Atualmente, três ícones do empresariado norte-americano, a saber, starbucks, nike e boeing, se encontram em uma encruzilhada desafiadora, demandando ações decisivas de suas novas lideranças. Essa mudança de comando, que traz novos CEOs em momentos críticos, também acarreta a responsabilidade de resgatar suas marcas e restaurar a confiança do consumidor. Neste contexto, os desafios que cada um desses líderes enfrenta são profundos, e a recuperação não será uma tarefa fácil.
o quadro desolador da starbucks e a missão de brian niccol
Recentemente, um relatório preliminar de ganhos sinalizou um período contínuo de declínio nas vendas da starbucks, marcando o terceiro trimestre consecutivo de resultados insatisfatórios. A queda foi alarmante, especialmente nos Estados Unidos, onde as vendas despencaram 10%, enquanto na China a redução alcançou 14%. Este foi o pior desempenho da empresa desde o início da pandemia, refletindo uma mudança significativa no comportamento do consumidor e nas preferências de mercado. Diante dessa realidade, a starbucks decidiu, de forma inusitada, suspender suas orientações financeiras para o restante do ano, uma ação que visa conceder ao novo CEO, Brian Niccol, o tempo necessário para traçar um plano de revitalização da marca.
Brian Niccol, anteriormente à frente da chipotle, é o terceiro CEO da starbucks em apenas três anos. Conhecido por sua habilidade em reerguer empresas em dificuldades, Niccol tem um desafio colossal pela frente. Ele já insinuou que deseja simplificar os menus e melhorar o nível de atendimento. Além disso, a expectativa é que colocação de açúcar e leite ao alcance dos consumidores, em vez de atrás do balcão, sejam algumas de suas primeiras ações. “Precisamos mudar fundamentalmente nossa estratégia para voltar a crescer”, declarou Niccol. A essência de seu mandato parece ser reconectar a marca com a atmosfera acolhedora das cafeterias dos anos 1990, em detrimento de inovações questionáveis, como a inclusão de azeite nas bebidas.
nike e sua busca por recuperação no competitivo mercado de calçados
Não muito distante da starbucks, a nike também enfrenta desafios substanciais. O desempenho financeiro da empresa evidenciou uma queda de 25% nas ações ao longo deste ano, com uma redução de 10% na receita do último trimestre em comparação com o ano passado. O novo CEO, Elliott Hill, já enfrenta a pressão para reverter essa tendência negativa e reestabelecer o que sempre foi o trunfo da marca: a inovação e o estilo em seu portfólio de calçados, que vem sendo eclipsado pelo surgimento de marcas mais jovens, como hoka e on.
Após apenas algumas semanas no cargo, Hill já assegurou a renovação por 12 temporadas da parceria da nike com a NBA e a WNBA, garantindo que o famoso swoosh permanecerá nos uniformes das ligas. Contudo, os reais desafios ainda estão por vir, e a prioridade imediata de Hill deverá ser recuperar o prestígio da marca, devolvendo aos produtos da nike o status que outrora tiveram como os calçados absolutamente cobiçados no mercado.
a crisis sem fim e o futuro incerto da boeing
Por último, mas não menos importante, a boeing se vê mergulhada em uma crise aparentemente interminável sob a liderança de Kelly Ortberg, que assumiu o cargo de CEO em agosto. Para sua infelicidade, as circunstâncias não melhoraram. A empresa anunciou uma perda de 6 bilhões de dólares no terceiro trimestre, um dos piores resultados financeiros na história da companhia. Esse anúncio foi ainda mais exacerbado pela rejeição de um acordo que permitira aos trabalhadores retornarem ao trabalho após uma greve de seis semanas. A paralisação está custando à boeing aproximadamente 1 bilhão de dólares por mês, ilustrando a magnitude da crise enfrentada pelo gigante da aviação.
Essa situação complicada é o resultado de uma série de eventos desafortunados, que começaram com incidentes de segurança e culminaram em uma grave deterioração da reputação da empresa em relação à qualidade e segurança de suas aeronaves. Como com as demais empresas, a boeing procura inspiração em sua história para traçar um novo futuro, mas, diferentemente das outras, não poderá construir a “máquina do tempo” de que tanto precisa sem sentar à mesa para negociar com os 33 mil maquinistas atualmente em greve.
considerações finais sobre a trajetória das marcas emblemáticas americanas
À luz dos desafios que starbucks, nike e boeing enfrentam, é evidente que cada uma dessas empresas carrega o peso de suas expectativas, problemas internos e a responsabilidade de recuperar sua posição no mercado. A eficiência das decisões tomadas pelos novos líderes será fundamental para a recuperação de suas marcas. As trajetórias não serão fáceis e, diante da volatilidade do mercado e das exigências dos consumidores, será preciso mais do que um esforço isolado para colocar essas gigantes de volta nos eixos. Que essas marcas, agora à procura de reminiscências de seus dias de glória, consigam enfrentar essa tempestade e emergir mais fortes do que antes.