Em um momento marcado pela inovação tecnológica no setor musical, a Universal Music Group (UMG), sob a liderança de seu presidente e CEO Lucian Grainge, anunciou uma parceria estratégica com a empresa de música com inteligência artificial Klay Vision, com sede em Los Angeles. Trata-se de um passo significativo que visa implementar um modelo comercial inovador e ético em relação à música gerada por inteligência artificial, projetado não apenas para coexistir, mas para colaborar de forma harmoniosa com a indústria musical e seus criadores. O que torna esse acordo particularmente intrigante são as promessas de que a AI pode não só preservar, mas também impulsionar a criatividade musical e a arte humana.

As organizações envolvidas afirmaram, em um comunicado divulgado à imprensa, que compartilham a convicção de que os modelos de inteligência artificial de última geração devem ser construídos e ampliados de maneira responsável. Para isso, é fundamental que haja um diálogo construtivo e consenso entre todos os envolvidos na arte que molda a cultura global. Essa abordagem está profundamente enraizada na ética e no respeito pelos direitos autorais, além dos direitos de imagem e personalidade, com o objetivo de mitigar os riscos que a evolução da tecnologia pode representar para os criadores humanos. Em vez de representar uma ameaça, a parceria pretende criar novas avenidas criativas e oportunidades de monetização do trabalho artístico.

Klay Vision é dirigida por um time de executivos experientes que atuam nas áreas de música e tecnologia. O grupo é liderado por Ary Attie, um renomado produtor musical e visionário em tecnologia, além de contar com Thomas Hesse, ex-presidente da Sony Music Entertainment, e Björn Winckler, que logo se juntará à companhia após sua passagem pelo Google Deepmind. A Klay expressou seu compromisso em servir a artistas e compositores, bem como a todos que os apoiam, incluindo editoras musicais, distribuidoras e detentores de direitos, tanto em grandes gravadoras quanto em independentes. Eles estão desenvolvendo um ecossistema global para abrigar experiências impulsionadas por inteligência artificial, com foco em atribuição precisa e recompensas justas para os artistas, sem, no entanto, competir com os catálogos artísticos disponíveis em serviços tradicionais de música.

Michael Nash, vice-presidente executivo e diretor digital da Universal Music Group, expressou sua empolgação em explorar novas oportunidades e soluções éticas para artistas e para o ecossistema musical em geral. Ele afirmou que a UMG sempre buscou estar à frente da indústria musical na condução de inovações, abraçando novas tecnologias e apoiando o empreendedorismo, ao mesmo tempo que zela pela proteção da arte humana. Essa declaração evidencia um compromisso mútuo entre as duas empresas em buscar formas que garantam a integridade artística enquanto impulsionam a inovação tecnológica.

A Klay Vision já está no processo de desenvolvimento de um novo modelo de música em larga escala, conhecido como KLayMM, que promete avançar os limites da música gerada por inteligência artificial. Embora ainda opere em modo secreto, a empresa planeja um lançamento em breve, com o objetivo de revolucionar a forma como a música é percebida e consumida. De acordo com Attie, a pesquisa é fundamental para estabelecer as bases da música gerada por IA, mas esta tecnologia se tornará relevante apenas se estiver verdadeiramente engajada com a cultura que visa servir. O executivo mencionou a importância de tornar a inovação visível e essencial na vida cotidiana das pessoas. Certa vez, ele provocou que os grandes artistas sempre abraçaram as novas tecnologias e que acreditam que os próximos ícones musicais poderão surgir dessa nova interação com a inteligência artificial.

Recentemente, a Universal Music também demonstrou sua disposição em experimentar com inteligência artificial. O recente lançamento da música “Rockin’ Around the Christmas Tree” interpretada por Brenda Lee, mas agora em espanhol, é um exemplo prático de como a empresa utiliza a tecnologia SoundLabs AI de forma ética e aprovada pelo artista. Esta iniciativa faz parte de uma estratégia maior da UMG que inclui colaborações com empresas emergentes que buscam maximizar o impacto comercial de uma inteligência artificial responsabilizada, tendo em vista os direitos dos artistas.

Entretanto, essa busca por inovação não é isenta de desafios. A UMG atualmente está envolvida em litígios com a Anthropic AI e participa de ações coletivas da indústria musical contra outras plataformas como Suno e Udio. Essas situações indicam que, enquanto se abrem novas possibilidades na experiência musical, os debates sobre ética, direitos e a proteção da arte serão fundamentais para moldar o futuro do setor.

Em suma, a colaboração entre a Universal Music Group e a Klay Vision não só representa uma nova parte na indústria da música, mas também um convite aos amantes da música para refletirem sobre como a tecnologia e a criatividade podem coexistir de maneira positiva. Se por um lado a inteligência artificial pode transformar o consumo de música, por outro, as questões éticas que a cercam continuarão a ser prioritárias em busca de um futuro mais justo e inovador.

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