A trajetória do co-fundador do Goodreads, Otis Chandler, ganha um novo capítulo com o lançamento do Smashing, um aplicativo inovador focado em conectar os usuários a conteúdos valiosos na vastidão da internet. Diferente do seu primeiro empreendimento que reverberou em um amor pelos livros, agora a missão é abrangente: artigos de notícias, postagens em blogs, conteúdos de redes sociais e podcasts estão na mira. O aplicativo está entrando em sua fase beta, acessível apenas por convite, e vem como uma resposta a um cenário midiático cada vez mais fragmentado, onde os consumidores frequentemente se sentem perdidos diante de tantas opções dispersas.

O advento do Smashing ocorre em um momento crítico, quando muitos consumidores de notícias ainda lamentam a saída do Artifact, um leitor de notícias com tecnologia de inteligência artificial desenvolvido pelo co-fundador do Instagram, que recentemente foi vendido ao Yahoo. Enquanto isso, a desintegração dos meios de comunicação está em um auge, impulsionada por jornalistas que agora mantêm suas próprias newsletters e plataformas como Substack, além da metamorfose do Twitter – agora rebatizado como “X” – que antes era um centro de atualizações de notícias, mas hoje se vê rodeado por uma nova concorrência de redes sociais. As mudanças significativas nas políticas do Google e do Meta impactaram o tráfego dos publicadores online, resultando em demissões em larga escala na mídia. A introdução de resumos gerados por IA apenas adiciona uma camada maior de complexidade a um ecossistema já tumultuado.

Chandler acredita que o Smashing pode enfrentar esses desafios de maneira eficaz, não apenas ao destacar conteúdos que realmente valem a pena, mas também promovendo um link direto para os sites dos editores, incentivando uma maior interação com o que está sendo publicado. Em suas palavras, “eu nomeei o Goodreads de ‘Goodreads’ e não ‘Goodbooks’ porque um dia esperei adicionar artigos”. Embora os livros tenham se mostrado uma categoria robusta o suficiente para sustentar a aplicação que acabou sendo adquirida pela Amazon em 2013, Chandler sempre teve a ambição de aproveitar outros formatos de conteúdo.

Após uma pausa de trabalho após sua saída da Amazon, Chandler decidiu participar de um Half Ironman, o que acendeu sua curiosidade sobre treinamento físico e nutrição. A busca não apenas por uma melhor saúde, mas também por conteúdo autêntico em busca de suas necessidades pessoais se tornou um desafio ao usar mecanismos de busca tradicionais. “Se você apenas pesquisa ‘como treinar para um Half Ironman’ ou ‘como comer saudável’, você encontra muito conteúdo, mas não é o que realmente procura”, refletiu. Essa frustração o conduziu a testar uma variedade de agregadores de notícias, como o Apple News e outros aplicativos menores. Em sua busca, encontrou-se insatisfeito com as respostas obtidas e, a partir daí, a ideia por trás do Smashing começou a se crystallizar.

Após um ano de desenvolvimento e a captação de recursos seed, o aplicativo iOS do Smashing permite que usuários sigam seus interesses de maneira similar a outras aplicações de notícias, mas com um enfoque mais amplo. O aplicativo permite que os usuários enviem seus próprios conteúdos e classifiquem as recomendações fornecidas por sua inteligência artificial. “Trata-se de curadoria de conteúdo interessante que direciona os leitores para a leitura completa. Não estamos aqui apenas para substituí-lo”, explica Chandler, ressaltando sua crença em conteúdo de qualidade. Os usuários têm direito a 30 votos por dia, permitindo que escolhendo o que consideram interessante ou digno de atenção.

Além da interação em nível de comunidade, o aplicativo oferece resumos, trechos relevantes e citações provocativas, ajudando os usuários a navegar por tópicos e interesses de maneira mais incisiva. O CEO vê o potencial do Smashing como um motor de tráfego, ao contrário das preocupações que muitos têm em relação à IA e seu impacto nocivo nas editoras online. “A internet é um manancial repleto de joias que precisam ser descobertas”, conclui Chandler, cuja crença na importância do conteúdo longo e bem elaborado é clara.

Com o lançamento do Smashing se aproximando e a equipe contando com nomes experientes como Mike Mraz e Dan Barrett, a receptividade inicial à ideia já está se revelando promissora. O aplicativo representa não apenas um novo passo na carreira de Chandler, mas também uma tentativa genuína de revitalizar a maneira como consumimos conteúdo na era digital. À medida que o aplicativo se prepara para seu beta privado a partir de terça-feira, todos os olhos estarão voltados para ver se ele vai realmente redefinir nossa conexão com a vasta oferta de informação disponível online.

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