o início de uma jornada: da contabilidade ao sucesso como empreendedora de entretenimento
Angelica Nwandu sempre teve uma veia para as fofocas de celebridades, um aspecto que a acompanhou ao longo de sua vida. Em 2014, após deixar seu trabalho como contadora, angariando coragem para seguir o sonho de se tornar roteirista, Nwandu se viu sem emprego e decidiu dedicar seu tempo livre a suas paixões. Em um pequeno apartamento no centro de Los Angeles, sua dedicação às fofocas a levou a discutir o mundo das celebridades com amigos. Foi um de seus amigos que a incentivou a criar um site de fofocas próprio, sugerindo que ela usasse sua experiência e amor por esse nicho da comunicação. Essa sugestão culminou no lançamento da conta do Instagram chamada The Shade Room (TSR). Neste espaço digital, Nwandu desejava proporcionar um espaço onde a verdade das interações sociais pudesse ser explorada, afirmando que “The Shade Room é a sala da verdade”, proporcionando um olhar mais profundo à cultura, especialmente dentro da diáspora negra. Aqui, ela viu a abrangência das interações sociais como uma questão de sobrevivência, ao invés de apenas um jogo superficial de “fazer fofoca”.
abrindo caminhos e estabelecendo um novo modelo de mídia
Desde sua criação, The Shade Room se destacou por oferecer não apenas fofocas sobre celebridades, mas também uma cobertura sobre questões políticas e temas de justiça social, como a brutalidade policial. O que diferencia TSR de outros sites de fofocas é sua capacidade de captar e divulgar informações através de fotos exclusivas e conteúdos relevantes em tempo real. Entre os vários conteúdos criados, um dos posts mais memoráveis incluiu uma foto que quebrou a internet em 2018, mostrando Kourtney Kardashian e suas interações com Scott Disick e Sofia Richie. Além disso, a conta realizou entrevistas exclusivas, incluindo a reação do rapper Quavo sobre a morte de seu parceiro musical, Takeoff. Essa abordagem inovadora de Nwandu, combinando fofocas com uma narrativa persuasiva que ressoava com o público, rapidamente solidificou sua presença nas redes sociais. Sua capacidade de falar a linguagem dos leitores, trazendo uma voz informal e acessível, similar à de uma amiga próxima, a fez brilhar, resultando em um incremento significativo em sua base de seguidores.
Com o tempo, empresas de Hollywood, cientes do potencial da plataforma para atingir públicos negros, começaram a se aproximar de Nwandu para colaborações, como a recente parceria com a Columbia Pictures para o lançamento de “Bad Boys: Ride or Die”. Apesar do estigma que envolve o chamado “jornalismo de fofoca”, que muitas vezes é retratado de maneira negativa, Nwandu destaca que levou tempo para construir uma relação de confiança com anunciantes e celebridades. Parte dessa trajetória envolveu a adaptação do tom da comunicação da plataforma, que já havia enfrentado críticas por ser considerada homofóbica, um aspecto que a empreendedora admite que ainda está em evolução.
crescimento impressionante e aceitação no cenário midiático
À medida que o The Shade Room cresceu, Nwandu começou a expandir sua equipe, conseguindo recrutar mais de 40 jornalistas e, assim, transformando seu projeto inicial no Instagram em um verdadeiro império de mídia voltado para a comunidade negra. A conta agora conta com mais de 29 milhões de seguidores, gerando uma receita significativa e atraindo investimentos de capital de risco, o que elevou sua reputação na indústria. Este crescimento não apenas aumentou a credibilidade da plataforma, mas também lhes proporcionou acesso ao cenário político, sendo o único site de fofocas a fazer parte do pool de imprensa presidencial. Hoje, The Shade Room se expande através de várias plataformas de mídia social e produtos digitais, incluindo site, boletins informativos e programação em vídeo, sempre mantendo uma voz única e autêntica, repleta de críticas perseverantes e descontraídas sobre os mais variados temas, abrangendo desde supostas rivalidades entre celebridades até eventos políticos relevantes.
uma comunidade unida por meio da autenticidade e empatia
Apesar do sucesso e da evolução do The Shade Room, Nwandu se identifica com seus seguidores de maneira íntima. Ela imagina que os ‘roommates’, como são conhecidos seus seguidores, compartilham dessa jornada de convivência e humor, trazendo leveza e autenticidade para as discussões sobre a vida das celebridades. Esse ambiente se molda em uma experiência interativa, onde as interações são celebradas, e questões pessoais, como dificuldades e vitórias, são tratadas de forma aberta e afetuosa. Nwandu descreve essa atmosfera como um espaço onde “todas as suas histórias estão à mesa: quem teve notas ruins na escola, quem engravidou, quem foi preso e quem se meteu em problemas”. Ela enfatiza a construção de um espaço comunitário que é ao mesmo tempo crítico e carinhoso, reforçando que, apesar das falhas, o amor e o apoio se mantêm inalterados.
Com uma trajetória impressionante, Angelica Nwandu demonstra não apenas sua habilidade de empreender, mas também sua capacidade de estabelecer uma nova forma de contar histórias e compartilhar informações, engajando uma comunidade vibrante e cheia de nuances que transcendem os estereótipos associados ao jornalismo de fofocas. Sua história inspira novos empreendedores, provando que é possível transformar paixões em empreendimentos bem-sucedidos que ressoam e impactam um público diversificado.