao levantar €115 milhões, equivalentes a aproximadamente $119 milhões, com o objetivo de expandir sua atuação para diversos setores enquanto continua a oferecer dados essenciais para as indústrias de energia e hidrografia. Fundada em 2017, a empresa tem desenvolvido uma frota de embarcações de superfície não tripuladas (USVs) que operam de maneira remota, garantindo uma coleta eficiente e prolongada de informações sobre nossos oceanos.
Essas embarcações, projetadas para permanecerem em alto-mar por longos períodos, são equipadas com sensores avançados capazes de capturar uma variedade de conjuntos de dados, como profundidade em alta resolução, topografia do fundo marinho, além de dados sobre camadas de sedimento subaquáticas e estruturas geológicas. Utilizando satélites para o controle das USVs e a transmissão de dados de volta à costa, a Xocean atende a um portfólio impressionante de clientes renomados, incluindo gigantes como BP e Shell, além de diversas agências governamentais.
James Ives, o fundador da Xocean, possui um histórico relevante na área, sendo ex-CEO da OpenHydro, uma desenvolvedora de turbinas de corrente de marea que foi adquirida em 2013 pela empresa de engenharia marinha francesa Naval Energies, em um negócio avaliado em $173 milhões. Em uma declaração, Ives afirmou: “Nossa missão é entregar dados que impulsionem o desenvolvimento sustentável de nossos oceanos de forma segura, econômica e com impacto extremamente reduzido”. Tal enfoque em sustentabilidade reflete a crescente pressão por técnicas inovadoras que ajudem a mitigar e entender os desafios climáticos que o planeta enfrenta.
O investimento recente na Xocean surge em um momento propício, especialmente em um cenário onde o setor de capital de risco tem reavaliado sua estratégia em relação aos startups focadas em tecnologia climática. Observa-se um movimento entre alguns investidores que buscam soluções que não apenas abordem questões ambientais, mas que também possam gerar receita imediatamente, e a Xocean se posiciona exatamente nesse espectro de necessidades. A empresa examina as lacunas de dados que podem ser vitais para otimizar a instalação de turbinas eólicas e para monitorar mudanças ambientais, além de aperfeiçoar a manutenção de infraestruturas criadas para esse fim.
Os oceanos desempenham um papel fundamental na regulação do clima da Terra e também são considerados localizações ideais para a instalação de parques eólicos. Além disso, eles abrigam a infraestrutura necessária para a transferência de dados ao redor do mundo. Com os dados coletados, a Xocean não só contribui para projetos que visem a energia renovável, mas também para iniciativas de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS), além de hidrográficos civis, que são essenciais para a coleta de dados que apoiam projetos de engenharia civil.
Desde sua fundação, a empresa levantou aproximadamente $189 milhões, e com esse novo aporte financeiro, planeja expandir sua presença geográfica e sua atuação em “múltiplos segmentos offshore”, conforme indicado em seu comunicado. Essa expansão é vista como um passo estratégico importante em um momento em que o mercado e a sociedade exigem abordagens cada vez mais inovadoras para lidar com os desafios ambientais.
O investimento foi apoiado pela S2G Ventures, uma firma de investimento em tecnologia climática que, no ano passado, foi desmembrada da Builders Vision, que remunera o legado filantrópico do herdeiro do Walmart, Lukas Walton. Outros investidores notáveis incluem Climate Investment (CI), o fundo 1GT do Morgan Stanley e uma afiliada das Indústrias CC da família Crown. Este conjunto diversificado de investidores não apenas garante a estabilidade financeira da Xocean, mas também coloca a empresa em uma posição favorável para liderar o caminho em tecnologias oceânicas emergentes.
À medida que a Xocean se avança para novos horizontes, a combinação de inovação tecnológica e compromisso com a sustentabilidade fornecerá uma contribuição valiosa para a preservação de nosso planeta. Assim, fica a pergunta: até onde você acha que os dados oceânicos podem nos levar? O futuro parece promissor, com cada onda trazendo novas possibilidades.