No último domingo, o apresentador John Oliver não perdeu a oportunidade de ironizar o ex-presidente Donald Trump em sua famosa atração da HBO, “Last Week Tonight”. A crítica surge em um contexto bem particular que envolve o gigante do fast-food McDonald’s, que recentemente esteve no centro de um escândalo de segurança alimentar. Para aqueles que não acompanharam as últimas notícias, o McDonald’s enfrentou a possibilidade de ser responsável por um surto de E. coli ligado a um de seus produtos mais populares, o Quarter Pounder. Inicialmente, esse surto foi associado à carne da hamburgueria, resultando em uma morte e pelo menos 75 pessoas infectadas em 13 estados. No entanto, a McDonald’s anunciou que os testes descobriram que a verdadeira fonte do problema eram as cebolas picadas, levando a empresa a retirar as cebolas de seu icônico lanche.
Enquanto isso, Trump, que está em campanha para retornar à presidência, fez uma visita a um McDonald’s nos subúrbios da Filadélfia na semana anterior. O ex-presidente não apenas trabalhou na estação de fritura, como também respondeu a perguntas dos clientes através do drive-thru. A franquia, no entanto, foi rápida em esclarecer que não apoia candidatos políticos, reiterando que sua missão é abrir portas para todos, independente de suas preferências eleitorais. O proprietário do local, Derek Giacomantonio, afirmou que a visita de Trump foi abordada sob a perspectiva do compromisso da marca com a variedade e a inclusão.
No mesmo cenário político, Kamala Harris, a candidata democrata à presidência, foi mencionada durante as piadas de Oliver. Harris frequentemente menciona sua experiência de trabalho no McDonald’s para encontrar uma conexão com os eleitores, o que foi criticado por Trump e sua equipe. A empresa se esquivou de confirmações definitivas sobre o histórico de empregos de Harris, mas expressou orgulho pelas boas lembranças que muitos têm ao trabalhar sob os arcos dourados.
Na sua crítica, Oliver aproveitou para amarrar todos esses acontecimentos de uma forma humorística e incisiva, afirmando “um surto de E. coli foi ligado ao McDonald’s, mas ainda assim foi a segunda coisa mais repugnante dentro de um McDonald’s esta semana”, fazendo referência a uma imagem de Trump em uma das janelas do drive-thru. A observação provocativa não apenas destacou a controvérsia alimentar, mas também o papel de Trump na narrativa política atual. Durante o programa, Oliver concentrou-se em diversos aspectos das políticas de imigração implementadas por Trump e fez um apelo aos espectadores, incentivando-os a escolher Harris nas próximas eleições.
O humor mordaz de Oliver segue a tradição do programa de não poupar críticas a figuras públicas, utilizando a comédia como uma ferramenta poderosa para debater questões políticas e sociais. Com seu estilo inconfundível, ele também explorou uma questão relacionada ao uso da música “God Bless the USA” em cerimônias de cidadania, gerando discussões sobre a representação cultural nos eventos cívicos.
Ao término da atração, Oliver apresentou um videoclipe especial com o comediante Will Ferrell cantando uma paródia patriótica que, segundo ele, ele estaria disposto a pagar para que o governo começasse a tocar em eventos oficiais de cidadania. O segmento não só serviu como uma crítica ao ceremonialismo, mas também como um lembrete do poder da cultura pop em moldar a narrativa política e social. Com sua ironia e sagacidade, John Oliver continua a ser uma voz relevante, desafiando a complacência em um cenário político cada vez mais polarizado.
Em conclusão, esta edição de “Last Week Tonight” não apenas trouxe à tona aspectos de saúde pública relacionada ao McDonald’s e suas implicações políticas, mas também reafirmou a habilidade de Oliver de unir comédia e crítica social de maneira eficaz. Enquanto os servidores do fast-food continuam a servir clientes, as campanhas políticas se entrelaçam com o cotidiano de forma inesperada, fazendo com que cada visita a um restaurante tenha o potencial de saturar a mente dos cidadãos com questões que vão muito além do simples lanche a ser consumido.