Nos desdobramentos do infeliz assassinato de duas adolescentes na trilha de hiking em Delphi, Indiana, em 2017, os advogados de defesa do homem acusado de cometer o crime apresentaram recentemente um pedido ao tribunal. O objetivo é que lhes seja permitido argumentar que o verdadeiro autor das mortes seria um grupo de Odinistas, membros de uma religião pagã frequentemente associada ao nacionalismo branco. Richard Allen, de 50 anos, enfrenta quatro acusações de homicídio relacionadas ao trágico assassinato de Abigail “Abby” Williams, de 13 anos, e Liberty “Libby” German, de 14 anos, que foram encontradas sem vida perto de um riacho daquela cidade.
As investigações sobre o caso começaram em fevereiro de 2017, com a prisão de Allen ocorrendo cinco anos depois, em 2022. A polícia alegou que, ao vasculhar sua residência, encontrou várias facas e uma arma que poderia estar ligada a um projétil encontrado na cena do crime. Allen se declarou inocente das acusações. Com o julgamento de sua defesa tendo início na semana passada, os advogados sustentaram em documentos do tribunal, conforme noticiado por diversas fontes como Associated Press, Fox 59 e o Journal & Courier, a alegação de que as mortes das garotas poderiam ter sido resultado de um sacrifício ritual por parte dos Odinistas.
A Decisão Judicial e as Novas Alegações da Defesa
O juiz Frances Gull já havia rejeitado anteriormente a introdução dessa teoria de Odinismo ao júri em uma decisão tomada em setembro, citando a falta de evidências consistentes. Contudo, um novo pedido foi protocolado na quarta-feira, 23 de outubro, solicitando que partes dessa teoria fossem apresentadas, ressaltando algumas descobertas feitas na cena do crime. Um investigador de cena de crime testemunhou que galhos foram encontrados sobre os corpos de Abby e Libby, observando que os corpos não estavam completamente ocultos. A argumentação da defesa sugere que “os galhos sobre as meninas parecem estar organizados em um padrão ou arranjo, levando uma pessoa razoável a concluir que os galhos não estavam sendo usados para ocultar os corpos, mas sim tinham um propósito diferente.”
Além disso, em uma alegação anterior, os advogados de Allen sustentaram que havia indícios de um assassinato ritual, sinalizando que os corpos das adolescentes estavam dispostos de forma que os galhos foram “intencionalmente colocados em um padrão muito específico.” Um detalhe perturbador como o fato de que o sangue de uma das garotas foi encontrado pintado em árvores em um símbolo que se assemelha à letra “F”, a qual associados à Odinismo, foi trazido à tona, levantando ainda mais especulações sobre o culto e sua possível ligação com o caso.
Confissões e a Expectativa do Tribunal
Enquanto isso, a acusação alega que Allen teria confessado o assassinato em uma chamada telefônica para sua esposa dentro da prisão. A defesa, no entanto, tem tentado desqualificar essa suposta confissão, argumentando que Allen estava em um estado mental comprometido no momento da chamada. Na abertura do julgamento, os promotores informaram ao júri que Abby e Libby foram encontradas com os pescoços cortados, um detalhe que adiciona um peso ainda maior ao caso e às acusações enfrentadas por Allen.
A questão agora repousa sobre o que o juiz decidirá em relação ao novo pedido da defesa e se essa teoria de Odinismo terá qualquer influência no veredicto do júri. O caso não apenas capturou a atenção da comunidade local em Indiana, mas também ressoou em um nível nacional, destacando questões mais amplas relacionadas à violência juvenil, ao culto e à complexidade das investigações criminais. Assim, acompanharemos com expectativa os próximos capítulos desse caso trágico e intrigante, que tira o fôlego a cada novo desenvolvimento.