A economia é uma das principais preocupações dos eleitores nos dias de hoje, e tanto o ex-presidente Donald Trump quanto a vice-presidente Kamala Harris têm apresentado propostas aprofundadas que visam aliviar o custo de vida e impulsionar a economia. No entanto, as ideias de ambos os candidatos divergem significativamente, e a implementação de muitas dessas propostas depende da aprovação do Congresso, em um cenário político marcado pela polarização. Apesar das vastas promessas, ambos os lados enfrentam a questão crítica da dívida nacional crescente, com propostas que, segundo especialistas, poderão impactá-la em trilhões nos próximos anos.

Para se ter uma ideia do volume de recursos que cada candidato pode adicionar à dívida nacional, um relatório da Committee for a Responsible Federal Budget estima que o plano de Harris poderia aumentar a dívida em até $3.5 trilhões em uma década, enquanto o posicionamento de Trump poderia resultar em um aumento ainda maior, de até $7.5 trilhões. Mais de 23 economistas ganhadores do Prêmio Nobel expressaram seu apoio ao plano de Harris, considerando-o como “muito superior” ao de Trump em recente carta aberta.

Aproximações Fiscais Divergentes: Harris versus Trump

No que diz respeito à questão dos cortes de impostos, ambos os candidatos têm visões distintas sobre como tratar os cortes fiscais que estão prestes a expirar no final de 2025. Essas disposições incluem cortes de impostos individuais e o imposto sobre heranças, trazidos pela Tax Cuts and Jobs Act (TCJA) de 2017, um dos principais legados de Trump. Harris, seguindo a promessa do presidente Joe Biden de não aumentar impostos para ninguém que ganhe menos de $400,000 por ano, pretende prorrogar certas reduções de impostos, mas também se compromete a reverter os benefícios fiscais para os mais ricos e aumentar a taxa de imposto sobre ganhos de capital. Em contrapartida, Trump busca extender todos os cortes de impostos da lei de 2017, além de remover o teto sobre deduções fiscais de impostos estaduais e locais.

Eliminação e Redução de Impostos: Propostas em Campo

Ambos os candidatos propõem a eliminação de impostos em diferentes áreas. Kamala Harris prometeu acabar com os impostos federais sobre gorjetas, enquanto Trump propôs uma série de isenções fiscais que incluem a eliminação de impostos sobre benefícios de Seguro Social, gorjetas e horas extras. No entanto, a proposta de Harris poderá não beneficiar muitos trabalhadores de serviços que não atingem o limite mínimo de renda para pagar impostos. De maneira semelhante, a proposta de Trump de eliminar impostos sobre gorjetas e horas extras pode resultar em benefícios fiscais, mas paralelamente poderá diminuir os pagamentos do Seguro Social na aposentadoria.

Medidas para Apoiar a Classe Média

A classe média está no centro das propostas de ambos os candidatos, com Harris prometendo um alívio fiscal para 100 milhões de americanos, com destaque para a recuperação e extensão do crédito tributário por filho, aumentando sua dimensão consideravelmente. Harris também se comprometeu a fortalecer o setor de cuidados, cobrindo custos de cuidadores em casa através do Medicare. Já Trump propõe um teto temporário nas taxas de juros de cartão de crédito e promessas de deduções fiscais na aquisição de veículos, enquanto busca aliviar o peso financeiro enfrentado pelos cidadãos.

Tarifas e Comércio: Análises e Implicações

As medidas em relação a tarifas e comércio apresentam outra linha de divergência. Trump afirma que, se reeleito, implantará tarifas generalizadas sobre importações e buscará renegociar acordos comerciais. Isso, segundo ele, geraria empregos e impulsionaria a manufatura americana. Harris, por sua vez, rejeita essa abordagem, temendo que o aumento das tarifas resulte em uma elevação nos preços para os consumidores. Ela critica os planos de Trump, rotulando-os como “Imposto Trump” e sugere que mudanças nos acordos comerciais existentes são necessárias.

Estratégias para Tornar a Habitação Mais Acessível

No campo habitacional, Harris propõe um plano abrangente que inclui subsídios para a entrada de novos compradores e incentivos fiscais para a construção de moradias mais acessíveis. O objetivo é disponibilizar mais de um milhão de novas casas a cada ano. Trump, embora ainda não tenha delineado formalmente suas propostas habitacionais, insinuou que a eliminação de regulamentações poderia diminuir os custos e facilitar a construção de novas casas.

Investimentos nas Empresas Americanas

Ambos os candidatos têm abordagens distintas em relação ao apoio às pequenas empresas. Harris sugere aumentar as deduções para novas startups e garantir que uma parte significativa dos contratos federais vá para empresas pequenas. Jason Vance, coligado a Trump, trouxe à tona a possibilidade de ampliar o crédito tributário para cada criança como uma forma de apoiar as famílias. Trump ainda acredita que suas propostas de tarifas e reduções de impostos serão cruciais para reiniciar a manufatura americana.

Conclusões e Expectativas Futuras

Em suma, tanto o plano econômico de Harris quanto o de Trump revelam uma luta pela atenção dos eleitores em um cenário econômico desafiador. As promessas são abrangentes e ambiciosas, mas a viabilidade de sua implementação enfrenta questionamentos diante da realidade política que permeia o Congresso. À medida que os eleitores se preparam para tomar decisões cruciais, a análise das implicações dessas propostas se tornará vital para determinar o rumo econômico do país nos próximos anos. A incerteza ainda paira sobre como essas políticas afetarão a dívida nacional e o próprio tecido da economia, mas o debate continua e promete influenciar o futuro imediato.

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