No mundo das celebridades, onde os holofotes brilham incessantemente, poucas figuras se destacam tanto quanto Elliot Mintz. Conhecido como um dos diretores de relações públicas mais influentes, Mintz não apenas colaborou com ícones como John Lennon, Yoko Ono e Bob Dylan, mas também se tornou um amigo e confidente deles. Em seu novo livro, We All Shine On: John, Yoko, & Me, o autor leva os leitores a uma viagem fascinante nos bastidores da vida de algumas das personalidades mais notáveis do século XX. Em uma conversa descontraída, regada a uma boa comida italiana e chardonnay, Mintz compartilha histórias e lembranças que moldaram a sua trajetória profissional e pessoal.
A residência de Mintz, localizada na esplêndida Mulholland Drive, parece ser uma extensão de sua própria história. Com uma coleção impressionante de discos e arte, o espaço também abriga um campo de tênis, raramente utilizado, relembra a ascensão e queda da fama e a pressão constante da indústria do entretenimento. Neste canto da Califórnia que ressoa com echos de celebridades, Mintz se autodenomina uma espécie de “whisperer” das estrelas — uma licença poética que reflete seu papel como conselheiro e diretor de imagem. Embora o mundo das celebridades possa parecer glamouroso, Mintz percebe que por trás das portas fechadas, as complexidades da vida pública e privada podem ser uma dança delicada.
Nascido no coração de Los Angeles, Mintz começou sua carreira como um anfitrião de rádio nos anos 60. Com o passar do tempo, ele se estabeleceu como o especialista em relações públicas de celebridades em ascensão. Ele primeiro ganhou notoriedade como o porta-voz da socialite Paris Hilton. Sua presença constante ao lado da herdeira em festas de Hollywood o tornou uma figura familiar para os tabloides, que frequentemente exploravam os dramas e acontecimentos da vida glamour de Hilton e suas comparações com outras celebridades. Para muitos, Mintz é reconhecido como aquele que sempre está no lugar certo, na hora certa — sempre pronto para assegurar que suas clientes sejam retratadas sob a luz mais favorável, mesmo em momentos de crise, como quando Paris foi presa. Sua filosofia de trabalho era simples: garantir que a imagem de seus clientes fosse mantida com o máximo respeito, independentemente da situação.
O grande foco da conversa gira em torno do seu recente livro, que documenta uma parte de sua vida profundamente ligada a John Lennon e Yoko Ono. Mintz revela que seu relacionamento com o casal começou em 1971, após uma conversa reveladora com Ono, que, ao perceber a conexão que estabelecera durante uma entrevista, começou a ligar para Mintz regularmente. Com o tempo, essas interações se transformaram em um laço inquebrável, onde Mintz tornou-se um confidente querido, alguém que não apenas ouvia, mas também oferecia conselhos. Cada ligação era iluminada por um sinal vermelho em sua casa, um lembrete de que ele estava prestes a se conectar com dois dos maiores ícones da música.
A relação de Mintz com Lennon começou um pouco mais tarde, quando o ex-integrante dos Beatles procurou informações sobre um tratamento de emagrecimento que Mintz mencionara para Yoko. Essa curiosidade inicial rapidamente se tornou uma amizade profunda. Mintz era uma presença constante em suas vidas, especialmente em tempos difíceis, como após o assassinato de Lennon em 1980. Ele não apenas tornou-se um suporte emocional para Yoko, mas também desempenhou um papel fundamental em lidar com as consequências da tragédia, que incluiu organizar os pertences de Lennon.
À medida que conversamos, Mintz reflete sobre o impacto que sua vida profissional teve em sua vida pessoal. Ele revela que muitos dos compromissos que fez em nome de seus clientes podem ser comparados a um voto de fé, quase como um pacto sagrado. Ele se dedicou a esses relacionamentos com tanto fervor que, por um momento, parece haver uma intersecção no papel de amigo e profissional. A forma como ele descreve essas dinâmicas levanta questões sobre o custo emocional de trabalhar nesse mundo fascinante mas brutal da fama e como equilibrar a necessidade de estar presente com a própria vida pessoal. Mesmo após a morte de Lennon e a mudança em sua carreira, o laço com Yoko ainda perdura. Mintz se preocupa com o legado que Lennon deixou para o mundo, e carrega uma responsabilidade silenciosa de preservar a memória e o impacto artístico do músico.
Concluindo a conversa, Mintz compartilha o profundo amor e respeito que tinha por John e Yoko. Suas memórias estabelecem um testemunho não apenas do que é ser um consultor de relações públicas em um ambiente repleto de glamour e crise, mas também da responsabilidade que vem com isso. Enquanto se afasta das luzes brilhantes de Hollywood, ele pondera: “foi tudo isso, realmente valeu a pena?”. Ele não partilha uma resposta clara, mas deixa a questão no ar — um eco da complexidade das relações humanas no mundo complicado das celebridades.