A recente movimentação financeira nas doações para campanhas eleitorais nos Estados Unidos tem chamado a atenção devido à forte participação de Elon Musk, que destinou cerca de $44 milhões em outubro a um super PAC focado na candidatura de Donald Trump à presidência. Esta ação elevou o total de doações do bilionário para o grupo que apoia o ex-presidente a aproximadamente $119 milhões, de acordo com novos relatórios de financiamento de campanha. Musk, conhecido mundialmente como o homem mais rico do planeta, parece estar determinado em fortalecer a posição de Trump na corrida, em um momento onde a vice-presidente democrata, Kamala Harris, se destaca significativamente nas arrecadações.
No mesmo período, Harris arrecadou cerca de $97 milhões, superando em mais de seis vezes o que Trump arrecadou nos primeiros dias de outubro, conforme os relatórios submetidos à Comissão Eleitoral Federal. A disparidade nas arrecadações se torna ainda mais reveladora quando se considera que tanto os candidatos quanto seus aliados políticos movimentaram juntos mais de $500 milhões nos primeiros dias do mês, uma cifra impressionante em um cenário pré-eleitoral acirrado que culminará no Dia da Eleição.
Harris se destaca financeiramente em relação a Trump antes das eleições
Um dado relevante a ser destacado é que a campanha principal de Harris gastou mais do que a de Trump, ultrapassando os $166 milhões em despesas, enquanto a campanha do ex-presidente totalizou $99.7 milhões no mesmo período. Aproximadamente $130 milhões dessas despesas de Harris foram direcionados para gastos com mídia, evidenciando como a candidata tem utilizado seu capital de forma estratégica nas últimas fases da campanha. Com ainda $119 milhões disponíveis em seu caixa, Harris possui uma reserva financeira mais de três vezes maior que a de Trump, resultando em uma vantagem que pode ser determinante para os resultados das eleições.
Dados da AdImpact, que acompanha a publicidade política, reforçam o uso dessa vantagem financeira, mostrando que a campanha de Harris investiu cerca de $488 milhões em publicidade desde que o presidente Joe Biden abandonou a corrida, diferenciando-se substancialmente dos $284 milhões gastos por Trump no mesmo período. A combinação de arrecadação robusta e gastos publicitários eficazes tem posicionado Harris como uma competidora formidável na corrida presidencial.
Musk se torna um importante financiador das candidaturas republicanas
Enquanto Harris aparece como uma força crescente do lado democrata, a figura de Elon Musk se destaca como um dos principais financiadores da candidatura de Trump e dos candidatos republicanos ao Senado. Em um movimento que vai além das contribuições financeiras, Musk tem promovido uma campanha de incentivo ao voto em estados-chave, uma função que tradicionalmente caberia a grupos externos. Nos últimos dias, o bilionário também lançou sorteios, oferecendo $1 milhão diariamente para eleitores de estados decisivos, ação que despertou a atenção do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Os dados mais recentes mostram que Musk fez quatro doações que somaram $43.6 milhões ao seu PAC em apoio a Trump apenas na primeira metade de outubro, além de contribuir com $12.3 milhões a outros super PACs que apoiam a ala republicana. É notável como o CEO da Tesla, que anteriormente fazia doações mais modestas a candidatos federais de diferentes espectros políticos, agora se compromete de maneira decisiva em ajudar Trump a conquistar a presidência.
A nova documentação revela que o PAC de Musk atraiu outros doadores talentosos em outubro. O bilionário Nelson Peltz doou $1 milhão a este PAC, e membros da família DeVos, inclusive a secretária de Educação de Trump, Betsy DeVos, contribuíram com doações em seis dígitos, solidificando ainda mais a base financeira do ex-presidente.
Outros apoiadores financeiros notáveis de Trump durante a corrida
Dentre os que também estão fortalecendo a candidatura de Trump, o magnata do setor de embalagens Richard Uihlein se destacou com $6.5 milhões a seu super PAC, o Restoration PAC, que tem investido pesadamente em campanhas a favor da candidatura de Trump. Uihlein, de família relacionada à fundação da Schlitz Brewing, tem uma longa trajetória de apoio a candidatos conservadores e se consolida como um dos maiores financiadores das iniciativas pro-Trump neste ciclo eleitoral. Sua esposa, Elizabeth, também contribuiu com $3 milhões a outro grupo pró-Trump, o Preserve America, além de doações de Ronald Cameron, que destinou $2 milhões ao mesmo grupo.
Senão vejamos, o co-fundador do WhatsApp, Jan Koum, recentemente se tornou um dos últimos nomes proeminentes do setor tecnológico a oferecer apoio a Trump, doando $5 milhões em ações da Meta ao super PAC que apoia a campanha do ex-presidente. Koum anteriormente tinha direcionado doações para a campanha de Nikki Haley, mas agora encontrou espaço em seu coração para apoiar Trump em sua busca pela presidência.
Apoios significativos também para a campanha de Kamala Harris
Por outro lado, a vice-presidente Harris também conta com o apoio de grandes doadores. O co-fundador do Facebook Dustin Moskovitz contribuiu com $25 milhões ao super PAC Future Forward, totalizando sua doação a $38 milhões. Contudo, uma parcela considerável dos $90 milhões arrecadados por esse PAC no mesmo período provém de sua ala sem fins lucrativos, que não divulga a identidade de seus doadores, gerando uma nuvem de mistério sobre alguns dos apoiadores de Harris.
Outro ponto interessante é a contribuição da ex-congressista do Wyoming Liz Cheney, que, ao se desviar de sua linha republicana, tem se posicionado ao lado de Harris. Sua comissão de ação política doou $2.5 milhões ao American Bridge 21st Century, que desempenha um papel crucial em auxiliar a vice-presidente e seus esforços na reta final da campanha.
Despesas com consultoria jurídica continuam entre os desafios de Trump
Enquanto Trump reúne fundos para sua candidatura presidencial, sua operação política também se vê forçada a arcar com despesas legais recorrentes. Entre os dias 1 e 16 de outubro, o PAC liderado pelo ex-presidente, Save America, desembolsou $3.9 milhões em consultoria legal, sendo que a maior parte desse valor, cerca de $3.3 milhões, foi direcionada ao escritório Robert & Robert. Clifford Robert, um dos principais advogados do escritório, está diretamente envolvido em defender Trump em seu apelo contra um julgamento de fraude civil em Nova York.
Considerações finais sobre a dinâmica financeira da corrida presidencial
À medida que a data da eleição se aproxima, a intensa batalha financeira entre os candidatos, alimentada por figuras influentes como Elon Musk, promete transformar este que já é um dos mais acirrados pleitos presidenciais da história dos Estados Unidos. Com um campo político repleto de doadores influentes e estratégias de financiamento robustas, o resultado dessas movimentações poderá definir não apenas o futuro político das figuras em questão, mas também a direção que o país tomará nos próximos anos. A corrida eleitoral nos revela, assim, um bastidor fascinante que vai além da simples disputa de votos, envolvendo a complexa e muitas vezes obscura relação entre dinheiro e poder.