A recente situação envolvendo uma veterana que foi supostamente expulsa de um voo da Delta Airlines devido à sua camisa com mensagem anti-suicídio ganhou grande notoriedade e provocou uma onda de apoio à sua causa. Catherine Banks, uma veterana do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, estava a caminho de um evento quando, no dia 16 de outubro, foi abordada por um comissário de bordo no Aeroporto Internacional de São Francisco.
Segundo relatos, a comissária solicitou que Banks deixasse a aeronave, alegando que a camiseta que ela usava, que trazia a frase “Não ceda à guerra interna. Acabe com o suicídio de veteranos”, era considerada “ameaçadora”. A veterana, visivelmente surpresa, questionou a atitude, perguntando se estava sendo brincadeira ao ser informada que a única forma de voltar ao avião seria trocando de roupa. Após a troca para um moletom, ela ainda foi orientada a se sentar na parte de trás da aeronave, apesar de ter pago por um assento com espaço extra para as pernas. “Sinto que eles simplesmente tiraram minha alma”, declarou Banks, enfatizando seu direito de apoiar a si mesma e seus colegas veteranos.
A resposta da Delta Airlines e a mobilização de apoio
Em uma declaração anterior para a mídia, um porta-voz da Delta Airlines informou que o incidente tinha sido “resolvido”. “Agradecemos sua paciência enquanto continuamos a entender o que ocorreu durante este evento”, afirmou o porta-voz. “Mais importante, estamos agradecidos por seu serviço ao nosso país.” Entretanto, a repercussão desse caso levou a uma mobilização inesperada em torno da marca que produziu a camiseta de Banks, a Til Valhalla Project.
Esse projeto, fundado por veteranos, tem como foco a redução do suicídio entre militares. Korey Shaffer, fundador da Til Valhalla Project e ex-membro da Marinha, relatou que o apoio e a demanda por suas roupas aumentaram drasticamente desde que a história foi veiculada. “É ótimo ver as pessoas se unirem em torno de uma causa”, disse Shaffer. “Nossas vendas dessa camiseta aumentaram mais de 4.000% apenas nas últimas 48 horas.” A Til Valhalla Project, localizada em St. Augustine, na Flórida, comercializa roupas e acessórios temáticos voltados para veteranos, e parte das vendas é investida na criação de placas em memória dos que caíram em combate.
A origem da camiseta e seu significado
O design que gerou a polêmica e o apoio é uma homenagem ao amigo de Shaffer, o marine Cpl. Benjamin Dunston, que faleceu por suicídio. Em honra à memória de Dunston, Shaffer criou uma placa memorial, esta ação gerou o impulso que originou a missão da Til Valhalla Project. Desde então, a camiseta “Não ceda” tem desempenhado um papel crucial na arrecadação de mais de 1,3 milhão de dólares para ajudar a reduzir o suicídio entre veteranos e a honrar mais de 3.500 heróis caídos com homenagens entregues surpresa às suas famílias.
Com o aumento da visibilidade da causa, Shaffer expressou em uma postagem no Facebook que os últimos dias foram intensos, mas que estava contente em ver Catherine sendo amparada e que a mídia estava abordando o lado positivo da história. “Bom para eles”, concluiu, mencionando a carga emocional que envolveu a situação.
Conscientização sobre o suicídio entre veteranos
A história de Catherine Banks é um lembrete importante sobre a luta contínua contra o suicídio entre veteranos, uma questão que continua a ser um grande desafio nos Estados Unidos. Dados alarmantes do Departamento de Assuntos de Veteranos indicam que, diariamente, cerca de 17 veteranos sucumbem ao suicídio. Iniciativas voltadas para aumentar a conscientização e proporcionar apoio psicológico são cruciais para combater essa epidemia silenciosa. Se você ou alguém que você conhece está enfrentando pensamentos suicidas, é fundamental buscar ajuda. A linha de apoio 988 fornece assistência imediata, conectando indivíduos a recursos especializados que podem salvar vidas.
A turbulência que se seguiu ao incidente de Catherine Banks não apenas impulsionou a Til Valhalla Project, mas também renovou a conversa sobre a importância do apoio à saúde mental entre veteranos. A atitude da veterana, ao se manifestar contra o apagamento de sua mensagem, pôs em evidência a necessidade urgente de cuidar da saúde emocional daqueles que serviram bravamente ao país.
Com essa mobilização, espera-se que mais pessoas se unam à causa, promovendo um ambiente de respeito e apoio a todos os veteranos e suas famílias. Afinal, cada esforço conta na batalha contra o estigma e pela valorização dos que dedicaram suas vidas à nação.