Um afastamento trágico da realidade vivenciada por pais que esperam a chegada de um filho se transforma em uma dolorosa batalha judicial. Na flórida, Gianna Lopera e Jahmiah Peets, um casal que se viu na expectativa do nascimento de sua filha Jahxy Peets, agora se vê na difícil posição de processar o hospital onde sua filha nasceu. A alegação gira em torno de uma gravíssima lesão na medula espinhal, que supostamente foi causada por um funcionário do hospital, levando a uma série de eventos que culminaram em sua morte poucos meses após o nascimento prematuro.
Em junho de 2022, Jahxy veio ao mundo em uma emergência, nascendo por meio de uma cesariana no Orlando Health Winnie Palmer Hospital for Women & Babies. A bebê, que veio ao mundo com apenas 24 semanas de gestação, foi imediatamente intubada e submetida a cuidados intensivos na unidade neonatal do hospital. Inicialmente, os registros médicos indicavam que não havia sinais de trauma relacionado ao nascimento; no entanto, apenas duas semanas após o nascimento, um exame de ressonância magnética revelou que a região do pescoço da recém-nascida estava fraturada. Essa lesão na medula espinhal incapacitou Jahxy de respirar sem auxílio, segundo documentos legais apresentados pelos pais em um processo datado de 17 de outubro.
As alegações dos pais são alarmantes. Eles afirmam que uma lesão desse tipo não poderia ocorrer a menos que um tipo de força excessiva fosse aplicada enquanto a criança estava sendo manipulada. Um ponto crucial levantado no processo é a falta de documentação médica que relatasse o evento de força excessiva que causou tal lesão traumática, além da ausência de informações que indicassem que uma investigação foi conduzida para identificar o responsável pela gravidade do que ocorreu. Além disso, a documentação legal sugere que não houve notificação à polícia, mesmo com a existência de um ferimento tão sério, levantando preocupações sobre a ética e a resposta do hospital ao caso.
A situação se torna ainda mais complexa quando é relatado que, após a fratura de Jahxy, o funcionário do hospital a colocou de volta no incubador sem notificar outros profissionais de saúde. Infelizmente, jahxy veio a falecer em novembro de 2022, meses após o ocorrido, e os pais alegam que a fratura no pescoço foi “ou não reconhecida ou não reportada”, o que indicaria uma possível tentativa de encobrimento das circunstâncias que levaram à lesão de sua filha.
Em resposta a esse caso desolador, um porta-voz do Orlando Health Winnie Palmer Hospital declarou que a instituição não discute casos médicos específicos publicamente, mas reafirmou que a entrega de cuidados para bebês extremamente prematuros é uma tarefa complexa e emocional tanto para os pais quanto para os profissionais de saúde. O porta-voz expressou as mais profundas condolências à família, reiterando que as avaliações devem ser baseadas em fatos, não especulações, e manifestou o desejo da instituição em discutir os fatos do caso no fórum adequado.
No entanto, em uma imprensa coletiva realizada em 21 de outubro, Jahmiah Peets compartilhou sua dor pelo tempo limitado que teve com sua filha, caracterizando-a como uma lutadora. Gianna Lopera, em lágrimas, clamou que eles “merecem respostas” e que querem “justiça para Jahxy”. Ela expressou que seu coração foi partido ao se sentir incapaz de proteger a filha no local que deveria ser o mais seguro para um recém-nascido. Além disso, ele enfatizou que cada pai e mãe com filhos nascidos na unidade neonatal merece saber o que realmente aconteceu, afirmando que o encobrimento das informações poderia deixar espaço para que tragédias semelhantes acontecessem novamente.
A dor provocada pela perda de uma criança é indescritível e as palavras de Lopera ressoam com a intensidade desse sentimento: “Nunca tive a chance de ouvir minha filha chorar. Ela nunca conheceu seus irmãos ou a família. Nunca celebramos um único marco. Nós só a seguramos quatro vezes em toda a sua vida.” Diante de tudo isso, os pais de Jahxy buscam compensação por danos e solicitam um julgamento por júri, enquanto a história deles continua a chocar e envolver aqueles que acreditam na importância da justiça e da transparência nas instituições de saúde.