Anna Kendrick, aclamada atriz conhecida por seus papéis em diversas produções cinematográficas, recentemente compartilhou detalhes intrigantes e, ao mesmo tempo, autos de reflexão sobre a criação de seu primeiro longa-metragem, “Woman of the Hour”, durante uma participação no podcast Crime Junkie AF, apresentado por Ashley Flowers. Aos 39 anos, Kendrick mergulhou em suas lembranças mais íntimas e dolorosas para dar vida a sua nova obra, abordando questões que ainda reverberam em sua trajetória profissional e pessoal.
No bate-papo, Kendrick revelou que recorreu a uma experiência real vivida por ela aos 19 anos para compor uma cena significativa do filme. Durante as filmagens, pediu a um dos atores que interpretasse uma linha que um diretor de elenco lhe dissera naquela época. “Enquanto estávamos filmando, eu disse: ‘Ei, você se importaria de dizer essas linhas comigo? Provavelmente vou cortar, mas não sei. Pode ser interessante’”, compartilhou a atriz. Este momento particular retrata um episódio de sua vida, onde um comentário muito específico e perturbador sobre seu corpo foi feito durante uma audição. “Eles me perguntaram se estou disposta a fazer nudez, e então esse cara faz um comentário muito específico e estranho sobre meu corpo, e isso aconteceu comigo verbatim quando eu tinha 19 anos. Verbatim. Em uma audição. Sim. Uma loucura. Absolutamente loucura”, recordou Kendrick, destacando a complexidade e os desafios enfrentados pelas mulheres em ambientes de trabalho muitas vezes hostis.
A cena mencionada por Kendrick em “Woman of the Hour” ocorre quando sua personagem, Cheryl, se encontra em uma audição e declara aos diretores que participar de cenas nuas “simplesmente não é para ela”. Ao ouvir a afirmação, um dos diretores de elenco responde: “Oh, tenho certeza de que eles estão bem”. Este diálogo não só reflete a experiência de Kendrick, mas também traz à tona uma crítica sutil às dinâmicas de poder presentes na indústria cinematográfica.
“Woman of the Hour”, que já está disponível para streaming na Netflix, é inspirado na história real de Cheryl Bradshaw e seu inusitado encontro com Rodney Alcala, um serial killer que atuou na década de 1970. Durante o filme, a personagem de Kendrick participa de um episódio de “The Dating Game” sem saber que Alcala, um dos concorrentes, estava no auge de sua onda de assassinatos. A sinopse oficial da produção promete envolver os espectadores em uma trama repleta de tensão e elementos de um thriller psicológico, evidenciando os riscos que se escondem por trás das aparências. Com um elenco que inclui nomes como Tony Hale, Daniel Zovatto, Nicolette Robinson, Pete Holmes, Autumn Best, Kathryn Gallagher e Kelley Jakle, o filme captura a essência de uma época marcante enquanto aborda questões contemporâneas profundas e relevantes.
Kendrick também expressou seu prazer em trabalhar em uma peça de época, divertindo-se com os elementos característicos dos anos 70. Contudo, a atriz foi incisiva ao lembrar que muitas das questões retratadas no filme não pertencem apenas ao passado: “Algumas dessas coisas não aconteceram há tanto tempo assim, sabe?”, refletiu Kendrick. Ela continuou a comentar sobre como alguns dos pequenos detalhes do filme podem parecer anacrônicos, destacando que certas observações ainda poderiam ter sido feitas nos dias atuais. “Aos 19 anos, não faz tanto tempo assim para mim, mas sim, não é algo que está relegado à década de 1970”, concluiu.
Com isso, Kendrick não apenas compartilha uma parte de sua história pessoal, mas também coloca em evidência a importância do diálogo e a necessidade de um olhar mais crítico sobre as relações de poder e as experiências vividas por mulheres na indústria do entretenimento. “Woman of the Hour” serve como um lembrete poderoso de como as narrativas, por mais distantes que pareçam, podem ressoar intensamente na vida contemporânea. Para quem busca entretenimento com uma pitada de reflexão social e contextual, o longa certamente é uma escolha imperdível.