Enquanto o mundo aguarda ansiosamente os resultados das eleições nos Estados Unidos, as preocupações na Ucrânia sobre o futuro do apoio americano começam a se intensificar. O conflito com a Rússia, que já dura mais de dois anos, trouxe não apenas devastação e tragédia, mas também uma dependência crítica de armamentos e auxílio militar dos Estados Unidos. Com promessas do ex-presidente Donald Trump de uma resolução rápida para a guerra, ucranianos fazem um apelo simples e sincero: “Obrigado, e por favor, não nos abandone.”
Situada próxima à fronteira russa, a região leste da Ucrânia tem sido um campo de batalha significativo desde que a Rússia intensificou sua ação militar em fevereiro de 2022. Os Estados Unidos, como principal fornecedor de armamentos, injetaram mais de 60 bilhões de dólares em assistência militar. Este suporte incluiu uma ampla gama de equipamentos, desde caças F-16 até sistemas de defesa antimíssil Patriot. A presença desses armamentos tem sido um fator crucial para a resistência contra as incursões russas, mas o temor de que este suporte possa ser reduzido, especialmente caso Trump seja reeleito, gera um clima de ansiedade crescente.
Em uma visita às tropas da 80ª Brigada de Assalto Aéreo da Ucrânia, a CBS News relatou que esses soldados estão utilizando veículos de combate Stryker, armados com metralhadoras de calibre .50, para proteger suas posições. Esses veículos, pesando cerca de 18 toneladas, são uma parte vital da estratégia de defesa ucraniana, e os soldados creditam esses equipamentos como essenciais para suas operações. O soldado Viktor Zakarov, que anteriormente era motorista, expressou profunda gratidão pela assistência americana, ressaltando a importância dos veículos blindados em salvar vidas e proteger as forças ucranianas.
Nos últimos meses, os combatentes ucranianos têm enfrentado uma pressão crescente com as tropas russas avançando rapidamente no leste do país. Estima-se que a Rússia tenha conseguido controlar cerca de 20% da região de Donbas. Em meio a esse cenário, Halina, uma cidadã da capital ucraniana, expressou sua preocupação com o futuro do suporte dos EUA. “Para nós, é uma questão de sobrevivência”, disse ela, em meio a lágrimas, enquanto falava sobre o marido que está na linha de frente, e os familiares que vivem sob ocupação russa.
A relação entre a Ucrânia e os Estados Unidos não é recente; ao contrário, remonta a 2014, quando o povo ucraniano se levantou contra um governo apoiado pela Rússia. Naquele ano, o senador John McCain visitou Kiev, instigando os ucranianos a lutarem por sua liberdade, um momento que ainda é lembrado na Ucrânia. O apoio dos EUA aumentou após a anexação da Crimeia pela Rússia, mas a incerteza atual quanto aos resultados da eleição americana levanta questões sobre o futuro desse suporte vital.
A percepção de que a assistência militar pode estar em risco se Trump assumir novamente a presidência provoca um sentimento de desespero entre os ucranianos. As declarações do ex-presidente de que poderia rapidamente finalizar a guerra geram preocupações sobre o que isso significaria para a atual resistência ucraniana. Muitos temem que isso envolva pressões para ceder partes do território ucraniano à Rússia em troca de um cessar-fogo. “Se você me perguntar o que precisamos, a resposta é mais veículos, mais veículos blindados”, afirmou Zakarov. Essa necessidade por um maior auxílio militar reflete a urgência da situação em que a Ucrânia se encontra, com os cidadãos pedindo apoio e a continuidade das relações estratégicas com Washington.
As tensões entre os dois países e o futuro do apoio americano se tornaram ainda mais complexos com a revelação de que tropas norte-coreanas estão sendo treinadas na Rússia e podem ser enviadas para o campo de batalha da Ucrânia. A crescente aliança entre Rússia e países como a Coreia do Norte representa um desafio mirabolante para a resistência ucraniana, que conta com um apoio internacional nessa luta pela liberdade.
Enquanto o dia da eleição se aproxima, a esperança dos ucranianos é que os laços com os Estados Unidos se mantenham firmes e que o auxílio militar continue. Eles sabem que, sem esse suporte, a luta pela soberania e pela proteção de seu território pode se tornar ainda mais complicada. Como Zakarov e Halina, muitos ucranianos olham para o futuro com uma mistura de gratidão e apreensão, temendo que uma mudança na política americana possa alterar o curso de sua história.
Com o desenrolar da situação política nos EUA e a realidade do conflito com a Rússia, o apelo foi deixado bem claro: a Ucrânia não só agradece pelo apoio que já recebeu, mas clama para que esse suporte não seja abandonado em um momento tão crucial. O que está em jogo é mais do que apenas território; é a sobrevivência de uma nação que se recusa a ceder diante da agressão.