Na última quinta-feira, a startup boardy, que está revolucionando o networking profissional com tecnologia de voz AI, anunciou a conclusão de uma rodada de investimentos pré-seed no valor de $3 milhões. O co-fundador e CEO da empresa, Andrew D’Souza, juntamente com os irmãos Ankur e Abhinav Boyed, lançou a ideia em março deste ano e, após meses de desenvolvimento ao longo do verão, a plataforma foi oficialmente apresentada ao mercado. O funcionamento da boardy é intuitivo: o usuário fornece seu número de telefone e recebe uma ligação de um assistente de voz AI, carinhosamente chamado de Boardy. Durante essa conversa, o usuário informa ao Boardy sobre o que está trabalhando, e a inteligência artificial escaneia a rede de contatos da boardy para identificar possíveis conexões que possam ser relevantes para a situação do usuário.
Atualmente, a rede da boardy, que conta com alguns milhares de membros, começou a partir da rede pessoal de D’Souza, composta por investidores, empreendedores e criadores, e se expandiu desde então. Essa ferramenta é especialmente útil para quem procura conhecer novos clientes, investidores, além de oferecer suporte em programas de aceleradoras e matching de co-fundadores. D’Souza frisou que, ao interagir com outros membros da rede, o Boardy busca entender se a conexão será benéfica, tanto com base nas experiências de cada um como na possibilidade de uma boa química interpessoal. “Caso o Boardy identifique que duas pessoas poderiam se beneficiar da conexão, ele tentará facilitar uma introdução mútua”, explica D’Souza, ressaltando que o processo culmina em uma troca de e-mails para conectar as partes interessadas.
A proposta da boardy vem à tona em um momento em que a solidão se tornou uma preocupação crescente, especialmente nos Estados Unidos. Estudos recentes indicam que o país está enfrentando uma verdadeira epidemia de solidão, um problema que começou a se intensificar muito antes da pandemia global. D’Souza expressa a inquietação de como a inteligência artificial pode agravar essa solidão, ao mesmo tempo em que desencoraja interações humanas genuínas. No entanto, em uma abordagem antagônica à popular narrativa de companheiros virtuais e relações artificiais, a boardy utiliza a AI para promover conexões humanas significativas. “Concebemos o Boardy para criar um futuro melhor, onde a inteligência artificial realmente nos conecta e colabora com os humanos para resolver os problemas mais difíceis da humanidade”, afirma D’Souza.
Antes de se dedicar à boardy, D’Souza co-fundou e liderou a Clearco, uma renomada empresa de e-commerce. Após quase uma década com a Clearco, ele percebeu que a empresa havia crescido a tal ponto que precisavam de um especialista em mercados de capitais mais experiente para liderar os próximos passos. Com isso, optou por deixar a empresa enquanto um novo CEO era introduzido, seguindo assim um novo caminho em sua carreira. O financiamento da boardy fluiu de forma tranquila, principalmente devido às conexões que D’Souza formou enquanto atuava na Clearco. A HF0 se destacou como o maior investidor da rodada, com outros nomes de peso envolvidos, como 8VC, Precursor, Afore, FJ Labs e NextView. “Pretendo conhecer mais investidores através da boardy no futuro”, observou D’Souza.
A startup pretende utilizar os novos recursos financeiros para continuar o desenvolvimento e o treinamento de sua inteligência artificial, visando torná-la ainda mais inteligente e empática. A equipe também está empenhada em expandir a rede pessoal de Boardy para ampliar as oportunidades de conexão para os usuários. No cenário atual, não há muitos competidores diretos para a boardy, embora algumas empresas estejam atuando na área de redes sociais com inteligência artificial, como Butterflies e SocialAI. Entretanto, D’Souza acredita que a boardy é distinta, afirmando que o agente AI “trabalha para si mesmo”. “Você pode pedir ajuda ao Boardy, e ele fará o possível para ajudar, mas sem comprometer o bem-estar de outras pessoas em sua rede”, continuou D’Souza. “Você não pode dizer ao Boardy o que fazer, o que, na verdade, aumenta sua confiabilidade.”