O senador JD Vance, candidato republicano à vice-presidência, fez declarações significativas no programa “Face the Nation” neste domingo, ressaltando a necessidade de angariar a confiança das eleitoras em um momento crítico para a campanha. Com apenas uma semana até o dia das eleições presidenciais, a disparidade de gênero no apoio ao ticket republicano se tornou um tema crucial, e Vance assegurou que sua esposa, Usha, é uma influência determinante em suas estratégias. A assertiva de Usha para “confiar na sabedoria” das mulheres eleitores foi citada por Vance como uma abordagem fundamental para entender suas preocupações e prioridades.
Nas palavras do senador, “o que ela está me dizendo é que nós precisamos apresentar nosso caso às mulheres da melhor forma possível, e, em última análise, confiar na sabedoria dessas mulheres para determinar o que é do melhor interesse para suas famílias.” Este apelo à compreensão das questões femininas se torna ainda mais pertinente quando analisamos uma pesquisa recente da CBS News, que revela que 40% das eleitoras registradas consideram que a campanha de Trump está prestando atenção excessiva às preocupações dos homens, enquanto 56% afirmam que as questões femininas estão sendo negligenciadas. Este panorama indica que o ticket republicano face a um desafio considerável para conquistar o eleitorado feminino.
Além das preocupações manifestadas por Vance, a ex-representante Liz Cheney, um nome proeminente do Partido Republicano, criticou Vance e o ex-presidente Donald Trump, chamando-os de “porcos misóginos”. Cheney ressaltou que Vance enfrenta um “problema real com mulheres”, apontando para declarações passadas que despertaram controvérsia, como quando ele se referiu a mulheres como “donas de gatos sem filhos”, um comentário que repercutiu negativamente e chegou ao conhecimento do público, inclusive sendo mencionado por celebridades como Taylor Swift em sua aprovação à vice-presidente Kamala Harris.
Ainda assim, Vance se defendeu vigorosamente ao ser questionado sobre a percepção de que o ticket republicano tem dificuldades de se conectar com as mulheres. Ele reiterou que “ainda precisamos apresentar nosso melhor argumento para as mulheres e para os homens, assim como podemos”. Além disso, ele destacou que “é claro que as mulheres e os homens vão decidir onde as coisas acabarão”, enfatizando a relevância do voto feminino na dinâmica eleitoral atual. No mesmo tom, ele destacou que a influência de sua esposa, Usha, é fundamental em sua abordagem, mencionando que ela é sua “principal conselheira”.
O senador Vance elencou questões que acredita serem prioritárias para as mulheres eleitores, enfatizando que Trump “é a pessoa que vai reduzir o custo das compras”, além de se comprometer com a segurança nas fronteiras e a diminuição do custo de artigos essenciais, buscando, assim, promover um ambiente mais seguro para as comunidades. Ele tranquilizou o eleitorado feminino ao afirmar: “Acredito que podemos fazer um bom argumento para as mulheres, mas não vou dizer a elas em quem devem votar. Vou tentar persuadi-las, porque, no fim das contas, os eleitores é que decidirão”. Essa abordagem busca se alinhar com as necessidades e aspirações das eleitoras, um passo necessário para abordar a preocupante lacuna de gênero que os republicanos enfrentam neste ciclo eleitoral.
O quadro delineado por Vance e as reações que sua campanha recebe revelam um panorama político que exige uma adaptação às expectativas da população, em especial das mulheres, que desempenham um papel fundamental na formação do resultado das próximas eleições. Assim como Vance se propõe a compreender e responder às preocupações femininas, a campanha republicana deverá atentar para a complexidade das dinâmicas de gênero no eleitorado se quiser reverter essa disparidade e fortalecer sua posição nas urnas. A pergunta que fica é se esse processo de escuta e adaptação será suficiente para reconquistar a confiança das mulheres, um eleitorado que, historicamente, tem mostrado seu poder na decisão de eleições.