No último domingo, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, promoveu um comício no icônico Madison Square Garden, em Nova York, onde contou com a presença de celebridades como Hulk Hogan, Dr. Phil, Dana White e Elon Musk. Este evento, marcado por declarações polêmicas e insultos, gerou uma série de críticas, especialmente pelo teor de seus comentários considerados racistas. Ao se dirigir a uma plateia repleta de apoiadores, Trump promete restaurar a grandeza da América, mas não sem levantar grandes ondas de controvérsia.
A apresentação de Hulk Hogan foi, sem dúvida, um dos destaques do evento. Ele retornou ao local onde fez história como lutador profissional e parecia não se conter ao encarnar novamente sua persona de ringue. Vestido com uma enorme capa nas cores vermelho, laranja e amarelo, Hogan acenou com uma bandeira americana enquanto dançava e interagia com a multidão, que encarou com entusiasmo suas performances. Durante seu discurso, além de adotar uma atitude provocativa, ele se referiu aos presentes como “Trumpomaniacs” e fez uma série de comentários que, aos olhos de muitos, ressoavam com um tom depreciativo e desdenhoso. “Eu não vejo aqui nenhum stinkin’ Nazi,” disse Hogan, desmerecendo críticas que têm sido direcionadas ao evento.
As declarações de Hogan não foram um caso isolado. O famoso terapeuta Dr. Phil McGraw também fez uma aparição significativa, defendendo Trump e argumentando que o que muitos consideram como bullying seria, na verdade, uma habilidade superior de argumentação do ex-presidente. Ele enfatizou que não há desequilíbrio de poder nas interações de Trump com seus opositores, afirmando que “ele é apenas melhor em debater.” Para McGraw, rótulos como “Hitler” ou “fascista” não seriam qualificados como bullying, embora fossem considerados “feios”. Sua presença no palco foi marcada por aplausos, especialmente quando ele destacou a falta de autenticidade nas opiniões de algumas celebridades sobre política.
O comício também viu a participação do CEO do UFC, Dana White, que destacou sua longa amizade com Trump e abordou questões de imigração e inflação. Entre as aparições, Elon Musk trouxe sua própria marca de retórica ao palco, vestindo um traje escuro e um boné com a emblemática frase “Make America Great Again”. Com um tom provocativo, Musk afirmou que poderia reduzir em até 2 trilhões de dólares o orçamento americano, refletindo sua capacidade de captar a atenção do público enquanto interagia com uma agenda política pouco convencional.
Entre os convidados especiais, Melania Trump surpreendeu ao aparecer e apresentar seu marido, que fez seu discurso com mais de duas horas de atraso. Durante suas falas, ele fez referência a tentativas de assassinato contra ele, enfatizando o quão perigoso é o seu cargo. O ex-presidente declarou: “Se você se tornar presidente dos Estados Unidos, você tem uma grande chance de morrer”, uma afirmação que deixou muitos boquiabertos.
Por outro lado, os discursos foram acompanhados de insultos abertamente direcionados à atual vice-presidente Kamala Harris, e à sua candidatura à presidência. O comediante Tony Hinchcliffe se destacou por suas comentários grosseiros sobre grupos raciais e étnicos, provocando críticas imediatas, especialmente nas comunidades latino-americanas que estão em disputa eleitoral acirrada em estados estratégicos. Sua declaração sobre um “ilha flutuante de lixo” foi amplamente condenada. A situação se tornou ainda mais tensa com o fechamento das falas de Trump, que insistiu que Harris foi responsável por “quebrar” o país e que ele seria a única solução para seus problemas.
Com um grande número de apoiadores gritando “Trump vai consertar isso” e arremessando bandeiras, a atmosfera dentro do Madison Square Garden foi eletrizante, embora com um fundo de desconforto pelas declarações feitas. A segurança era visivelmente reforçada, e as ruas do entorno estavam congestionadas com o fluxo de apoiadores de Trump usando bonés vermelhos. O evento, considerado por muitos um espetáculo elaborado para arrecadação de fundos, teve a validade questionada, especialmente em um estado que não elege um presidente republicano há 40 anos.
Por fim, a resposta da organização democrática “Battleground New York” ao evento foi direta e crítica, descrevendo as falas ali proferidas como um “torrent de loucura descontrolada, racismo e xenofobia”, questionando a sanidade da disputa eleitoral atual. Eles enfatizaram a necessidade urgente de mudar a narrativa política para um espaço mais inclusivo e que realmente dê voz à classe trabalhadora. Notavelmente, o evento de Trump foi mais um capítulo na sua busca pelo poder, onde história e realidade se misturam de uma maneira peculiar e provocativa, mas que continua a polarizar ainda mais a opinião pública à medida que as eleições se aproximam.